Angra – 26-06-2015 – Curitiba (Vanilla Music Hall)

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Texto por Clovis Roman – Fotos por  Clovis Roman – Edição por André Luiz

O Angra é uma banda que merece respeito no quesito musical. Seja em álbuns consagrados ou em outros que passaram batidos pela maioria, o grupo sempre manteve suas características, e nunca ficou preso em fórmulas. Nunca se tornaram preguiçosos. Prova disso é Secret Garden, que os mostra ainda autênticos e originais. Outro sopro de vida no Angra veio com o vocalista italiano Fabio Lione. O rapaz é tecnicamente brilhante e canta demais tanto em estúdio quanto ao vivo, algo com o qual a banda sofreu nos últimos 15 anos. De volta a Curitiba menos de um ano depois de sua última passagem por aqui, o Angra encontrou um bom público no Vanilla Music Hall. A galera, inclusive, conhecia já muito bem as novas músicas, o que deu um clima todo especial a apresentação.

Antes de tudo isto, coube ao Devil Sin a missão de abrir a noite, demonstrando seu Heavy cadenciado com refrãos e melodias grudentas (mas nada de meloso, que fique bem claro). O grupo, liderado pelo extremamente carismático vocalista Kevan (dono de uma charmosa voz rouca), fez um show muito bom, e a reação da galera foi se tornando mais empolgada no decorrer do set. Entre os destaques musicais, ficam composições como “White Line Madness” e “Time And Again”. Outros pontos altos foram a presença de palco de Kevan, um frontman de respeito; e claro, a garrafa de Jack Daniels liberada pelo quarteto para o público mais próximo ao palco. Na sequência, veio o som melódico/prog do Symmetrya, que foi adicionado ao cast de última hora. O som dos caras é coeso, com melodias cheias de bom gosto e claro, umas partes mais pesadas aqui e acolá. O set foi extenso, e contou com uma cover de “Wasted Years”, do Iron Maiden, que valeu pela homenagem.

Angra – jun-2015 – Curitiba - por Clovis RomanPor fim, às 23h, o Angra iniciou sua apresentação, demonstrando que está mesmo em grande fase. O repertório, obviamente, contou com muitas faixas do mais recente álbum, Secret Garden, mas houve espaço para sons de todas as épocas. Apesar dessa boa mescla, ficaram de fora os bons “Aurora Consurgens” e “Aqua”. A banda sempre teve uma postura despojada no palco, mas atualmente está todo muito mais feliz e sorridente. O que prova estarem realmente em boa fase, após tantos perrengues. O único que destoa de toda essa alegria é o baixista Felipe Andreoli, que manteve a mesma fisionomia impassível durante toda a apresentação.

Na parte musical, como já era esperado, foi tudo irrepreensível, naquele altíssimo nível técnico e de composição que sempre marcou a história do Angra. Eu tive a oportunidade de ver todas as formações da banda ao vivo durante as últimas duas décadas, e mesmo com alguns vacilos ao vivo do antigo vocalista (Eduardo Falaschi), sempre foram apresentações marcantes. Na bateria o menino Bruno Valverde mostrou personalidade, não comprometendo a cozinha que compõe ao lado de Andreoli (um monstro das 5 cordas). Já a dupla de guitarristas Kiko Loureiro e Rafael Bittencourt manteve sua afinidade quase sobrenatural, e nota-se que o segundo meio que tomou a dianteira na liderança do grupo. Sua presença no palco é muito mais agitada e movimentada que outrora. Inclusive, ele assumiu os vocais na leitura acústica de “Silent Call” (belíssima composição, diga-se de passagem). Mesmo sendo uma música nova, a galera cantou junto, e bem alto. Foi um dos momentos mais bonitos do show, ao lado de “Holy Land”, que a banda não apresentava desde a turnê do álbum homônimo.

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O vocalista italiano Fabio Lione é um caso a parte. O cara é tão simpático, sorridente e fofinho que dá vontade de abraçá-lo (NOTA DO EDITOR: o que é isso, Clovis? Rsss). Ele cantou muito bem, mesmo embromando em algumas frases, e foi muito comunicativo com o povo da frente. Sua interpretação para os antigos clássicos foi muito boa, sem querer imitar André Matos ou Edu Falaschi. E a julgar pelo material que registrou ao lado de seus novos companheiros, eles ainda podem nos brindar com vários álbuns (e shows) da mais alta qualidade. As novas inclusões no repertório foram muito bem recepcionadas, mas é claro que nos grandes sucessos é que houve os momentos de maior empolgação, como em “Rebirth”, “Nothing To Say” e na indefectível “Carry On” (essa emendada em outro grande hit, “Nova Era”).

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Portanto, o grupo passou por mais um renascimento, assim como ocorreu na época do disco Rebirth (2001). E Rafael Bittencourt definiu bem a atual fase: “Do mesmo jeito que [uma]  força vem para derrubar, você se utiliza dela para se reerguer”. Foi o que o Angra fez, e com sucesso.

Set List Angra:
Newborn Me
Acid Rain
Spread Your Fire
Lisbon
Perfect Symmetry
Storm of Emotions
Angels Cry
Final Light
Holy Land
Silent Call
Nothing to Say
Waiting Silence
Angels and Demons
Black Hearted Soul
Rebirth
Carry On
Nova Era

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