Manowar – 23-09-2023 – São Paulo (Espaço Unimed)

Texto por André Luiz – Fotos por Jake Owens (Magic Circle Entertainment) – Edição por André Luiz

Oito anos após sua última passagem pelo país, uma das mais aclamadas bandas de Heavy Metal do mundo, o Manowar, apresentou-se na capital paulista em show único no Brasil válido pela “Crushing The Enemies Of Metal Anniversary Tour 2023”, celebrando os mais de quarenta anos do verdadeiro metal junto aos fanáticos Manowarriors brasileiros. Desde a última visita dos norte-americanos ao país foi durante a edição 2015 do festival Monsters Of Rock, foram lançados alguns EP’s e singles além de ocorrerem várias mudanças no line up da banda, a qual aportou para a apresentação única no Brasil com os fundadores Joey DeMaio (baixo) e Eric Adams (vocal), mais o lendário guitarrista Michael Angelo Batio e o baterista Dave Chedrick.

O Brasil trata-se de uma das principais bases de Manowarriors no mundo, e tal fanatismo pôde ser confirmado através das filas antes da abertura dos portões no Espaço Unimed e posteriormente, dentro da casa de shows paulistana, pelos milhares de presentes que lotavam o local. Por volta de trinta minutos antes do horário agendado para o início da apresentação, os telões informaram que por orientação da produção da banda, não seriam exibidas imagens do show nos mesmos.

Exatamente às 21h30m as luzes se apagaram, os gritos de “Manowar, Manowar” foram entoados na plateia e a intro “March Of The Heroes Into Valhalla” executada nos PA’s do Espaço Unimed. Minutos depois em meio as cortinas no chão, gritos do público e jatos de fumaça, os músicos adentraram ao palco com a faixa que carrega o nome da banda, “Manowar” do debut album de 1982 ‘Battle Hymns’. “Kings Of Metal”, faixa título do disco de 1988 manteve a energia, e fora emendada com “Fighting The World”, música que nomeia o álbum de 1987, cantada em uníssono por toda casa de shows – para satisfação de Eric Adams o qual apontava o microfone na direção da plateia constantemente.

Os clássicos foram executados em meio ao alvoroço dos presentes: “Holy War” do ‘Fighting The World’ (1987) destacando-se o sensacional solo de Batio e a interação de Eric com o público, “Immortal” (EP ‘Highlights From The Revenge Of Odysseus’, 2022) e seu refrão marcante, a empolgante “Call To Arms” do ‘Warriors Of The World’ (2002) e a emocionante interação entre banda e público durante o hino “Heart Of Steel” do ‘Kings Of Metal’ (1988) – performance impressionante de Eric aos 71 anos de idade.

“É muito bom estar aqui novamente, há muito tempo não tocamos no Brasil, mas realmente nós amamos São Paulo, do fundo do meu coração, eu tenho que cantar uma música e voltar lá atrás para beber uma cerveja bem gelada” comentou o frontman brincando com o público em uma espécie de solo vocal intitulada “Screams Of Blood” – momento no qual ele interagiu gritando com os presentes aguardando que estes o imitassem –, continuando a dizer que aquele era “o true heavy metal”, mas que precisava refrescar a garganta, retornando para o backstage. No dado momento, DeMaio apareceu no palco ao lado de um kit de bateria até que as primeiras surpresas da noite surgiram no palco: primeiramente o ex-baterista do Manowar Marcus Castellani iniciando junto ao Joey o hino que dá nome ao disco de 2002 “Warriors Of The World United”, seguido por outro brasileiro ex-companheiro de banda, o guitarrista E.V. Martel, e por fim o vocalista Cleber Krichinak (Attractha e banda tributo ao Manowar, Kings Of Steel). Eric e os demais integrantes retornaram na metade da canção e deram sequência a celebração em meio a chuva de papel picado.

Os músicos deixaram o palco, e após a troca do cenário de fundo, o retorno de DeMaio e Batio para um “Guitar & Bass Duet”. O mesmo foi interrompido por Joey devido problemas em seu baixo – ele saiu enfurecido do palco em direção ao backstage –, enquanto Eric surgiu dizendo que “problemas acontecem, mas que o público pagou caro pelo melhor show e era isso que teriam”. DeMaio retornou, e ao lado de Batio prosseguiram com o dueto, seguindo a apresentação com um desfile de petardos: “Hail And Kill” (‘Kings Of Metal’ de 1988), a faixa título do EP de 2002 “The Dawn Of Battle”, “King Of Kings” (‘Gods Of War’ de 2007), curta intro instrumental para Eric refrescar a garganta antes de sua performance impressionante em “The Power” (‘Louder Than Hell’ de 1996) – 71 anos mesmo? A energética faixa que fecha o disco ‘Warriors Of The World’ de 2002, “Fight Until We Die”, foi a escolhida para o encerramento da primeira parte do show do Manowar com direito a jatos de fumaça e um simples “goodbye” antes da banda deixar o palco.

Minutos depois, Joey retornou ao palco para seu discurso em português – tradicional nos shows em São Paulo –, inflamando os presentes: “Boa noite São Paulo, mano do céu, é muito foda, estou de volta no Brasil. Ontem a gente estava batendo um rango, jantando e relembrando nossa grande história aqui. Brasil é du caralho, muito obrigado. Alguém aqui é do norte do Brasil? Do centro-oeste? Do sul? Do nordeste? Do sudeste ou São Paulo? Muita gente aqui tenta derrubar o metal, mas sabem o que eu falo para esses trouxas? Vai se fuder! Se você não gosta de metal o que a gente diz?”. Enquanto o público respondia “vai se fuder”, prosseguiu: “Se você não gosta de São Paulo o que a gente diz? Se você não gosta do Brasil, o que a gente diz? Se você não gosta do Manowar, o que a gente diz?”. Após as respostas efusivas dos presentes, DeMaio finalizou ainda e português com “muito obrigado Brasil pelo carinho e apoio de sempre”, e prosseguiu em inglês dizendo que o português dele não era perfeito mas o sonho que envolvia este retorno do Manowar ao país valia a pena o esforço.

Após agradecimentos ao trio de musicistas brasileiros presentes durante a execução de “Warrios Of The World United”, Joey convidou um rapaz do backkstage integrante da equipe da banda, brindou com uma cerveja pelo aniversário do mesmo e pediu a exibição de um vídeo jocoso nos telões do Espaço Unimed sobre Manoel (o rapaz do basckstage), mesclando imagens da vida dele com uma sátira fantasiosa, e ao fim, cantaram parabéns.

Passada a “homenagem”, com direito a troca da bandeira de fundo e os músicos instrumentais no palco, os acordes iniciais do hino “Battle Hymn” trouxeram à tona um mar de celulares o qual ergueu-se no Espaço Unimed para registrar a execução do clássico que dá nome ao debut album do Manowar, de 1982 – a sintonia entre Eric e público aliados ao show de luzes ao ritmo da canção foram marcantes. Finalizando a apresentação, o solo de baixo tradicional indicava o clássico “Black Wind, Fire And Steel” do ‘Fighting The World’ (1987), com grande interação do público e ao fim, Eric celebrando com os instrumentos de DeMaio e Batio, Joey arrancando as cordas de seu baixo uma a uma para presentear o público e o aviso “we will return” antes de deixarem o palco ao som de “Army of the Dead, Part II” nos PA’s ao fundo, finalizando o show às 23h38m.

São mais de quatro décadas celebrando o heavy metal, em cada show o Manowar oferece ao seu público fiel a oportunidade de extravasar e celebrar a música pesada, contemplando hits atemporais da trajetória dos norte-americanos. Mesmo com as mudanças dos últimos anos, Eric Adams e Joey DeMaio, membros fundadores da banda, aos 71 e 69 anos de idade respectivamente, continuam cativando os Manowarriors com um repertório calcado na trajetória de numerosos discos de ouro e platina. Independente da preferência ou simpatia pela banda em si, mesmo os que não fazem parte dos fãs do Manowar não podem negar a relevância da banda na história do heavy metal mundial, assim como nós fãs – o autor/editor da matéria se inclui nessa – celebraremos a trajetória marcante deste ícone sempre que possível, com os punhos para o alto (agradecimentos à Mercury Concerts e Catto Comunicação).

Set List Manowar:
March Of The Heroes Into Valhalla / Manowar
Kings Of Metal
Fighting The World
Holy War
Immortal
Call To Arms
Heart Of Steel
Screams Of Blood (Eric Adams Solo)
Warriors Of The World United
Guitar & Bass Duet
Hail And Kill
The Dawn Of Battle
King Of Kings
The Power
Fight Until We Die

Battle Hymn
Black Wind, Fire And Steel

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