Texto por Rodrigo Gonçalves – Fotos por Arony Martins – Edição por André Luiz
Nos últimos tempos, o Rio de Janeiro parece ter voltado a ser rota de bandas que não se apresentavam por aqui há um bom tempo. Um bom exemplo foi a lenda alemã do rock, Scorpions, que se apresentou por essas bandas no último final de semana. Nesse domingo foi a vez dos britânicos do Sisters Of Mercy, um dos grandes expoentes do chamado Gothic Rock.
Infelizmente, nem a ausência de 10 anos da banda em palcos cariocas acabou se traduzindo em um grande público. O Vivo Rio recebeu apenas um contingente mediano, tanto que a casa funcionou com cerca de metade de sua capacidade. Mas os que compareceram, participaram de forma entusiasmada e a banda os brindou com uma grande apresentação.
Sem bandas de abertura, os britânicos foram os donos da noite. Com um atraso de cerca de meia hora do horário marcado para o começo do show, uma grande quantidade de fumaça deu a senha de que a apresentação estava para iniciar e o público começou a se aglomerar na frente do palco, dando aquela sensação de se estar em um ‘jogo do Botafogo’.
Com a casa de shows devidamente ambientada em um clima soturno proporcionado pela fumaça e o palco praticamente escuro (formando assim um cenário de pesadelo para os fotógrafos), Andrew Eldritch e companhia entraram em cena detonando as clássicas “More” e “Ribbons” logo de cara. Sem tempo a perder, os britânicos continuaram despejando músicas atrás de músicas nos cariocas como “Doctor Jeep/Detonation Boulevard” e “Amphetamine Logic”, as quais puseram o público carioca a cantar a plenos pulmões.
Prosseguindo com o show o grupo promoveu uma mescla interessante de temas antigos como a clássica “Dominion/Mother Russia” com músicas mais novas, casos de “Arms” e “Summer”. Para uma banda que não lança um álbum completo há 26 anos, lançar mão de tal recurso foi uma decisão inteligente e que manteve o público engajado no show. Antes da saída para o primeiro dos dois “encores” da noite, ainda houve tempo para a belíssima instrumental “Jihad” e a excelente “Flood II”, do clássico ‘Vision Thing’.
A última parte do show foi a que contou com maior participação do público. Em meio a duas saídas do palco, a banda encontrou tempo para tocar mais seis músicas. Começaram o bis com a excelente “Something Fast” e “Lucretia My Reflection” (como fã de thrash, impossível não lembrar da releitura que o Kreator fez desta canção), além de “Vision Thing”, faixa-título do seu álbum mais conhecido. Encerraram a noite com uma trinca de clássicos que fez a alegria dos fãs e colocou a pista do Vivo Rio para dançar: “First And Last And Always”, “Temple Of Love” e “This Corrosion”. Em seguida, a banda saiu de cena da mesma forma que entrou: de forma discreta.
Em cima do palco, os músicos fazem jus à fama de banda ícone do gothic rock e limitam ao máximo qualquer tipo de interação com o público, preocupando-se mais com o espetáculo e proporcionar uma experiência que integra a música e a parte sensorial, prendendo assim por completo a atenção dos fãs. Em um espetáculo realizado com um senso de urgência, a banda passou por 21 músicas de diversas fases da carreira em pouco mais de 90 minutos de show. Aos fãs cariocas, resta torcer para que o grupo não passe novamente 10 anos sem fazer shows na cidade. Agradecimentos à Top Link pela produção do evento e a assessoria do Vivo Rio pelo credenciamento de nossa equipe.
Set List The Sisters Of Mercy:
More
Ribbons
Doctor Jeep / Detonation Boulevard
Amphetamine Logic
Body Electric
Alice
Crash And Burn
No Time To Cry
Marian
Arms
Dominion/Mother Russia
Summer
Jihad (The Sisterhood cover)
Valentine
Flood II
Something Fast
Lucretia My Reflection
Vision Thing
First And Last And Always
Temple Of Love
This Corrosion
