Texto por Clayton Franco – Fotos por divulgação – Edição por André Luiz
Antes de tudo, gostaria de explicar aos meus leitores que este texto não tem o cunho de ser uma biografia detalhada de Ronnie James Dio. Não pretendo entrar no mérito de explanar de forma exaustiva sobre sua discografia, bandas pelas quais tocou, fatos marcantes em sua carreira, etc… Nada disso. Para isto existe bons sites na internet e ótimas biografias disponíveis para ler. Aos versados na língua inglesa, recomendo a biografia disponível no site da Wikipedia inglesa. Quero acima de tudo, através deste texto, fazer uma homenagem a um de meus vocalistas preferidos, contanto o que ele representa para mim. O que foi conhecê-lo pessoalmente e o impacto de sua morte sobre mim. Agora que já expliquei o propósito do texto, vamos a ele propriamente dito.
“Heaven and Hell”… Da melhor manhã, à pior Tarde:
Engraçado como a vida é. Há dias ruins e bons. Cada amanhecer nos trás uma nova perspectiva de vida. Como será o novo dia que nasce? Será maravilhoso ou terei uma manhã horrível? Ou novamente meu dia será um puro tédio entre trabalho, curso e casa recheado de congestionamento entre os três destinos? A graça da vida esta em sua imprevisibilidade… Mas às vezes essa imprevisibilidade é injusta. Nos da uma de nossas melhores manhãs, daquelas que para sempre vamos lembrar, e depois te joga um balde de água fria no cair da tarde com uma notícia que lhe deixa sem rumo e sem sentir o chão abaixo de seus pés. Acho que isso descreve como foi o meu domingo, dia 16 de maio, na capital paulistana. Não é segredo nenhum que meu gosto musical dentro do rock, heavy metal e hard rock é bem extenso. Gosto de bandas dos anos 50 e 60 como Chuck Berry e Jerry Lee Lewis, passando pelo Metal clássico do Sabbath e Iron Maiden, pelo Hard Rock praticado por Twisted Sister e também o Power Metal de bandas como Helloween. Mas, meus caros leitores, devem estar se perguntando o que isso tem haver com o título do texto, correto? Bem, para entender o sentido do texto temos que voltar no tempo algumas semanas.
Quando li a notícia que a “Big Brother and the Holding Company” tocaria na Virada Cultural isso me soou inimaginável. Para os que curtem a psicodelia dos anos 60 devem conhecer muito bem a banda. Foi a responsável por revelar ao mundo o talento de Janis Joplin, que infelizmente nos deixou tão cedo, entrando para o seleto grupo de músicos que faleceram aos 27 anos de idade (entre eles Hendrix e Jim Morrison). Tudo bem que a banda não conta mais com a voz feminina, mais rouca e puxada para o blues, que apenas Janis sabia fazer. Ela não esta mais na banda, mas quando eu teria a oportunidade de ver os três membros remanescentes juntos novamente? Esta era a primeira tour em anos, e também seria sua primeira passagem pela América Latina… Pensei comigo, qual seria minha outra chance de tentar uma foto com eles novamente e autografar meus discos? Talvez nunca mais. Com este pensamento me guiando fiz uma correria durante a virada cultural na madrugada de sábado para domingo, migrando de hotel em hotel procurando a banda, conversando com amigos que também caçam seus autógrafos, tentando alguma informação nos bastidores. Finalmente, quando achei que tudo estava perdido, consegui encontrá-los. Todos já são bem velhos e muito cansados após o show, mas simpáticos o suficiente para dar fotos e autógrafos aos seus fãs. Foi um dos melhores dias que já tive ao conhecer uma banda que cresci ouvindo e sabendo de sua grande importância para musica dos anos 60. Nem em sonhos imaginaria que veria um show deles, quanto mais conhecê-los. Alias, quando finalmente consegui encontrá-los era em torno de sete horas da manha, e mal sabia que tão distante de SP, estava acontecendo algo que me roubaria toda a alegria que estava tendo naquele momento.
Fim de tarde, quando chego a Taubaté e acesso a net me deparo com uma notícia que custei a acreditar. Atualizo a pagina várias vezes, achando que poderia ser uma brincadeira de mau gosto, mas a verdade esta estampada nua e crua na tela do meu computador. Ronnie James Dio já não se encontrava mais entre nós. Toda a felicidade que tive na manhã daquele domingo, após conhecer uma de minhas bandas preferidas, vai por água abaixo quando vejo que o vocalista que mais admiro havia falecido.
“Rising”… Crescendo ao som do Mestre:
Tenho 28 anos, e gosto de Heavy Metal desde os 12 praticamente. Em 16 anos fazendo parte da cena, vi a mesma ter seus altos e baixos. Acompanhei vocalistas, guitarristas, baixistas e músicos em geral em suas carreiras até o fatídico dia de sua morte. Mas confesso que esta perda foi a primeira que realmente me deixou para baixo e que fez sentir que havia morrido algo dentro de mim também. Ronnie foi um dos primeiros vocalistas que conheci e, lembro até hoje, quando ganhei o LP usado “Intermission” do meu pai. Sua voz, grave e poderosa, mas que sabia ser suave e meiga quando a canção precisava me impressionou. Ao longo dos anos me aprofundei em sua carreira, tanto solo como das bandas as quais Ronnie havia participado. Conheci a banda Elf, onde além de ser o vocalista do grupo, Ronald Padavona (como ainda assinava seu nome) também tocava baixo. Adorava Black Sabbath com Ozzy, mas era inegável a qualidade de Ronnie ao assumir o posto de frontman da banda. Para os ozzymaniacos é difícil acreditar, mas prefiro muito mais a voz de Dio à frente do grupo. Acompanhei sua carreira solo e suas participações especiais em dezenas de discos de outras bandas. A cada novo disco a voz do “homem da montanha prateada” me cativava. Suas letras pesadas dos álbuns sabbaticos e todas as histórias fabulosas de um mundo mágico medieval em seus discos solos me transportavam para outro lugar. Um lugar diferente do mundo em que vivemos me fazendo sonhar em ser um guerreiro medieval a matar dragões. Besteira minha? Talvez sim, mas este era o impacto que sua obra causava sobre a mente de um adolescente do interior, que sonhava em ver um show de seu ídolo.
Cresci, com o metal dentro do coração, e fui conhecendo bandas dos mais variados estilos. Em todas as revistas e sites que acompanhava, lia entrevistas de outros gigantes da música pesada e percebi que muitos faziam citação ao “pequeno grande homem”. Sua importância para o Heavy Metal era incontestável. E o sonho de vê-lo um dia ao vivo ia crescendo cada vez mais. A oportunidade chegou em 1997 no Skol Rock e confesso que quando foram executadas “Mistreated / Catch the Rainbow” meus olhos se encheram de lágrimas de alegria e satisfação de ter um sonho realizado. Posteriormente pude ver no ano de 2000 a tour orquestrada do Deep Purple (outra de minhas bandas preferidas), com participação do baixinho cantando o clássico “Smoke on the Water” do Deep e a sua canção solo “Rainbow in the Dark”. Novamente foi um dos melhores shows que pude presenciar. Em 2004 voltou ao Brasil com a tour “Mágica” e lá estava eu no meio do público para ouvi-lo novamente. Mas, foi em 2006 que pude ver o seu melhor show até então. Vindo com a tour do DVD “Holy Diver Live” pude ouvir na íntegra o álbum mais importante e essencial de sua carreira solo. Por sinal, este é seu LP solo que mais gosto de sua magnífica carreira. Achei que depois deste show, nenhum show do baixinho superaria aquele set list maravilhoso; até que oportunamente houve a notícia da reunião do Sabbath que gravou um dos mais importantes discos da história da música pesada: heaven and hell! Quando anunciam duas datas em SP, entro em transe sabendo que poderia ouvir clássicos gravados por Dio que imaginaria que ele nunca mais cantaria ao vivo. Se este show tinha tudo para superar o de 2006, mal sabia eu que esta tour me proporcionaria um dos dias mais felizes que já tive em minha vida e guardarei para sempre em minha alma!
“Man on the Silver Mountain”… O homem da montanha prateada em pessoa:
Saber que Dio e Iommi estavam tocando juntos novamente, algo que nem em meus maiores devaneios sonhava, já era uma noticia por si só fabulosa. Mas ver que a perna da tour passaria por SP, em duas noites seguidas, era bom demais para ser verdade. Dessa vez não veria apenas o mestre da voz rouca, mas também o gênio da guitarra responsável pela consolidação do Heavy Metal como estilo musical. Era uma oportunidade em um milhão e desta vez não veria apenas o show, gostaria de conhecê-lo pessoalmente e pegar autógrafos em meus LPs. No dia do show, começou a correria com alguns amigos vindos dos mais diversos lugares, como o Dan de Ubatuba/SP e Bruno IZ de Curitiba/PR e nos hospedamos no mesmo hotel que a banda para tentar a sorte de pelo menos vê-lo mais próximo que no palco. No meio do caminho encontramos muitos outros amigos queridos: Myrna, Carlos, Rafael, Davi, Adriano, Sheila, Bono, André, Léo, Jonny, Ju entre tantos outros… Todo mundo unido, em um mesmo ideal: Presenciar um dos maiores shows que o Brasil recebia em muitos anos. Dentro do hotel, já devidamente hospedados, a tensão aumentava em minhas veias. Será que eu o conheceria? Será que ele era tudo aquilo que eu imaginava ser? Será que tudo que ouvi as outras bandas falar sobre ele, era verdade? Dentro de alguns instantes eu saberia…
Um pouco depois das duas da tarde, eis que vejo um ser de aspecto franzino, bem magro e baixinho, saindo do elevador e dirigindo-se ao hall do hotel. Era o próprio Ronnie James Dio. Tentei chegar perto do mesmo, mas seus seguranças não deixaram. Sentia dentro de mim o sonho desabar com o impedimento de chegar perto do baixinho. Mas ele me viu, e isso foi o diferencial. Veio até mim com um sorriso no rosto me cumprimentando e naquela hora a emoção falou mais alto. Já havia encontrado com outras grandes bandas, como Deep Purple, Iron Maiden, Motorhead, etc e sempre agi normalmente pedindo uma foto e um autógrafo, mas naquela hora, a emoção falou mais alto. Sou péssimo em inglês e nem mesmo um “Hi Mr. Dio. I’m your fan, can you give me an autograph?” conseguia falar. Se com outras bandas meu inglês porco e péssimo ainda me ajudava em alguma coisa, naquele momento não conseguia dizer nada. A voz embargou, tremia dos pés a cabeça, e apenas gaguejava. Dio percebeu isso, e sorrindo perguntou se eu tinha alguma coisa para ele autografar. Remexendo na bolsa tirei uma pilha de mais de 15 discos de vinil que acabo derrubando vários no chão devido à emoção. Quando me abaixo para pegar alguns, noto que Dio também faz o mesmo, e vai me ajudando a juntá-los e autografando todos os discos. Educadamente comenta que eu tenho muita coisa dele em suas mais diversas bandas, se detendo especialmente em um disco do Elf, edição original da época, dizendo que aquele era muito raro. Eu digo que era um dos meus discos mais especiais, devido à dificuldade de encontrá-lo, e o baixinho perguntando meu nome autografa o disco com um “To Clayton. Magic. Ronnie James Dio”. A cada disco que ele passa autografando, faz algum comentário que eu não entendo, e vendo que eu não sabia falar inglês, me entrega o disco sorrindo e olhando em meus olhos. Naquele momento, percebi que estava diante de um dos artistas mais humildes que já conheci e que talvez nunca mais voltasse a conhecer. Aquele momento mágico explica o subtítulo deste texto. Dio não trata seus fãs diferentes da maneira com que trata o pessoal da imprensa. Tão pouco faz distinção entre produtores, seguranças, ou pessoas do mundo musical. Não importa quem é a pessoa, de onde ela vem ou que ela faz, ele trata todos de forma igual, sincera e honesta. Todos à sua volta são iguais para uma das pessoas mais humildes que conheci, mas poucos se igualam a ele em carisma, talento, humildade e acima de tudo profissionalismo. Não se importou em autografar toda a pilha de discos que levei e tamanha era minha emoção de ver meu grande herói da adolescência na minha frente que nem reparei que o senhor de braços cruzados ao seu lado olhando todo meu embaraço feito uma criança em frente ao ídolo, era o próprio Vinnie Appice, baterista de longa data da banda do Dio. Quando o mestre saiu para almoçar que meus amigos comentaram sobre o Appice é que pude vê-lo mais tarde e também conseguir seus autógrafos. Tentando conversar com o Dio, expliquei que havia alguns fãs ao lado de fora do hotel que gostaria muito de conhecê-lo e ele se prontificou a atender a todos lá fora. Avisei-o que havia em torno de 10 a 15 fãs no lado externo do hotel e o mesmo estava disposto a ir atendê-los, inclusive tendo pedido para nós (fãs que estavam dentro do hotel) que avisassem aos que estavam do lado de fora que bastava organizarem-se em uma fila ordenadamente que ele falaria com todos. Mas ao ver uma fã se esperneando e gritando a plenos pulmões com voz estridente o nome dele (mais parecendo uma pré-adolescente fã de Rebelde), ele virou para gente e pediu desculpas falando que daria confusão ele sair lá fora, pois o público (no caso apenas essa fã ensandecida) não estava contribuindo. Infelizmente devido a essa guria, o pessoal ficou sem conhecer a pessoa extremamente grandiosa que foi o Dio, e hoje, tristemente, não terão a mesma oportunidade novamente.
“Killing the Dragon”…Enfrentando o Dragão:
Lembrando o dia que o conheci, com todos os momentos vivos em meu coração, vejo as notícias sobre a morte do mestre na internet. Primeiramente foi o comunicado oficial postado por sua esposa Wendy, que ficou todo o tempo ao seu lado nesta dura batalha. Aliás, batalha que o baixinho não fugiu em nenhum momento. Se no palco ele era um exemplo de profissionalismo e fora dele um exemplo de humildade, quando foi diagnosticado com a doença se tornou um exemplo de perseverança. Logo que a notícia veio à tona, sua esposa colocou o seguinte comentário no site oficial: “Ronnie foi diagnosticado com início de câncer no estômago. Nós vamos começar o tratamento imediatamente na clínica Mayo. Depois de matar esse dragão, Ronnie voltará aos palcos, fazendo o que ele mais ama, tocando para os seus fãs”. E os apreciadores da música pesada chocaram-se com a noticia de sua doença. A partir desta data, literalmente choveu emails e comentários em seu site lhe desejando melhoras. Todos seus fãs queriam dizer que estaríamos torcendo e ao seu lado enfrentando o dragão. Mais para frente saiu o comentário “Ele já mudou algumas coisas na sua dieta e isso o ajudou a se sentir melhor, e admitiu que o negócio de tomar alguns drinks é algo que ele deixará para trás. Eu vou dividir com vocês o que eu puder e quando eu puder, mas saibam que Ronnie está pronto para lutar e ganhar, e qualquer um que conhece o homem sabe que ele vai ter sucesso!”. Todos seus fãs acompanharam de perto seu estado, pois Ronnie e Wendy sempre foram transparentes quanto ao seu estado de saúde. Sua perseverança é sentida em cada novo post em seu site. “Eu tenho sorte de ser uma pessoa rígida em termos das coisas em que acredito”, diz o cantor, que tem uma mensagem direta para o tumor em seu estômago: “Câncer, eu vou te cobrir de porrada!”. Mas suas últimas mensagens trouxeram uma preocupação para os que acompanhavam a batalha contra o dragão. Uma destas mensagens em especial mostrava que nosso herói também era um ser humano como todos nós, pois em sua última entrevista Ronnie disse: “Bem, eu me sinto bem e mal às vezes. É um processo longo. Quimioterapia é… eu nem imaginava o quão difícil é essa coisa. É um verdadeiro efeito cumulativo – quanto mais você tem, mais ele se acumula e você leva mais tempo e mais tempo para superar isso. É muito difícil me alimentar. Eu não gosto de comer de qualquer jeito, então eu acho que está OK. Mas eu sei que tenho que fazer. Mas isso é muito, muito difícil. Mas se você está determinado a vencer, então você tem que ir com o que você acredita que vai dar certo para você, e neste caso é isso. Vou para um grande hospital em Houston chamado Anderson MD, que eu acho que é o melhor hospital do mundo. Eu tenho o melhor médico do mundo, Dr. Ajani, em quem eu confio muito e realmente acredito, por isso acho que fiz as coisas certas. Faz-me sentir positivo sobre a minha vida e na certeza que há muito mais do que viver “. Vemos em suas palavras toda sua transparência em relação à doença, e sua forte batalha contra o dragão, mas também vemos que ele é um simples ser humano lutando contra uma doença ingrata. E por final, tristemente o dragão venceu nosso grande herói.
“Long Live Rock ‘n’ Roll”… O reconhecimento de todos:
Ainda no domingo, depois de sua morte, começaram a pipocar na internet mensagens de tantos artistas falando sobre a terrível tragédia. Em 16 anos curtindo o estilo nunca vi nada parecido, e não duvido de que em alguns anos sua morte será tão comentada e importante para o mundo do metal como a do Elvis é para o Rock Roll. Dio não criou o Heavy Metal, mas foi um dos maiores responsáveis pela sua divulgação e moldagem deste estilo. Era literalmente uma lenda viva, e todos nós acreditávamos que o metal era de certa forma um estilo musical imortalizado em sua pessoa.
Artistas de renome, sem exceção, fazendo comentários sobre a obra musical de Ronnie. Todos queriam compartilhar o quanto eles foram influenciados por sua vasta carreira, como foi assistir um show do Dio, como foi estar frente a frente com ele, etc. E algo que ficava visível a cada novo post eram os comentários unânimes sobre a humildade e o carinho que ele tinha por todos à sua volta. Apenas para citar alguns dos medalhões musicais que teceram algumas palavras sobre este fatídico dia: Metallica, Deep Purple, Iron Maiden, Judas Priest, Slash, Kiss, Van Halen, King Diamond, Udo, Queensryche, entre tantos outros… Nunca vi tamanha comoção e tristeza no heavy metal como esta semana.
“Rainbow in the Dark”… A Vida continua:
Ronnie James Dio se foi, a obra do artista permanece. Meu pai costumava dizer que uma pessoa só morre verdadeiramente quando nos esquecemos dela. Seguindo este pensamento, podemos dizer que Dio é imortal. Sua personalidade, sua voz maravilhosa, seus trejeitos sobre o palco, seu sorriso simpático para com todos ficara vivo em nossas mentes. Cada vez que um fã colocar uma música sua para tocar, ele será relembrado e revivido em nossos corações. Ronnie se foi sim, mas deixou um vasto legado musical que inclui 3 discos com o Elf, 4 discos com o Rainbow, 4 discos com o Sabbath, uma dezena de trabalhos solo em estúdio além de inúmeros discos ao vivo. Dezenas de participações especiais em discos de outros músicos alem do seu projeto “Hear ‘n Aid” no qual mais de 40 artistas da comunidade heavy metal se reuniram para doar seu tempo e talento em uma canção escrita por Ronnie para arrecadar dinheiro para crianças famintas na África.
Por toda este vasto material que nos deixou de presente, podemos dizer que Ronnie jamais será esquecido, pelo contrário, será sempre lembrando como um vocalista baixinho e franzino, mas que ao subir no palco se tornava um gigante! Um gigante dotado de uma voz rouca, grave e grossa, mas que sabia ser suave e angelical quando a melodia pedia. Um cantor que como poucos, conseguia através de seu desempenho passar todo seu sentimento para os que o viam cantando. Encerro essa matéria, com lagrimas correndo pelo rosto relembrando tudo que este baixinho me proporcionou. Sei que as pessoas que não acompanham o Metal não entenderão estes sentimentos, e mesmo dentro daqueles que gostam do estilo, muitos vão achar ridículo um homem de 28 anos chorando a morte de um velho cantor. Ledo engano meus amigos, pude assistir a 5 tours dele pelo Brasil e estar pessoalmente com ele por um dia, mas suas canções me aproximaram dele durante toda minha juventude a ponto dele ser mais presente em minha vida do que muitos parentes. Senti sua morte, como se fosse de alguém muito próximo a mim, e agradeço ao mestre a oportunidade de ter conhecido sua obra. Do fundo de meu coração, desejo uma boa passagem para o mundo espiritual, sua voz não será ouvida novamente entre a gente. O mundo do metal ficou um pouco mais escuro agora, mas para aqueles que sabem para onde olhar, verão na escuridão da noite a luz do seu arco-íris brilhando e iluminando o caminho de novos fãs e músicos. Obrigado por tudo Dio, e um dia nos encontraremos novamente! Fique em paz!
Clayton Franco
Um fã órfão como tantos outros
Caracas… escrevi esse texto a quatro anos atras… incrivel como ainda sinto falta dessa voz. O espaço vazio que esse cara deixou na musica nunca sera preenchido 🙁
Conotações homofóbicas a parte (rsss), DIO é um dos exemplos da palavra insubstituível aplicada no meio musical, quatro anos sem o mestre…