Texto por Clayton Franco – Fotos por Andrea Leopoldo – Edição por André Luiz
O clã novamente marchou por São Paulo! Para aqueles que não conhecem, o grupo alemão foi fundado no início dos anos 80 e foi um dos líderes do que hoje é chamado de FWOGHM (First Wave of German Heavy Metal – Primeira onda de Heavy Metal Alemã), ao lado de grupos como Running Wild e Rage. Trazendo em suas fileiras o vocalista Chris Boltendahl, suas músicas se caracterizam por uma sonoridade com um vocal grave e rasgado além de riffs pesados com muitas passagens melódicas, refrões grandiosos (que muito lembram o power metal) e próprios para serem cantados em coro de forma épica. O Grave Digger possui uma discografia que é um verdadeiro legado ao Metal Germânico, o qual influenciou muitas bandas ao redor do mundo, e foi com o peso desta história que Chris e sua trupe desembarcaram em São Paulo para nos apresentar uma aula de heavy metal e brindar seus fãs com um show avassalador e ao mesmo tempo cativante, uma noite de boa música, energia e entrosamento entre banda e fãs.
O show iniciou pontualmente as 19h (diga-se de passagem, ótimo horário para um show de domingo) com um público grande que já tomava conta de grande parte do Carioca Club. Abrindo a noite com “Return Of The Reaper”, faixa-título do último trabalho de estúdio, seguida por “Hell Funeral”, também do mais recente petardo. Sem dar tempo para os fãs respirarem, emendaram com “The Round Table”. Após a trinca tocada de forma rápida e sem intervalos, Chris se dirige a platéia pela primeira vez dizendo o quanto estava feliz em voltar novamente a São Paulo e agradecendo a presença de todos. Fato engraçado foi que nesta interação com o público, Chris recebe um óculos escuro de um fã na primeira fileira e passa a usá-lo, daqueles que lembram muito os utilizados por Rob Halford no Judas Priest. O Frontman, por este motivo, começou o coro de “Breaking the what?”, no qual os presentes responderam em coro “The Law”, com Jens Becker também participando da interação executando o riff inicial deste clássico do Priest. Brincadeiras a parte, Chris anunciou que estava na hora de visitarmos um clássico antigo do grupo, apresentam “Witch Hunter”, cantada em uníssono pelos presentes, inclusive alguns fãs que estavam no meio do público levantaram a capa do respectivo vinil durante a execução da canção.
Após a visita aos primórdios do Grave Digger, o show continuou com “The Dark Of The Sun” e “Ballad Of A Hangman” e novamente tivemos a divulgação de seu último álbum de estúdio com “Seasons Of The Witch”. Vemos quanto os alemães são queridos por seus fãs tupiniquins, visto que o recente trabalho não faz nem um ano que foi lançado e todos já tinham a letra na ponta da língua. E o show continuava misturando canções clássicas como “Lionheart” e “Wedding Day” com músicas mais novas a citar “War God” e “Hammer Of The Scots”. O entrosamento da cozinha formada por Stefan Arnold (bateria) e Jens Becker (baixo) era notável, sempre precisa, marcando o ritmo e deixando o palco livre para Axel Ritt desfilar seus riffs e tomar conta do palco. Sempre sorridente, o guitarrista descia até a parte mais baixa do palco indo bem na frente dos fãs da primeira fileira para tocar e estar mais próximo do público.
Mais uma canção do novo disco, “Tattooed Rider” marcou o fim das músicas do último disco, para executarem um set apenas com clássicos dos anos 90, iniciando com “The Curse Of Jacques” e “Excalibur”. Novamente Chris se dirige aos presentes dizendo o quanto era importante o público brasileiro para banda, que a noite estava sendo memorável e ficaria em sua memória para sempre. A platéia agradeceu com palmas e gritando ‘Digger’ a plenos pulmões. Neste clima contagiante entre fãs e banda, tivemos a execução de “Knights Of The Cross” que foi acompanhada por todos os presentes e aplaudida no final. Banda sorridente no palco, agradecendo ao público enquando Axel Ritt inicia as primeiras notas de “Rebellion (The Clans Are Marching)”, riff mais que conhecido dos fãs, levando todos a uma catarse geral. Incrível como esta canção funciona ao vivo, seu refrão épico foi cantado em alto e uníssono pelos presentes, por diversas vezes encobrindo a voz de Chris no palco. Fim da canção, o grupo agradece a todos pela grande noite e deixa o palco, mas o show ainda não havia acabado, muitas músicas ainda estavam por rolar…
Após alguns minutos, os músicos retornaram ao palco com “Morgane Le Fay”, seguida de “Highland Farewell”. Chris apresentou a banda, com destaque para o tecladista Marcus Kniep, substituindo H. P. Katzenburg que deixou a banda ao final de 2014 devido projetos pessoais. Voltando ao show em si, o frontman agradeceu a presença de todos e desejou uma ótima noite, o público respondia gritando o nome da banda e Boltendahl perguntou se ainda aguentavam mais uma. Com todos os presentes gritando em uníssono, temos a execução de “Grave Desecrator” e finalizando o show, o petardo que dá nome ao primeiro disco dos alemães “Heavy Metal Breakdown”, sem dúvida uma ótima canção de metal para encerrar uma grande noite dedicada ao estilo.
Algumas considerações sobre a noite: o Carioca Club realmente se transformou em uma ótima casa para shows de porte médio, com fácil acesso ao local através de metrô e ônibus, realmente se tornou um ponto estratégico para shows nos últimos anos (o próprio Grave Digger já tocou lá em anos anteriores); a escolha do horário do show também se mostrou muito sensata, ao findar do evento ainda havia transporte público disponível o que ajuda os fãs de todos os cantos de São Paulo (cansei de shows que iniciam a uma da manha para acabar as três, para mim, que moro no interior, foi menos cansativo para viajar e ainda trabalhar no dia seguinte); e por último, meus agradecimentos ao Costabile Jr. pelo credenciamento do nosso portal para cobertura do evento, à Samara Felix (presidente do Fã Clube do Grave Digger no Brasil) pelo auxílio na elaboração da resenha e ao Julio Viseu e Milena Gonzales por trazer esta ótima banda com uma grande turnê para São Paulo..
Set List Grave Digger:
01. Return of the Reaper – Return of the Reaper (2014)
02. Hell Funeral – Return of the Reaper (2014)
03. The Round Table (Forever) – Excalibur (1999)
04. Witch Hunter – Witch Hunter (1985)
05. The Dark of the Sun – Tunes of War (1996)
06. Ballad of a Hangman – Ballad of a Hangman (2009)
07. Seasons of the Witch – Return of the Reaper (2014)
08. Lionheart – Knights of the Cross (1998)
09. Wedding Day – The Reaper (1993)
10. War God – Return of the Reaper (2014)
11. Hammer of the Scots – The Clans Are Still Marching (2010)
12. Tattooed Rider – Return of the Reaper (2014)
13. The Curse of Jacques – Knights of the Cross (1998)
14. Excalibur – Excalibur (1999)
15. Knights of the Cross – Knights of the Cross (1998)
16. Rebellion (The Clans Are Marching) – Tunes of War (1996)
Encore:
17. Morgane le Fay – Excalibur (1999)
18. Highland Farewell – The Clans Are Still Marching (2010)
19. Grave Desecrator – Return of the Reaper (2014)
20. Heavy Metal Breakdown – Heavy Metal Breakdown (1984)