Glenn Hughes – 22-08-2015 – Rio de Janeiro (Teatro Odisseia)

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Texto por Rodrigo Gonçalves – Fotos por Arony Martins – Edição por André Luiz

Encerrando sua bem-sucedida turnê por seis cidades do Brasil, o lendário baixista e vocalista Glenn Hughes veio à cidade maravilhosa para se apresentar diante de um público que não apenas entupiu o Teatro Odisseia, como também participou ativamente do show e fizeram o dia seguinte ao aniversário de 64 anos do experiente músico ser mais uma daquelas noites memoráveis.

Após experiências que terminaram de certa forma sendo traumáticas com o Black Country Communion e o California Breed, Glenn decidiu que era hora de retornar às suas raízes e sair em turnê solo, apostando novamente no formato power trio, assim como fez lá no começo de sua carreira nos anos 1970 com o Trapeze. Para a empreitada recrutou o excelente guitarrista Doug Aldrich (Dio, Revolution Saints), que tocou durante anos no Whitesnake ao lado de seu grande parceiro musical, David Coverdale. Completando o time, o baterista sueco Pontus Engborg, que colabora há anos com Hughes em sua carreira solo.

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Uma olhada no set list dos primeiros shows no Brasil me deixou de certa forma cabreiro com a apresentação. Afinal de contas, parecia um tanto quanto conservador, uma aposta segura com alguns de seus maiores sucessos no Deep Purple figurando no repertório e ignorando por completo boas fases de sua carreira, como os projetos com os guitarristas Tony Iommi e Pat Thrall, só para citar dois exemplos. E ainda houve espaço para um inexplicável cover do Whitesnake. Mas bastou o trio formado por Glenn Hughes, Doug Aldrich e Pontus Engborg entrar no palco, para qualquer dúvida com o set list ir por água abaixo. O começo fulminante com o clássico “Stormbringer” do Deep Purple pôs o Teatro Odisseia abaixo e de cara deu o tom do que seria a noite.

Se “Orion” foi recebida com certa indiferença, “Way Back To The Bone” e “Sail Away”, clássicos do Trapeze e Deep Purple, respectivamente, fizeram a alegria dos presentes e colocaram a plateia para cantar alto novamente. “Touch My Life”, mais uma do Trapeze, foi mais uma demonstração da força e da versatilidade de Hughes. Em conversa com o público antes de “One Last Soul” do Black Country Communion, supergrupo que Hughes formou ao lado do guitarrista Joe Bonamassa e do baterista Jason Bonham, ficou claro que por mais que o baixista diga ‘não’, as feridas pelo fim do grupo ainda estão abertas e vivas na mente dele.

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Antes de “Mistreated” aconteceram alguns dos grandes momentos da noite. Primeiro, Glenn contou a história da criação da música, sua primeira colaboração com Ritchie Blackmore e lembrou momentos das sessões de gravação do álbum ‘Burn’ do Deep Purple. Em seguida, Doug Aldrich foi ao microfone e se dirigiu ao público para lembra-los que no dia anterior havia sido o aniversário de 63 anos de Glenn e incitou a plateia a cantar parabéns ao vocalista. Pedido feito, pedido atendido. A surpresa fez Glenn se emocionar mais uma vez. Em cima do palco, uma versão matadora do clássico do Deep Purple foi executada. Com direito a solo de Aldrich na introdução e um Glenn Hughes inspiradíssimo, alternando entre tons mais baixos e graves com incrível facilidade fazendo tanto as partes dele quanto as que cabiam a Coverdale na versão original.

Se um primeiro momento o cover de “Good To Be Bad” do Whitesnake causou desconfiança, a pesadíssima versão para a música fez a desconfiança ser rapidamente esquecida. Caminhando para o final da apresentação, tivemos a excelente “Soul Mover”, faixa-título do álbum solo lançado por Glenn em 2005 e que contou com um extenso solo do bom baterista sueco Pontus Engborg. Após uma breve saída de cena, o trio retornou ao palco e encerrou a noite com o clássico atemporal “Burn” do Deep Purple.

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Mais uma grande noite de rock no Rio de Janeiro proporcionada pelo sujeito popularmente conhecido como a ‘Voz do Rock’. Glenn parece ter encontrado em Doug Aldrich um parceiro ideal. Os dois demonstraram grande química e Doug tem muita identificação com o tipo de som que o vocalista fez durante sua carreira, tornando-se uma espécie de parceiro perfeito para Hughes. O entrosamento demonstrado pelo trio nos faz torcer para que essa parceria seja estendida e gere frutos mais duradouros. Agradecimentos à produtora Blog N Roll pelo tratamento dispensado a equipe do Portal Metal Revolution.

Set List Glenn Hughes:
Stormbringer
Orion
Way Back To The Bone
Sail Away
Touch My Life
One Last Soul
Mistreated
Good To Be Bad
Soul Mover
Burn

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