Texto e fotos: Clovis Roman
Bandas: Master, Necrotério, Zombie Cookbook, Ethel Hunter, Incivus Infectus
Já consagrado como um dos melhores festivais de Metal extremo da atualidade, a 8ª edição do Dead Shall Rise trouxe, mais uma vez, uma banda internacional. Mas não apenas o Master era digno de nota. Absolutamente todas as bandas de abertura mostraram-se competentes, cada uma em sua vertente específica.
A primeira a subir ao palco do Hangar foi o Ethel Hunter. Era a primeira apresentação da banda, que conta com ex-integrantes de grupos renomados como A Tribute To The Plague e Fornication. Tocaram todas as músicas do recém-lançado EP No Man Is Truly Free (registro obrigatório para quem curte Death Metal), e outras inéditas, com destaque para “By Nightfall”. Depois, seguiu o Incivus Infectus, com um disco de mesmo nome embaixo do braço. Porém, a banda preferiu focar nas novas composições, tocando apenas três das sete faixas do CD. O baterista Yuri explicou que muitas das faixas gravadas são composições mais antigas, por isto o interesse deles em tocar material mais recente. O grupo fez um set rápido, com muita violência, e os vocais revezados entre Michel e Yuri ficaram excelentes.
O Zombie Cookbook aposta num visual inspirado em filmes de terror, e realmente fica legal no palco. Já no quesito musical, eles fazem um som relativamente simples. Ao vivo funciona melhor que em estúdio, e a despeito deles terem músicas muito boas, como “I Sell The Dead”, a apresentação pareceu se estender em demasia. Foi a deixa para ir comprar uma cerveja, pois na sequência, o grande Necroterio era a esperança de mais um show destruidor. Dito e feito, a banda extraiu o melhor de seus dois discos de estúdio – o último saiu há mais de 10 anos – e mostrou o motivo de serem um dos mais importantes nomes do gênero por aqui. A banda ganhou muito com o retorno do carismático vocalista Mano (ex-Hecatomb), que estava especialmente empolgado no palco. A banda ainda mandou algumas covers, e mesmo errando uma coisinha ou outra, valeu pela celebração. Memorável (e eles devem lançar alguma coisa nova para comemorar 20 anos de carreira, vamos aguardar!).
Chegava, então, a hora do Master. Pela primeira vez na cidade, a banda contou com o guitarrista brasileiro Marcelo “Índio” d’Castro, no lugar do original Alex Nejezchleba, acidentado recentemente. E ele – que também toca no Necromancia – segurou as pontas com bastante qualidade, fazendo bonito até mesmo nos solos. A abertura foi ótima, com “Master”, música que já foi regravada pelo Napalm Death em um de seus discos de covers. O líder Paul Speckman se mostrou mais simpático do que seu semblante sugeria. No intervalo de várias músicas, ele repassava ao guitarrista algumas notas, enquanto conversava com o numeroso público presente. O set teve uma dúzia de músicas, e além da já citada, os destaques ficaram com “Slaves to Society” e a cover do Black Sabbath, “Children Of The Grave”, a saideira.
O evento mostrou como temos ótimas bandas no Brasil, que nada ficam a dever para os gringos! Parabéns a produção da Damar, do Hamilcar Zaim, pelo profissionalismo cada vez mais evidente em seu trabalho.













