Texto por André Luiz – Fotos por Evanil Jr. – Edição por André Luiz
A terceira edição da São Paulo Oktoberfest representou uma evolução na história do próprio festival, o qual cravou definitivamente seu posto entre os principais eventos do ano na capital paulista. A primeira parte na evolução foi a mudança do local, para o Jockey Club, acarretando uma avalanche de números superiores ao da edição anterior: a injeção de cerca de R$ 40 milhões no turismo da cidade, geração de aproximadamente 1.800 empregos diretos e indiretos, fluxo de mais de 100 mil pessoas sendo mais de 30 mil visitantes de fora da capital paulista. Através da projeção de investimentos de mais de R$ 5 milhões em marketing e mídia, a expectativa de crescimento para 2023 é do festival alcançar a marca de até 300 mil visitantes.
Em 2019, além da música típica alemã e grupos tradicionais, a produção da São Paulo Oktoberfest montou uma programação ampliada com a presença de grandes nomes nacionais. A exemplo das duas primeiras edições, a gastronomia típica e a experiência cervejeira proporcionada pela Eisenbahn e cervejarias artesanais parceiras foram alguns dos destaques da festa. Uma curiosidade é que neste ano, a versão paulistana ocorreu simultaneamente ao festival de Munique. O Portal Metal Revolution pelo segundo ano consecutivo marcou presença no evento, e abordará em tópicos alguns dos destaques da terceira edição da São Paulo Oktoberfest, assim como ao final da matéria, trará ao leitor um álbum contendo dezenas de imagens exclusivas do evento.
Abertura, estrutura e ações sociais
A São Paulo Oktoberfest inaugurou sua terceira edição com uma cerimônia oficial de abertura marcada pelo estouro do barril – tradição da abertura da festa mundialmente – executada pelo prefeito Bruno Covas, o qual cumpriu o ritual bávaro para abertura do evento. A Big Band da Escola da Comunidade do Colégio Visconde de Porto Seguro executou os hinos nacionais de Brasil e Alemanha, na presença de outras autoridades além do citado prefeito: senador Major Olímpio, secretários de turismo Orlando Silva (municipal) e Vinicius Lummertz (estadual), entre outros representantes de empresas apoiadoras e patrocinadoras.
Inaugurado em 25 de janeiro de 1941 o Jockey Club de São Paulo foi o local escolhido para terceira edição da São Paulo Oktoberfest pela sua estratégica localização e uma estrutura de impressionantes 600.000 m2. Desta forma, foi possível a oferta de opções de entretenimento variadas: o festival possuía 15 atrações no Parque de Diversões. A culinária alemã esteve bem representada através do chef alemão Werner Rotzinger, o qual selecionou pratos originais alemães e estreou um novo prato da Bavária na Biertend, totalizando 17 cozinhas e 157 pratos disponíveis.
De maneira inédita, no domingo, 29 de setembro, ocorreu um casamento (de verdade), o primeiro após 209 anos da cerimônia que deu origem a Oktoberfest em Munique – o casamento do príncipe Ludwig von Bayern com a princesa Therese von Sachsen-Hildburghausen, em outubro de 1810. Eleitos pelas redes sociais, o casal Victor Lorasque e Carolina Ojeda ganhou uma cerimônia completa de casamento. Este momento histórico veio para reforçar ainda mais o conceito de que este festival vai muito além da experiência cervejeira: “é diversão, cultura, amizade e amor, formatado para receber diversos públicos que poderão interagir e se conectar de várias formas com este evento tão esperado por todos”, comentou o fundador do festival em São Paulo, Walter Cavalheiro Filho.
A exemplo da festa original de Munique, o envolvimento de instituições educacionais deu-se atrás das Universidade Anhembi Morumbi, Panamericana Escola de Arte e Design, School Of Rock e Instituto Gourmet, apoiadores oficiais do evento. Já para aqueles que optaram pela aquisição do Ingresso Solidário (doação de 1kg de alimentos não perecíveis), a expectativa neste ano era de doar 30 toneladas de alimentos para a Cruz Vermelha.
Rótulos da experiência cervejeira
Novamente como cerveja oficial do evento, a Eisenbahn disponibilizou diversos bares espalhados por toda estrutura do festival, oferecendo sua linha completa de estilos: Pilsen, Weizenbier, Pale Ale, Dunkel, Strong Golden Ale, rótulo sazonal Oktoberfest – lançado todos os anos em homenagem à festa –, além de duas novidades experimentadas por nossa equipe:
– a Session IPA, com a receita do campeão do reality Eisenbahn Mestre Cervejeiro ano 10 exibido no canal Multishow. Uma tradicional receita de India Pale Ale saborosa ao paladar dos apreciadores desta linha cervejeira;
– criada em parceria com a ICB, a Passenger Beer é uma Sour com Framboesa de edição limitada, oferecida a qualquer participante do festival que apresentasse um comprovante de uso de aplicativo de transporte para ir ao festival. Leve, refrescante e adocicada, perfeita para dias quentes.
Assim como a Passenger Beer, experimentamos uma Sour Pêssego e uma IPA da Fábrica ICB Engenharia Escola, localizada em Indaiatuba, uma das cervejarias convidadas pela Eisenbahn neste ano. Além da Eisenbahn e Baden Baden, durante as três semanas de duração do evento 15 cervejarias se revezaram no festival: na primeira semana a Hocus Pocus, Croma, Bold, Dádiva e Everbrew dividiram as torneiras dos bares Eisenbahn espalhados pela arena do Jockey Clube; na semana seguinte, entraram as cervejarias Verace, Tarantino, Madalena e Zalaz; por fim, na semana de encerramento foram as cervejarias Avós, Fábrica ICB, De Bron Bier, WOT (What’s on Tap) e Dama Bier.
E a trilha sonora…
Com mais de 100 horas de atrações musicais divididas em dois palcos, a variada programação musical foi um dos destaques da terceira edição da São Paulo Oktoberfest. Foram 30 bandas nacionais e típicas, com destaque para IRA!, Paralamas do Sucesso, Kiko Zambianchi, Diogo Nogueira, Biquini Cavadão, Blitz, Raimundos, Terra Celta, Armored Dawn, Queen Experience e a dupla Overdriver Duo. Além destas, as músicas típicas alemãs foram puxadas pela Banda Cavalinho, Banda do Caneco, Banda do Barril e o Bando do Fritz.
No sábado, dia 05, School Of Rock, Banda CW e Banda do Barril fizeram a abertura da festa. Formada por um grupo de entusiastas do Coral “Sociedade Filarmônica Lyra” em São Paulo, o grupo de danças da terceira idade Gold und Silber – coordenado por Monika Schmidt – empolgou e emocionou os presentes através da cultivação da cultura alemã por meio da dança folclórica.
O palco principal contou na sequência com Evandro Tiburski e Fabi Terada trazendo o melhor do estilo pop/rock internacional com a Overdriver Duo direto de Porto Alegre. Através de uma maneira peculiar de executar as músicas preferidas, nomeado de OverStyle, o duo possui uma série de apresentações por Brasil, América Latina, Europa, e iniciará uma turnê mundial a qual passará por 4 continentes entre 2019 e 2020 contando com lançamento das primeiras músicas autorais em rádios de todo o mundo. Mesclando elementos do electro, dance e arranjos modernos, Evandro e Fabi cativaram os presentes em performances para músicas de gêneros variados, destacando-se Michael Jackson e mesmo um medley rock com músicas de U2, Metallica, AC/DC e Bon Jovi – encerrando a performance com “It’s My Life”, sucesso de Jon e seus asseclas.
Percorrendo o interior paulistano, Minas Gerais e Rio de Janeiro há 05 anos com um repertório passeando entre músicas próprias, versões de clássicos da música germânica e brasileira como “Barril de Chopp” e “A Marreca”. Contando com a figura caricata do frontman Fritz em uma sonoridade a qual a própria banda define como Punk Polka, o grupo já lançou na edição anterior seu primeiro álbum. Durante performance de Fritz e cia., houve uma disputa de virada de tulipas com chopp, versão masculina e feminina, divertindo a todos.
Diretamente de Londrina, a Terra Celta foi um dos headliners da noite no São Paulo Oktoberfest. Fundada em 2005, a banda executa música tradicional irlandesa e celta com arranjos inusitados, instrumentos exóticos, irreverência nas letras e uma melodia completamente diferente do habitual. No palco, Elcio Oliveira (vocal, violino, gaita de fole e nyckelharpa), Arrigo (acordeom), Edgar Nakandakari (banjo, mandolin, tinwhistle, clarinete, gaita de fole e hurdygurdy), Le o Cacione (bateria e percussão), Eduardo Brancalion (guitarra, violão e bouzouki) e Bruno Guimarães (baixo) levaram algumas de suas principais composições, como “O porco” e “O quadrado”.
Enquanto a Banda do Barril encerrava os trabalhos no palco principal, o outro headliner da noite, Armored Dawn, apresentava-se no Palco Rock para um grande público. Priorizando faixas do mais recente álbum ‘Barbarian In Black’ mas também incluindo faixas do futuro disco, com destaque para “Sail Away”, “Heads Are Rolling” e “Gods Of Metal”, a banda formada por Eduardo Parras (vocal), Timo Kaarkoski e Tiago de Moura (guitarras), Heros Trench (baixo), Rafael Agostino (teclado) e Rodrigo Oliveira (bateria) contou com um convidado especial: ao fim da performance, o frontman convidou Jimmy London ao palco, e após discursos tanto deste quanto do produtor do Armored Dawn Marcelo Pompeu – Korzus –, executaram alguns hits do Matanza para delírio dos presentes.
Fotos e considerações finais
Alto investimento, mudança de local, atrações musicais de renome, parcerias para a locomoção com responsabilidade e a manutenção da receita de sucesso dos anos anteriores mesclando degustação cervejeira, gastronomia e entretenimento. Com projeção de mais de 100 mil pessoas durante os 11 dias de evento – não confirmado o quantitativo exato até a publicação desta matéria –, a terceira edição da São Paulo Oktoberfest entrou definitivamente no rol de eventos principais do roteiro anual da maior cidade da América Latina. O que esperar das surpresas da quarta edição? Se superarão como nesta terceira? Aguardemos 2020…
Confiram álbum com imagens exclusivas do festival (agradecimentos à equipe São Paulo Oktoberfest). Ein prosit!!!
Álbum completo com mais de 100 fotos na Página do Portal Metal Revolution no Facebook: https://www.facebook.com/pg/portalmetalrevolution/photos/?tab=album&album_id=1647105722093455.