Texto por André Luiz – Fotos por Flavio Santiago Onstage (www.onstage.mus.br) – Edição por André Luiz
O Liberation Festival em sua segunda edição passou a ter não apenas a realização em duas capitais brasileiras – São Paulo e Manaus – como também três side shows pelo país – Porto Alegre, Rio de Janeiro e Fortaleza – contando com os headliners do evento, Kreator e Arch Enemy, além de outras atrações. Na capital paulista, assim como ocorrera em 2017, o line up especial além dos citados headliners trouxe Walls Of Jericho, Excel e Genocídio para o palco da Audio. Em uma quente tarde de sábado, o público compareceu em peso na casa de shows aumentando ainda mais a temperatura do local.
Exatamente às 18h após intro, o Genocídio começou sua apresentação com “Requiescat In Pace”, seguida justamente pela faixa que leva o título do mais recente álbum, a excelente “Under Heaven None”. Após “Up Roar”, agradecimentos do frontman e a execução de “Cloister”. Murillo Leite (guitarra/vocal), Rafael Orsi (guitarra), Wanderley Perna (baixo) e Gil Oliveira (bateria) integram a line up da banda de metal extremo mais antiga de São Paulo, com mais de 30 anos de estrada. Seu último full lenght de 2017, destacou-se como um dos principais lançamentos do ano pela sonoridade madura com adições de nuances distintas como hardcore e mesmo som acústico ao seu death metal tradicionalmente bem elaborado.
“Fire Rain” do ‘The Clan’ de 2010 seguiu a performance a qual contou com o duo “The Grave” emendada com “Kill Brazil”. “Infelizmente vamos tocar a saideira, obrigados a todos vocês” discursou Murillo antes da música final da noite, exatamente a faixa título do álbum de 2010, “The Clan”, encerrando às 18h28m com os cumprimentos aos presentes enquanto os PA’s executavam a faixa derradeira do UHN “Somberkkast” – a citada faixa utilizando violão acústico. A experiente banda paulistana iniciou os trabalhos do Liberation Festival em grande estilo, um aperitivo e tanto para o que veríamos na sequência da noite.
Set List Genocídio:
Intro / Requiescat In Pace
Under Heaven None
Up Roar
Cloister
Fire Rain
The Grave
Kill Brazil
The Clan
Sem delongas, com trabalho de palco ágil dos roadies – ponto positivo durante toda a noite –, os norte-americanos do Excel iniciaram sua performance às 18h45m ao som de uma “Intro” e “My Thoughts” – com direito ao guitar Alex Barreto tropeçando no pedestal – emendada com “Wreck Your World” e “Your Life My Life”. Em sua primeira interação durante a noite, Dan Clements agradeceu o público por estar pela segunda vez em São Paulo e anunciou a faixa título do álbum de 1987, “Split Image”, em meio a rodas abertas nas pistas normal e premium da Audio.
Formada em 1983, a line up dos norte-americanos a qual se apresentou no Brasil foi formada por Dan Clements (vocal), Alex Barreto (guitarra), Shaun Ross (baixo) e Michael Cosgrove (bateria) e trouxe um repertório no qual destacaram-se justamente as faixas destaque do ‘Split Image’ (1987) e ‘The Joke’s On You’ (1989) – muito pelo fato de não lançarem um álbum de inéditas há mais de duas décadas, considerando o período inativo entre 1996 e 2011. “Social Security” e a destaque “I Never Denied” – refrão forte, palmas do público no ritmo da música – seguiram a apresentação dos norte-americanos. Dan anunciou “Shadow Winds” e na sequência, aos gritos de “Excel” vindos do público, o vocalista agradeceu os presentes e iniciou o petardo “Insecurity” regendo os gritos de “we are Excel” vindos da Audio.
Seguindo a escola crossover de nomes como Suicidal Tendecies, a energia demonstrada em palco pelo quarteto contagiou os presentes. Após agradecimentos de Dan à produção, o músico regeu as palmas do público durante a faixa título do álbum de 1989 “The Joke’s On You” – surpresa não presente no set list inicial. “Obrigado meus amigos, somos o Excel” bradou o vocal antes do encerramento definitivo com “Spare The Pain”, finalizando às 19h29m, e permanecendo no palco ainda para jogar camisetas ao público e tirar a tradicional foto com a plateia ao fundo. Quatro anos após o debut em palcos brasileiros, o Excel demonstrou que a energia de suas apresentações não está relacionada a falta de reconhecimento maior da banda no cenário mundial, uma grata surpresa que não deve demorar muito a retornar ao país – será que com álbum de inéditas? Quem sabe…
Set List Excel:
Intro / My Thoughts
Wreck Your World
Your Life My Life
Split Image
Social Security
I Never Denied
Shadow Winds
Insecurity
The Joke’s On You
Spare The Pain
Um dos mais respeitados nomes do metalcore mundial, o Walls Of Jericho fez um show literalmente bombástico na Audio. Da expectativa pela apresentação da banda ou não – visto que a vocalista Candace Kucsulain não pôde embarcar dos EUA para o Rio de Janeiro no dia anterior devido as condições climáticas, cancelando assim o show da banda por lá – a ajuda aos roadies na arrumação do palco, da explosão de energia no palco ao final apoteótico no meio do público, mesmo em meio a Kreator e Arch Enemy podemos dizer que o Walls Of Jericho roubou a cena do Liberation Festival. Iniciando sua performance às 19h45m com o single do mais recente álbum, “Relentless”, emendada com “All Hail The Dead”, a banda que retornava à São Paulo quase uma década depois empolgou mesmo os que não conheciam o quinteto de Detroit.
Promovendo o álbum ‘No One Can Save You From Yourself’ de 2016, os norte-americanos executaram na sequência a própria faixa título e “Forever Militant” em meioa rápidos discursos e muita energia de Candace, correndo de um lado para o outro pelo palco, acenando à plateia, pedindo e se fazendo ouvir com mosh pits e rodas na pista. Um espetáculo de presença de palco, sem deixar de lado a grave e potente voz bradada em alto e bom som, chocando os que não conheciam a sonoridade dos norte-americanos.
Completando exatos 20 anos de carreira, Candace Kucsulain (vocal), Chris Rawson (guitarra), Mike Hasty (guitarra), Aaron Ruby (baixo) e Dustin Schoenhofer (bateria) despejaram petardos de toda sua discografia no palco da Audio: “A Little Piece Of Me” do ‘All Hail the Dead’ de 2004, “Playing Soldier Again” do debut ‘The Bound Feed the Gagged’ de 2000, a dobradinha do ‘With Devils Amongst Us All’ de 2006 “I Know Hollywood And You Ain’t It” e “A Trigger Full Of Promises”, a faixa destaque “Feeding Frenzy” do ‘The American Dream’ de 2008…
Candace agradeceu aos presentes e executou mais uma do ‘All Hail the Dead’ de 2004 ao lado de seus companheiros de banda, “A Day And A Thousand Years”, muito celebrada pelo público. Na sequência, a vocalista comentou sobre os problemas para viajar ao Brasil devido as condições climáticas nos EUA e o sacrifício para chegar apenas pela manhã em São Paulo. Foi a deixa para iniciar a mais celebrada música do show ATÉ ENTÃO, a faixa título do álbum de 2008, “The American Dream”, com refrão bradado em alto e bom som pelos presentes mandando um “fod*-**” ao sonho americano. E o momento derradeiro do show foi o responsável pelo “até então” anterior em letras maiúsculas. Candace e o baixista Aaron Ruby foram aos braços do público no meio da pista durante toda execução da faixa do mais recente álbum “Revival Never Goes Out Of Style”, encerrando de forma memorável às 20h30m a performance dos norte-americanos. Se havia algum débito da banda com os brasileiros por quase uma década longe dos palcos brasileiros e pelo arquivamento do DVD gravado na América do Sul, podemos afirmar que a apoteótica performance de Candace e seus asseclas na Audio arrebatou uma grande quantidade de novos fãs para banda no Brasil.
Set List Walls Of Jericho:
Relentless
All Hail The Dead
No One Can Save You From Yourself
Forever Militant
A Little Piece Of Me
Playing Soldier Again
I Know Hollywood And You Ain’t It
A Trigger Full Of Promises
Feeding Frenzy
A Day And A Thousand Years
The American Dream
Revival Never Goes Out Of Style
Retornando ao Brasil pela tour de divulgação de seu 10º álbum ‘Will To Power’, o segundo com a frontwoman Alissa White-Gluz e o primeiro do conceituado guitarrista Jeff Loomis integrando o line up, o Arch Enemy apostou em um repertório amplo e na presença de palco de seus músicos para contagiar a Audio lotada. Às 21h com os PA’s executando “Ace Of Spades” do Motorhead os ânimos do público se exaltaram, inquietação a qual aumentou durante a intro “Set Flame To The Night” e a entrada dos músicos para início do show com “The World Is Yours” do mais recente álbum de 2017, seguidas pelo hino “Ravenous” e “Stolen Life”.
Alissa interagiu pela primeira vez com os presentes e anunciou o petardo que nomeia o álbum de 2014, “War Eternal”, seguida por Michael Amott regendo o público durante o clássico “My Apocalypse”. A banda sueca formada em 1995 atualmente é formada por Michael Amott (guitarra, teclado, vocal de apoio), Daniel Erlandsson (bateria), Sharlee D’Angelo (baixo), Alissa White-Gluz (vocal) e Jeff Loomis (guitarra). Podemos dizer que se trata de uma nova banda de 2014 em diante, alcançando seu segundo ápice em 23 anos de carreira, pois embora o núcleo formado por Michael ao lado de Daniel e Sharlee tenha se mantido desde os anos 90, o status de Jeff Loomis após anos capitaneando o Nevermore ao lado do saudoso Warrel Dane e a troca da icônica Angela Gossow pela até então ascendente Alissa moldou uma banda mais técnica no ‘War Eternal’ e, principalmente no ‘Will To Power’. Saudosos sentem falta de Gossow em clássicos da banda – como já ocorrera anteriormente quando da passagem de Johan Liiva no início do Arch Enemy – mas é inegável apontar o poderio ao vivo de White-Gluz e como a mesma domina o palco.
E desta forma, Alissa discursou e anunciou a faixa “The Race” e prosseguiu com “You Will Know My Name” e “Blood In Your Hand”. Ponto marcante das performances do Arch Enemy, as pausas para intros nos PA’s e retorno dos músicos ao palco mistificam a apresentação ao vivo dos suecos, e desta forma “Intermezzo Liberté” antecedeu “The Eagle Flies Alone”, durante a qual Alissa regeu o coral de “ohhh” junto ao público no ritmo da guitarra de Amott, o qual finalizou a faixa em um solo. Com seu riff inicial poderoso e melodia cativante, “First Day In Hell”, também do mais recente álbum, levou os presentes a cantarem junto de Alissa.
A intro “Saturnine” fora executada nos PA’s e na sequência o espetáculo de riffs em “As The Pages Burn” – ‘War Eternal’ de 2014 – contou com Alissa exuberante nos vocais. Mas os clássicos é quem ficaram a cargo de encerrar a primeira parte do show: primeiramente do excelente ‘Wages Of Sin’ de 2001, Michael regeu os presentes nas palmas até o retorno de Alissa ao palco para “Dead Bury Their Dead” , com SOLO MARAVILHOSO da dupla de guitarristas seguidos por um de D’Angelo no baixo enquanto Daniel massacrava seu kit de bateria; “obrigado São Paulo” agradeceu Alissa antes da talvez faixa mais popular da banda sueca, “We Will Rise” do ‘Anthems Of Rebellion’ de 2003, para alvoroço completo dos presentes.
Os músicos deixaram rapidamente o palco, mas logo retornaram para execução de mais uma faixa do álbum de 2014, “Avalanche”, seguida por um curto solo de Jeff Loomis e a instrumental “Snow Bound” – no dado momento em especial, fora possível perceber que mesmo com um guitarrista do quilate de Loomis ao lado, o foco no Arch Enemy ainda é o fundador do AE Michael Amott. A espetacular “Nemesis” do ‘Doomsday Machine’ de 2005 ecoou nos quatro cantos da Audio sendo cantada por todos, música derradeira já que “Fields Of Desolation” fora utilizada como faixa “outro” para agradecimentos, lançamento de palhetas e baquetas à plateia, foto com o público ao fundo e finalizando às 22h25m com “Enter the Machine” e “Vox Stellarum” sendo executada nos PA’s enquanto os músicos deixavam o palco ovacionados. Se ‘Will To Power’ desafia os limites do metal combinando agressividade, peso e melodia, a mesma também envereda o caminho do Arch Enemy pelo death metal melódico de maneira mais sucinta, um novo ápice em uma carreira tão frutífera de clássicos como a desta excelente banda sueca.
Set List Arch Enemy:
Set Flame to the Night / The World Is Yours
Ravenous
Stolen Life
War Eternal
My Apocalypse
The Race
You Will Know My Name
Blood In Your Hand
Intermezzo Liberté / The Eagle Flies Alone
First Day In Hell
Saturnine / As The Pages Burn
Dead Bury Their Dead
We Will Rise
Avalanche
Guitar Solo (Jeff Loomis) / Snow Bound
Nemesis
Fields Of Desolation
Aos 36 anos de carreira e em sua oitava passagem pelo Brasil, o ícone do thrash metal alemão Kreator aportou na Audio para uma apresentação bombástica. Exatamente às 22h59m com a intro “Mars Mantra” sendo executada nos PA’s, as primeiras rodas já podiam ser observadas tanto na pista normal quanto na Premium; com a entrada dos músicos no palco e execução de “Phantom Antichrist” a pancadaria literalmente tomou conta da casa de shows – nem mesmo os problemas técnicos os quais emudeceram por segundos o instrumental da banda diminuíram o ímpeto dos presentes. “Hail To The Hordes” e “Army Of Storms” mantiveram o foco do set list em músicas mais recentes – e como não enaltecê-las se desde 2001 a line up permanece intocável com Miland “Mille” Petrozza (guitarra, vocal), Jürgen “Ventor” Reil (bateria, vocal), Christian Giesler (baixo) e Sami Yli-Sirniö (guitarra) lançando álbum atrás de álbum com excelente nível de maturidade musical e modernidade.
Mille Petroza pela primeira vez conversou com o público, primeiramente dizendo que o Kreator havia voltado e pedindo a maior roda do Brasil que apenas São Paulo sabia fazer – memórias do Via Funchal em 2009 e principalmente do Espaço das Américas em 2005 quando imensos “corredores da morte” foram formados durante performances dos alemães na cidade. A faixa título do álbum de 2005 “Enemy Of God” teve direito a explosão de papeis picados e público completamente insano em um dos momentos épicos da noite. E o que dizer da faixa do mais recente álbum, “Satan Is Real”, com fumaça sendo projetada no palco e a luz vermelha formando a mística do ambiente durante o refrão bradado em uníssono pela Audio? “Deixe me ver suas mãos no alto São Paulo” pediu Mille, prontamente atendido em “Civilization Collapse” do já citado álbum de 2012, faixa a qual contou com show de luzes.
Até então apenas faixas dos discos mais recentes haviam sido executadas, era momento de alguns hinos do thrash alemão. A começar por “People Of The Lie” do ‘Coma Of Souls’ de 1990 e seu riff marcante, um dos mais conhecidos do thrash metal mundial, com participação ativa do público tonificada por novo show de luzes. Mille portando a bandeira tema da faixa clássica que nomeia o EP de 1986 – também presente no debut ‘Endless Pain’ de 1985 – acenou aos presentes e entoou o refrão para o público repetir: era momento de erguer a bandeira do ódio com o clássico “Flag Of Hate”. Sem tempo para descansar, com fumaça no palco e show de luzes, “Phobia” – ‘Outcast’ de 1997 – ensandeceu o público o qual vibrou do começo ao fim bradando a letra da música.
Divulgando o aclamado 14º álbum de estúdio da banda, eis que a grande receptividade da faixa título do trabalho de 2017 “Gods Of Violence” demonstrou o quanto fora bem-sucedido o disco no Brasil. “From Flood Into Fire” contou com espetáculo de luzes no ritmo da bateria de Ventor, mais fumaça no refrão e público fazendo um show à parte bradando no ritmo do riff de guitarra e batendo palmas no trecho mais lento. “Este é o último show da tour pela América Latina, vocês fazem isso se tornar uma experiência incrível. Vocês são o Kreator, vocês são a horda do caos” discursou o frontman alemão anunciando “Hordes Of Chaos (A Necrologue for the Elite)”, faixa título do álbum de 2009, com direito a explosão de fitas e alvoroço total dos presentes. “Gostaria de dedicar esta música a todos que partiram antes de nós” disse Mille antes de mais uma do recente álbum, “Fallen Brother”. Ao fim, com um apressado “obrigado e boa noite” do vocal os músicos deixarem o palco.
Mal o público teve chance de bradar o nome da banda e a clássica intro “The Patriarch” fora executada nos PA’s, antecedendo mais um dos momentos memoráveis da noite, a execução da faixa título do clássico de 2001 que estabeleceu uma nova fase na carreira do Kreator: “Violent Revolution” fora cantada em alto e bom show, comemorada como se fosse um gol do time de futebol de coração dos presentes. “Vocês estão preparados para a matança?” questionou Mille antes de anunciar o hino que dá nome ao clássico disco de 1986, “Pleasure To Kill”, com direito a muita pancadaria nos circle e mosh pits, chuva de papeis picados e o recado proferido pelo frontman: the Kreator will return. A banda se despediu com “Apocalypticon” na trilha sonora dos PA’s após cerca de 1h30m de show e o sentimento de dever cumprido junto ao público.
Com 36 anos de estrada, logicamente faixas como a mais recente “World War Now” ou hinos a citar “Tormentor”, “Riot Of Violence”, “Betrayer”, “Extreme Agression” ou a surpresa positiva do último DVD ao vivo “Endless Pain” podem ser citadas como ausências sentidas no set list do show, mas nada que desabone o poderio ao vivo do quarteto alemão. Muito pelo contrário, a insanidade do público durante a performance da banda fora marcante, ou fazendo uso das próprias palavras de Petrozza, “como podemos ficar 05 anos longe de São Paulo”… A segunda edição do Liberation Festival demarcou um território do que deverá ser um novo festival itinerante no país, e pelo que podemos perceber do cast em duas edições, também será um dos principais em termos qualitativos a se manter este nível de line up. Agradecimentos à The Ultimate Music e Liberation Music Company.
Set List Kreator:
Mars Mantra / Phantom Antichrist
Hail To The Hordes
Army Of Storms / Enemy Of God
Satan Is Real
Civilization Collapse
People Of The Lie
Flag Of Hate
Phobia
Gods Of Violence
From Flood Into Fire
Hordes Of Chaos (A Necrologue for the Elite)
Fallen Brother
The Patriarch / Violent Revolution
Pleasure To Kill