Zakk Sabbath – 17-11-2017 – Rio de Janeiro (Circo Voador)

Texto por Arony Martins – Fotos por Arony Martins – Edição por André Luiz

Peso, peso e mais peso. Tais palavras resumem bem a visita feita ao Rio de Janeiro pelo renomado guitarrista Zakk Wylde e seu mais recente projeto, o Zakk Sabbath. Como o próprio nome da banda já diz, o repertório trouxe ao palco do Circo Voador na sexta-feira, 17, músicas que foram imortalizadas pelo Black Sabbath. E menos de um ano após a vinda de Ozzy, Iommi e Butler em sua última tour “The End”, fãs dos inventores do rock pesado puderam rever ao vivo mais uma vez grandes canções somadas a músicas que não faziam parte dos sets do grupo há bastante tempo.

É pública e notória a relação de devoção que Zakk tem por Ozzy Osbourne. O vocalista britânico foi quem apresentou Zakk, ainda muito jovem, ao mundo. Deu a ele a oportunidade de ser não somente mais um substituto do falecido e iconizado Randy Rhoads. E o guitarrista aproveitou muito bem a oportunidade: gravou grandes álbuns, montou o Black Label Society, rodou o planeta e construiu uma legião de fãs que têm por Zakk, talvez, a mesma devoção que esse tem pela família Osbourne. Não seria exagero nenhum afirmar que muitos daqueles que estiveram presentes na tradicional casa de shows carioca, fizeram essa escolha em primeiro lugar por Zakk. E foi em função dessa união de prestígios, aliados à uma banda pra lá de bem azeitada, que as treze músicas escolhidas ganharam grandes versões e levantaram o ótimo público presente. O show realizado no Rio de Janeiro integrou a turnê brasileira que passou também por São Paulo, Curitiba e Porto Alegre.

Se ter a certeza de rever clássicos como “War Pigs”, “N.I.B.”, “Snowblind”, “Farie Wear Boots” e “Children Of The Grave” de antemão já seria um excelente motivador para assistir à nova proposta de Zakk, ouvir canções como “A National Acrobat”, “Wicked World” e “Lost Of This world” foi não somente a confirmação dessa escolha, mas também o reconhecimento de que o repertório não atendeu ao senso comum, o que, com toda a certeza, faria do projeto algo ‘mais do mesmo’ ou um dos muitos ‘caça-níqueis’ que observamos pelo mundo à fora. Ponto para Zakk.

Como identidade é fundamental para qualquer projeto musical, Zakk claramente buscou respeitar o máximo que pôde os arranjos originais. Porém esse máximo atingiu seu limite durante os solos. E foram exatamente nesses momentos que a legião de fãs presentes ficou completamente enlouquecida. Foi como se a homenagem ao Black Sabbath fosse temporariamente interrompida dando lugar a uma apresentação solo do guitarrista. E foi um tal de guitarra pra cima, cabelo pra lá, instrumento pra cá, solos tocados com os dentes, com a guitarra nas costas, gritos, gritos e mais gritos. Sim, foram momentos cativantes, as vezes exagerados até, e que, lamentavelmente, deixavam os ótimos Blasko (Baixo) e Joey Castillo (Bateria) em segundo plano. Porém se nesses momentos, baixista e baterista, serviram de escada para a grande estrela da noite desfilar sua técnica e esmerilhar suas guitarras, em outros, tais músicos, foram os grandes responsáveis para que a alta pressão das músicas tornassem o concerto certeiro, de tirar o fôlego.

A apresentação capitaneada por Zakk teve pouquíssimas interrupções. O guitarrista além de assumir os vocais, claramente tentou emular a voz de Ozzy. Uma homenagem muito justa, diga-se de passagem. Porém, em alguns momentos deu certo, em outros não. Mas quem liga? Zakk mexeu com o público a todo momento. Desceu do palco, tocou com seus alucinados fãs. Ou seja, permitiu que a conexão entre público e show fosse a mais íntima possível. O cara é um showman, disso não podemos discordar.

Zakk Wylde é daqueles guitarristas “ou ame-o, ou deixe-o”. Há quem diga que ele é o grande responsável pelos grandes trabalhos feitos por Ozzy ao fim dos anos 1980 e início dos anos 1990, outros garantem que tais trabalhos teriam sido bem melhores se não contassem com a presença do mesmo. Entretanto, mesmo diante de tal antagonismo e questionamento, Zakk continua na estrada sem ter que provar nada pra ninguém. E mesmo que tivesse, seu famoso temperamento garante que ele, nesse momento, estaria literalmente andando para isso. Inclusive, talvez tenha sido exatamente essa forma de observar as coisas que deu a ele o estalo necessário para fazer uma tour mundial colocando o nome ‘Sabbath’ unido ao seu. Heresia? Com certeza, não. Agradecimentos à Liberation Music Company e The Ultimate Music.

Set List Zakk Sabbath:
Supernaut
Snowblind
A National Acrobat
Children Of The Grave
Lord of This World
Under The Sun
Wicked World
Fairies Wear Boots
Into The Void
Hand Of Doom
Behind The Wall Of Sleep
N.I.B.
War Pigs

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