Texto por Lucca Ferreira – Fotos por Leandro Pena (https://www.facebook.com/leandropenafoto/) – Edição por André Luiz
Um dos maiores nomes da música brasileira, o Sepultura, havia anunciado alguns meses atrás o primeiro show da turnê mundial do seu novo álbum, ‘Machine Messiah’ (2017), na cidade de São Paulo, na Áudio Club. Conforme os dias passavam, a banda postava fotos de shows na Europa e na América do Norte ao lado de outros grandes nomes do metal como Kreator e Testament, aumentando ainda mais a expectativa para um grande espetáculo, mas a espera finalmente findou-se. Como convidado, a banda escolheu o Claustrofobia. Formada em Leme em meados dos anos 90, o Claustrofobia trata-se de um importante nome no underground brasileiro e atualmente está promovendo seu mais recente álbum, o elogiado ‘Download Hatred’ (2016).
As portas da casa se abriram-se pontualmente as 22h, como previsto. O primeiro show estava marcado para às 23h, e sem atrasos, o Claustrofobia subiu no palco e tocou seu repertório, mesclando as músicas novas com as antigas. Em excelente forma, a banda também apresentou ao público seu guitarrista Douglas Prado, o qual substitui Alexandre De Orio desde 2015 – completam a line up da banda, Caio D’Ângelo (bateria), Daniel Bonfogo (baixo) e Marcus D’Ângelo (guitarra, vocal). Sem dó, a banda deu início ao show com a nova “Generalized World Infection”, na sequência tivemos “Bastardos Do Brasil” do também aclamado álbum ‘Peste’ (2011). Sem longas interrupções, foram executadas “Paulada”, “Caosfera”, “Pino da Granada”, até o guitarrista e vocalista Marcus D’Ângelo agradecer a presença de todos ali presentes, do convite do Sepultura e de todos os envolvidos na realização do espetáculo. A música seguinte foi “Curva”, a qual contou com participação de Andreas Kisser em sua composição. Na sequência, “Download Hatred”, “Thrasher”, “Vida de Mentira”, “War Stomp” e “Metal Maloka”.
Após mais alguns agradecimentos, a banda anunciou a última música do repertório, justamente a faixa título de 2011: “Peste”. Desta forma, o Claustrofobia deixou o palco com um show impecável, tendo como único problema uma das caixas de som a qual apresentou algumas falhas durante a apresentação, mas nada que diminuísse a qualidade do show do quarteto que contagiou os presentes com uma performance energética.
Set List Claustrofobia:
Intro
Generalized World Infection
Bastardos do Brasil
Paulada
Caosfera
Pino Da Granada
Curva
Download Hatred
Thrasher
Vida De Mentira
War Stomped
Metal Maloka
Peste
O horário do Sepultura subir ao palco (00h30m) se aproximava, e sem atrasos as cortinas foram abertas e o quarteto subiu ao palco, abrindo o show com as faixas novas “I Am The Enemy” e “Phantom Self”. Sob os tradicionais cantos do público de ‘’Sepultura’’, a banda executou “Kairos” e “Desperate Cry”. Com agradecimentos ao público, que lotou a casa, tivemos “Sworn Oath”, mais uma no mais novo álbum, dando sequência ao massacre dos tímpanos. Em todo show, o Sepultura demonstra que não importa quantos anos passem ou qual formação esteja na ativa, o gás e a performance são sempre inigualáveis. Prosseguiram com “Iceberg Dances” (instrumental, com uso de violão acústico) e o clássico “Inner Self”. A cada música executada, mais os mosh pits cresciam e ficavam intensos. Sem erros, mais uma sequência matadora estava por vir, com mais duas músicas do novo álbum: “Choke, Dialong”, “Alethea” e “Resistent Parasites”.
Era possível ver o olhar de agradecimento no rosto de Derrick Green (vocal), Andreas Kisser (guitarra), Paulo Xisto (baixo) e Eloy Casagrande (bateria) enquanto estes eram ovacionados pela casa inteira em alto e bom tom. A música seguinte faz parte do álbum ‘The Mediator Between Head And Hands Must Be The Heart’ (2013), e fala sobre os escândalos no Vaticano de forma bem direta, “The Vatican”, seguida de um excelente medley composto por “Biotech Is Godzilla” com “Polícia” (cover dos Titãs). O show se aproximava do final e era hora de executar as músicas que não podem faltar em uma performance do Sepultura: “Territory”, “Refuse/Resist” e “Arise” quase fizeram a casa desmoronar com tamanha brutalidade. “Under My Skin” – single da banda em homenagem aos fãs que possuem tatuagens em homenagem à ela –também fez parte do repertório, e abriu para as duas últimas: a tribal “Ratamahata” e a essencial “Roots Bloody Roots”, para fechar com chave de ouro.
O Sepultura, com mais de 30 anos de carreira, conseguiu montar um set list que mesclasse a fase clássica da banda com a atual, passaram desde álbuns antigos como ‘Beneath The Remains’ e ‘Arise’, até polêmicos como ‘Against’ e os mais recentes como ‘Kairos’, ‘The Mediator Between Head And Hands Must Be The Heart’ e ‘Machine Messiah’. Sem dúvidas mais um espetáculo de alto nível proporcionado pela maior banda de metal do nosso país, com um público deixando à Áudio plenamente satisfeitos pelo que presenciaram no palco. Agradecimentos à Camila Dias pelo contato para credenciamento de nossa equipe no evento.
Set List Sepultura:
I Am The Enemy
Phantom Self
Kairos
Desperate Cry
Sworn Oath
Iceberg Dances
Inner Self
Choke
Dialog
Alethea
Resistant Parasites
The Vatican
Biotech Is Godzilla/Polícia
Territory
Refuse/Resist
Arise
Sepultura Under My Skin
Ratamahata
Roots Bloody Roots