Texto por Alvaro Ramos – Imagens por Rodrigo Monteiro – Edição por André Luiz
Durante sua mais recente passagem, o lendário Marky Ramone, ex-baterista dos Ramones e frequentador assíduo de nossas terras, aproveitou para conceder uma coletiva à imprensa na cidade de São Paulo, falando sobre seus projetos atuais e futuros, além de contar sobre o livro “Minha Vida Como um Ramone”, e também compartilhar histórias e experiências vivenciadas como membro de uma das maiores bandas da história.
Marky iniciou falando sobre o trabalho que está fazendo no momento, um EP contendo seis versões de músicas selecionadas por ele, sendo que uma delas (já lançada em versão digital, inclusive), foi a faixa “Concrete And Clay” do Unit 4+2, a qual contou com a participação do vocalista Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial. Além da citada, Marky pretende contar com a colaboração de outros vocalistas de diversos países para gravar versões de “Octopus’s Garden” dos Beatles, “I Want You” do Bob Dylan, entre outras. Em todas as músicas, Marky diz colocar seu toque, para “ramonizar” estas canções utilizando a batida já consagrada pela banda punk. Sobre Dinho Ouro Preto, Marky relatou que ficou extremamente satisfeito com a faixa gravada, e revelou ainda que já planeja o lançamento de outra música com sua colaboração, a bela “Everybody Loves Somebody”, de Dean Martin.
“Este projeto não irá parar somente neste EP com 6 músicas, é na verdade um projeto que pretendo dar continuidade por bastante tempo, pois a renda obtida com as canções é revertida para fundações que auxiliam pessoas que sofrem de esclerose múltipla, uma doença degenerativa”, disse Marky.
Quando perguntado se havia participado em algo na elaboração da exposição sobre os 40 anos dos Ramones que está acontecendo em Nova York, Marky contou emocionado que prefere não se envolver em exposições ou museus, pois é muito doloroso ver que seus amigos e companheiros de banda hoje em dia são lembrados como história, como algo que já não existe mais entre nós. Citou, por exemplo, o quanto é triste ver as famosas jaquetas de couro por tantas vezes usadas por Joey, Johnny e Dee Dee usando, hoje em dia estarem penduradas em exposição, pois seus donos já não estão mais aqui para vesti-las.
“Eu gostaria que os outros membros ainda estivessem aqui para ver quão imenso o nome Ramones se tornou, e para que pudessem ver todo o legado que a banda deixou até os dias de hoje”, acrescentou Marky. “Além disso, gosto sempre de viver no presente e pensar nos meus planos futuros. Olhar para o passado exposto em um museu é deprimente”, completou.
Outro fato bastante comentado por Marky Ramone foi o lançamento de seu livro, “Minha Vida Como um Ramone”, na qual segundo o próprio, ele decidiu escrever para contar algumas histórias e experiências sob seu ponto de vista e desmistificar fatos contados de outras formas por pessoas que sequer as presenciaram.
Marky esteve no Brasil para uma série de shows, e agora segue com sua turnê mundial, a qual ainda este ano deve passar por países como Uruguai, Argentina, Vietnã, Emirados Árabes, Rússia, e outros. E é claro que o Brasil não deve demorar muito para receber mais uma visita, já que Marky tem vindo ao país anualmente. Para seus fãs, nada melhor do que seus shows celebrando o punk rock e todo o legado dos Ramones. Agradecimentos à MRossi.