Candlemass – 21-04-2016 – São Paulo (Clash Club)

Candlemass - SP - abr-2016 - Por Rodrigo Monteiro HDR Photo Art e Design-008Texto por Clayton Franco – Fotos por Rodrigo Monteiro – Edição André Luiz

Quinta feira de um feriadão prolongado, dia que muitos aproveitaram para descer para o litoral, uma São Paulo mais vazia e menos caótica que o normal… Mas nem mesmo uns dias a mais para descansar do cotidiano agitado da capital afastou os fãs do Doom Metal. Com uma casa completamente cheia, os veteranos do Candlemass desembarcaram na capital paulista para uma épica apresentação, após terem passado pelo Rio de Janeiro.

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A noite começou pontualmente as 19h30m com os paulistanos do HellLight aquecendo o público. Com um clima obscuro no ar e um silêncio fúnebre, o grupo formado por Fabio de Paula (guitarra e vocal), Rafael Sade (teclados e backing vocais), Alexandre Vida (baixo) e Renan Bianchi (bateria) subiu ao palco ao som da introdução de “Dive In The Dark” e acompanhado de duas garotas com visual gótico segurando um castiçal de velas, deu-se início ao seu pequeno setlist de aproximadamente meia hora. Aproveitando a oportunidade de abertura para uma banda internacional, o grupo divulgou seu mais recente álbum, ‘Journey Through Endless Storms’, executando na sequência da música de abertura, a faixa “Distant Light That Fades”.

A Clash Club ainda estava meio vazio ao longo do show do HellLight, mas o público que já começava a tomar espaço na pista demonstrava satisfação com o Doom Metal lento e arrastado praticado pelo grupo. Fábio de Paula demonstrou uma grande técnica vocal, variando entre momentos que vão dos guturais ao cristalino dentro de uma mesma canção. Visitando seu trabalho anterior, ‘No God Above No Devil Below’, tivemos “Shades Of Black”, durante a qual houve um problema com o baixo de Alexandre Vida cujo som literalmente sumiu. Em momentos como o citado notamos a experiência de uma banda com um bom tempo de estrada, para saber contornar pequenos problemas que podem vir a acontecer. Para encerrar a participação, foi executada “Time”, mais um petardo do último trabalho de estúdio, a qual vi sendo cantada por vários presentes que saudaram o fim do show com uma salva de palmas para o grupo paulistano.

Set List HellLight:
Dive In The Dark
Distant Light That Fades
Shades Of Black
Time

As 20h30m conforme programado, e já com a casa completamente cheia, o Candlemass subiu ao palco da Clash sob a introdução de “Marche Funebre”. Jan Lindh já estava na bateria, na sequência Mats Björkman e o veterano Lars Johansson empunhando suas guitarras surgiram ao palco para fazer companhia. Com Kenth Philipson no baixo seguido pelo novo vocalista Mats Levén, o grupo iniciou o show com “Mirror Mirror”, sendo ovacionado por todos presentes. Sem dar tempo para o público respirar, emendaram “Bewitched”, um clássico absoluto do álbum ‘Nightfall’ (1987). E demonstrando que passaria toda a carreira a limpo, tivemos a execução de “Prophet”, faixa de abertura de seu último trabalho de estúdio (‘Psalms For The Dead’, 2012).

Em um primeiro contato com o público, Mats agradeceu a presença de todos e disse que o show em SP tratava-se do último da tour pela América do Sul. Perguntando se todos gostariam ouvir mais uma do ‘Ancient Dreams’ (um dos discos mais conhecidos do grupo, lançado em 1988), tendo como resposta um alto grito dos presentes, o grupo executou “A Cry From The Crypt”. Levén se mostrou completamente entrosado com o grupo e comandou o show sob olhar atento dos presentes. Ao vivo, o som da banda ficou muito mais pesado do que as versões de estúdio com a entrada deste novo vocalista. A bagagem que ele trouxe para o grupo, digamos que moldou a forma como a banda se apresentou ao vivo, misturando o seu som tradicional com as notas mais altas alcançadas pelo novo vocal, algo que ficou evidente em petardos como “Emperor Of The Void” que se mostrou muito mais cristalina e pesada com Léven do que nos vocais de Robert Lowe (vocalista anterior que a registrou no disco de estúdio).

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Sob o agito do público o grupo transformou o restante do show em um revival de grandes épicos de sua carreira, a começar por “Under the Oak” emendando com “At The Gallow’s End” durante a qual em seu final tivemos mais um momento de interação entre grupo e plateia: Léven ergueu uma lata de cerveja Skol perguntando ao público se aquela cerveja era boa, após um sonoro “nãooooo” bradado pelos presentes, ele riu e disse que era a única que forneceram nos camarins, mas mesmo assim tomaria e brindaria com o público, pois a palavra sueca “Skål” significa “saúde” e era isso que ele desejava a todos os presentes. Sob clima descontraído, houve o encerramento da primeira parte do show com “A Sorcerer’s Pledge” e a participação de todo o público cantando a plenos pulmões, por muitas vezes encobrindo o vocal de Levén – realmente um encerramento de arrepiar.

Após poucos minutos, apenas o tempo de o grupo tomar uma água, rapidamente voltaram ao palco com “The Prophecy” emendada com “Dark Reflections”. Mats fez um agradecimento ao Kenth Philipson (chamado por ele de Lord K) que acompanhou o grupo nesta tour no lugar do baixista Leif Edling (baixista original e fundador do grupo), o qual estava afastado momentaneamente devido a problemas de saúde. Finalizando o show, em um clima de interação total entre os integrantes do grupo, tivemos a clássica dobradinha “Crystal Ball” e “Solitude”. O grupo se reuniu no centro do palco para agradecer a presença de todos os que lotaram a casa. Sob uma salva de palmas e gritos dos presentes, o Candlemass inteiro sorriu com a sensação de dever cumprido. No clima de total empatia entre banda e público, uma grande parcela dos fãs presentes gritaram por “Samarithan”. Desta forma, houve um segundo bis no qual o grupo atendeu aos pedidos dos fanáticos fãs e encerraram a noite com uma das canções mais conhecidas do ‘Nightfall’.

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O que presenciamos na noite não foi apenas um show de Metal, mas sim uma verdadeira aula de Doom Metal e uma total interação entre público e banda. Esperamos que o Candlemass não demore mais uma eternidade para voltar em nossas terras tupiniquins. Os fãs sortudos que depois do show ainda esperaram o grupo do lado de fora da Clash, tiveram a grata oportunidade de conhecer os integrantes pessoalmente, os quais atenderam a todos os que os aguardavam com fotos e autógrafos. Sem dúvida uma bela atitude da banda. Deixo aqui meus agradecimentos finais à Cronos Entertainment pela realização do show em São Paulo e ao Luciano Piantonni pelo credenciamento de nosso Portal.

Set List Candlemass:
Marche Funebre (introdução)
Mirror Mirror
Bewitched
Prophet
A Cry From The Crypt
Emperor Of The Void
Under The Oak
At The Gallow’s End
A Sorcerer’s Pledge

The Prophecy
Dark Reflections
Crystal Ball
Solitude

Samarithan

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