Prince: autêntico, eclético e musical

Prince - por divulgação

Texto por Arony Martins – o conteúdo expresso reflete a opinião do autor, é de inteira responsabilidade deste

Seguramente jamais imaginei que um dia escreveria uma matéria para de falar sobre a morte de um artista tão importante para a música e cultura pop mundial. Prince Rogers Nelson, nascido em 7 de junho de 1959 na cidade de Mineapollis, deixou este mundo que tanto o admirou e ao mesmo tempo, por vezes, não o compreendeu. Prince é daqueles artistas cuja maior virtude sempre foi a autenticidade, algo muito difícil se seguirmos a principal lógica do mercado fonográfico de uma maneira geral. Mercado que inclusive foi duramente contestado por esse artista que para reivindicar direitos sobre sua vasta, complexa e extremamente palatável obra, deixou de lado sua principal marca para ser chamado por aquilo que ele mesmo denominou de “nome impronunciável”.

A vida artística de Prince se iniciou muito cedo, aos 7 anos de idade, quando segundo ele mesmo tinha orgulho em dizer, compôs sua primeira música. Filho de um notório músico de jazz, respirou essa arte desde muito cedo. Todavia a relação com o pai não foi das melhores, algo que jamais fez questão de esconder. Prince era visceral, emoção a flor da pele, difícil não identificar tais características nas belíssimas interpretações de suas canções.

Seu primeiro álbum ‘For You’, lançado em 1978, teve tímida vendagem e pouca visibilidade. Entretanto tal trabalho foi composto em quase toda sua totalidade por – na época – um jovem músico, algo extremamente significativo. Prince já chamava atenção pela sua impactante competência. Nos trabalhos vindouros, o teor sexual das letras acaba por se tornar uma das características marcantes de seu trabalho. Para uns, algo interessante. Para outros, motivos para críticas.

Prince seguiu. E em 1984, lançou aquele se tornaria sua grande obra-prima: “Purple Rain”. Com vendagem histórica (algo em torno de 20 milhões de cópias) e 24 semanas ininterruptas na Billboard 200, o álbum era nada mais nada menos do que a trilha sonora do filme que também tornava Prince em ator cinematográfico e dava ao mesmo o status de grande Superstar. Ainda em 1984, viria ganhar o Oscar de melhor canção original com “Purple Rain”. Aos seis anos de carreira, Prince chegava ao seu auge se tornando tão influente quanto Madonna e Michael Jackson.

Excelente instrumentista, veio ao Brasil para apresentação no Rock in Rio II, em 1991. Era um dos artistas mais esperados para essa edição do festival. Sua autenticidade era tão grande que em uma das apresentações, Prince simplesmente apresentou uma jam session com músicas inacabadas. Algo seguramente questionável para quem esperava a execução de seus maiores sucessos, mas um prato muito cheio para quem apreciava a originalidade de um artista que não se apegava à convenções, ideias pré estabelecidas.

E assim foi até sua prematura morte no dia 21 de abril de 2016, com apenas 57 anos. Vencedor de dois prêmios Grammy, Prince fará muita falta. Não é possível observar alguém que possa preencher ou mesmo suplementar o espaço deixado. E assim ficamos ainda mais órfãos não somente de grandes nomes, mas de enormes fábricas de grandes canções.

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