Texto por Allan Barata – Fotos por Allan Barata – Edição por André Luiz
Pensei muito na maneira que começaria esta resenha sobre o show do Bring Me The Horizon. Gostaria de traduzir a sensação que eu e o Circo Voador lotado tivemos na noite do domingo, 06, mas isso é impossível – adjetivos ainda não foram inventados para tal fim. Digamos que eu não goste de BMTH, ok? Não, não gosto. Pois bem, o show fica entre os 3 melhores que já presenciei – e não foram poucos. Acredito que isso diga mais do que um apanhado de elogios.
Sendo um profissional de shows há 3 anos, já vi muita coisa – mas nunca havia presenciado tamanha comemoração dos fãs ao abrirem os portões do Circo. Contrariando a fama e o costume do carioca de chegar tarde em shows, o público formou uma fila quilométrica desde cedo, sob forte sol – nem o leve atraso de meia hora quebrou seus espíritos. É uma galera mais jovem, mais disposta e que prontamente se posicionou diante da grade de proteção no aguardo dos britânicos – ao invés de relaxar na área externa da casa com cervejas diferenciadas e cigarros.
Pouco depois de todos estarem nas dependências do Circo Voador, os mineiros do Carahter se encarregaram da abertura – que foi pouco divulgada, muitos nem sabiam de sua existência. Apesar de um show curto, os caras demonstraram muita felicidade – perceptível na voz do vocalista Renato cada vez que ele se direcionava ao público, afinal não era um local qualquer. A banda demonstrou agressividade, fez pescoços irem de cima a baixo e rodas se abrirem na pista, deixando o palco ovacionados.
A expectativa era palpável, o BMTH nunca havia pisado no Rio de Janeiro e o lugar estava abarrotado. Temos que destacar a produção dos caras: telão de LCD, canhões de luz, jatos de fumaça na beirada do palco – maravilhoso para quem assiste e para quem fotografa. As luzes se apagaram. O telão brilhou em imagens que remetiam à banda, e eles entram no palco. É difícil pensar em outra palavra que não seja “arrepiante”. O repertório se manteve, em sua quase totalidade, entre ‘That’s The Spirit’ e ‘Sempiternal’, os últimos dois álbuns da banda – então, sim, agradou e muito!
Oliver Sykes é um frontman digno de salva de palmas, de uma expressividade ímpar que incluiu até um sorriso e reconhecimento do fotógrafo que ora clicava, ora cantava “Go To Hell, For Heaven’s Sake”. Os fãs mantiveram o nível de loucura a cada música: indo de “Happy Song” e “Throne”, passando por “True Friends”, “Sleepwalking” e “Follow You”, até chegar em “Can You Feel My Heart” e “Drown” – a última da noite.
Memorável é pouco para cada um presente que cantou um pouquinho mais alto neste 06 de março. Louvável a iniciativa da Liberation Music Company em trazer o Bring Me The Horizon para o Rio de Janeiro, apesar da grande dificuldade financeira com a alta do dolar. Agradecemos a produtora e à assessoria do Circo Voador pelo credenciamento da nossa equipe, pela oportunidade de cobrir uma das bandas mais relevantes do cenário atual. Que o retorno seja em breve.