Texto por André Luiz baseado em material fornecido pelo MIS – o conteúdo expresso reflete a opinião do autor, é de inteira responsabilidade deste
Imagens fornecidas pela assessoria de imprensa do MIS: por Vicente Gil, Masayoshi Sukita, Terry Neill, Brian Duffy, Mick-Rock.
Muitos brasileiros mesmo não tendo a oportunidade de ver o carisma performático do músico britânico ao vivo nos palcos, puderam conferir a amostra “David Bowie”, ocorrida entre os dias 31 de janeiro e 20 de abril de 2014, no MIS em São Paulo. A pimeira retrospectiva internacional sobre a carreira do artista britânico, a mostra – originalmente intitulada “David Bowie Is” – foi prestigiada por 80 mil pessoas na capital paulista, após enorme sucesso em Londres (primeiro local a receber a mostra, onde ficou em cartaz no Victoria and Albert Museum – V&A).
Victoria Broackes e Geoffrey Marsh, curadores de Teatro e Performance do V&A, selecionaram cerca de 300 itens relacionados ao artista, como manuscritos de letras de músicas e figurinos originais. Para completar, os visitantes puderam vivenciar uma experiência sonora (com fones de ouvido inclusos no valor do ingresso) proporcionada pela empresa alemã Sennheiser. A cenografia foi desenvolvida e executada pelo Atelier Marko Brajovic.
“David Bowie sempre foi um artista pioneiro. Inovando a cada álbum, antecipava tendências de sua época, usando sua criatividade no design de suas capas de discos, na composição de seus videoclipes e em seus personagens no cinema. Influenciou e continua influenciando diversas gerações de artistas”, resumiu André Sturm, diretor executivo do MIS. “Fechamos a exibição aqui no MIS em 2011, antes mesmo da abertura da exposição em Londres. Particularmente sou um grande fã de Bowie e é com muita satisfação que trazemos mais uma grande mostra para o nosso museu”, complementou a época.
O V&A, um dos mais importantes museus do mundo na área de design, teve acesso sem precedentes ao The David Bowie Archive para criar esta exposição. Além de set lists, letras de músicas, manuscritos, instrumentos e desenhos, a mostra brasileira incluiu 47 figurinos, trechos de filmes e shows ao vivo, videoclipes e fotografias, organizadas tematicamente, levando os visitantes a uma viagem por meio de inúmeros personagens de Bowie e performances lendárias, destacando suas influências artísticas e suas experiências com o surrealismo, o expressionismo alemão, a mímica e o teatro Kabuki.
Entre os figurinos que compuseram o inventário da mostra, peças ligadas ao álbum Aladdin Sane, como o macacão assimétrico feito de vinil (Tokyo Pop) assinado por Kansai Yamamoto e a bota plataforma vermelha, ambos usados na turnê do álbum em 1973; o terno azul claro usado na gravação do vídeo feito para “Life On Mars?” e o conjunto de calça e jaqueta multicoloridos, de Freddie Burretti, feito para a turnê “Ziggy Stardust”.
A produção fotográfica também trouxe interessante material, como a foto promocional feita para a banda The Kon-rads, quando Bowie tinha apenas 16 anos; uma colagem feita por Bowie a partir de stills do vídeo de “The Man Who Fell to Earth”; e outra imagem dele com o escritor William Burroughs, fotografados por Terry O’Neill, e colorida manualmente pelo cantor.
A exposição colocou os visitantes dentro do processo criativo de Bowie e demonstrou como sua obra influenciou diversos movimentos artísticos, apresentando o artista como um astuto observador da nossa sociedade, que sempre fez intervenções significativas na cultura, deixando um poderoso legado.
Visitei a mostra dia 18 de fevereiro de 2014, e fiz a postagem abaixo relacionada a minha experiência única na referida data:
“Sinceramente, é muito diferente você visitar uma exposição sobre alguém com tanta história, uma verdadeira lenda, e em dados momentos você se pegar lendo a letra de “Heroes” escrita a mão em uma folha de papel milimetrado e “Starman” em papel quadriculado como nos tempos das aulas de educação artística no ensino médio, nos arremetendo que mesmo ícones como David Bowie também são pessoas normais… Exposição única, de roupas a transcritos de músicas, cartas, esboços de figurinos e montagem de palco, instrumentos e posteres originais da época, vídeos sensacionais, documentários, exibição do filme “Labirinto” e toda criação do personagem Ziggie Stardust, até um telefax do Elvis Presley ao Bowie. A Exposição acontece até abril no Museu da Imagem e Som, recomendo a todos apreciadores da música de qualidade!!!”
Sinceramente, é muito diferente você visitar uma exposição sobre alguém com tanta história, uma verdadeira lenda, e em…
Publicado por André Luiz em Terça, 18 de fevereiro de 2014
Bowie
Nascido David Robert Jones, em Brixton no sul de Londres, dia 8 de janeiro de 1947Foram cinco décadas de contribuições à música, reconhecido por ser um dos mais audaciosos, influentes e criativos artistas do seu tempo. Vendeu mais de 140 milhões de álbuns como autor e intérprete de hits como “Heroes” e “Let´s Dance”, entre as inúmeras premiações destacando-se Grammy, British Awards, MTV Video Music Awards e Emmy. No cinema, integrou filmes ícones da cultura pop, como “O homem que caiu na Terra” (1976), “Eu, Christiane F.”, “13 anos Drogada e Prostituída” (1981) e “Labirinto, A Magia do Tempo” (1986). Se em 2013 surpreendeu o público com o lançamento do álbum ‘The Next Day’, primeiro trabalho de estúdio após um hiato de 10 anos, pode-se dizer que continuou a impressionar o mundo com seu recente ‘Blackstar’, lançado dois dias antes de sua morte em 08/jan, mesma data em que completou 69 anos de idade.
Mesmo que forma singela, fica registrada minha homenagem em nome da equipe Metal Revolution a este ícone cujo legado nunca será apagado, marcando história na música e moda, se tornando referência por seu comportamento e opiniões, enfim, alcançar sucesso entre público e crítica durante vários momentos de suas cinco décadas de carreira realmente não é para qualquer um.
Abaixo, mais imagens do acervo disponibilizado durante a mostra no MIS, em 2014.