Texto por Allan Barata – Fotos por Allan Barata – Edição por André Luiz
O Folk Metal ama o Teatro Odisseia: Eluveitie, Ensiferum, Korpiklaani e Tyr já passaram pelo local nos últimos dois anos. Mas nem sempre há reciprocidade nessa relação – o Teatro Odisseia tem momentos de frieza, distanciamento. O Arkona voltou ao Rio de Janeiro após quase dois anos de ausência e encarou essa situação incômoda.
Cerca de 75 pessoas estiveram presentes, bem menos do que no fim de 2013 – a decepção era perceptível na face de Masha Scream. Mas isso nunca é motivo para um músico que ama o que faz deixar de dar seu máximo no palco. Masha, na minha humilde opinião, possui o headbang mais vistoso de todo o mundo do metal – sem mencionar a presença de palco digna de uma guerreira. Lazar e Volk também chamavam o público pra curtir, apesar do baixo número.
Os russos retornavam para divulgar seu último álbum, ‘Yav’, lançado ano passado, entretanto, o setlist de 14 músicas conteve de tudo: canções sombrias e pesadas, paganismos épicos e folks alegres. “Goi, Rode, Goi!”, “Ot Serdtsa k Nebu”, “Liki Bessmertnykh Bogov”, “Slovo” e “Pamiat” foram responsáveis pelo êxtase, apesar de uma sonoridade bem fraca vindo da casa – microfone, baixo e guitarra chegavam a ser quase inaudíveis, enquanto a bateria chamava toda a atenção.
A banda fechou com uma vibe dançante. Masha fez do Odisseia uma verdadeira celebração folk ao dançar no palco – prontamente copiada pelos fãs amontoados. “Stenka na Stenku” e “Yarilo” foram os hinos derradeiros, fazendo com que só faltassem drinking horns e uma garrafa ou outra de Red Ale e Hidromel para que a festa ficasse completa.
É genuinamente lamentável um público tão escasso, apesar de ter sido em uma quarta-feira. Se a banda levar em consideração a quantidade de pessoas de 2013, e comparar, talvez demore um bom tempo para um novo retorno. Agradecimentos ao Teatro Odisseia pelo credenciamento de nossa equipe na cobertura do evento, Slav’sya Rus!