Texto por Juliana Novo – Fotos por Edi Fortini – Edição por André Luiz
No segundo dia deste grandioso evento, foi a vez das bandas Antimatter, Mono, Novembers Doom e Paradise Lost se apresentarem. A Via Marquês, assim como na noite anterior, recebeu um numeroso público o qual presenciaria quatro ótimas performances no decorrer do domingo na capital paulista.
Começando pontualmente com os britânicos do Antimatter, apresentando seu som alternativo com um toque de sofisticação em um set acústico. Na estrada desde 1998, em tour de divulgação do sexto álbum ‘The Judas Table’ que ainda será lançado no dia 9 de outubro. Começaram com “Over Your Shoulder” e “The Last Laugh”, e então executaram o interessante cover “Mr. White” da banda Trouble. Seguiram com “Dream”, “A Place In The Sun”, “Uniformed & Black”, “leaving Eden”, “Monochrome” e fecharam com a dobradinha “Conspire” e o cover “The Power Of Love”.
Segunda banda a subir no palco, o quarteto japonês Mono trouxe sua proposta rock instrumental e um tanto psicodélico. Com músicas extensas e uma atmosfera viajante e melancólica, a qual me lembrou um pouco do Anathema atual. Desde 2000 na ativa, o grupo optou por um repertório com músicas extensas deixando o show um pouco cansativo, porém a banda Mono agradou a plateia presente. Set list: “Ashes In The Snow”, “Pure As Snow”, “Kanata”, “Halcyon”, “Recoil Ignore” e “Death In Reverse”.
Sendo uma das bandas mais prestigiadas da noite, os americanos do Novembers Doom começaram seu set demonstrando muita satisfação em tocar pela primeira vez no Brasil. A banda entrou com a poderosa “Rain” do álbum ‘The Novella Reservour’, seguida por “Bled White”, música homônima de seu último álbum, levantando o público o qual àquela altura já preenchia todo o recinto. Paul afirmou que após 26 anos de banda eles conseguiram vir ao Brasil pela primeira vez, e acrescenta que tocariam sons de todos álbuns. E realmente souberam escolher o setlist, conquistando a galera com seu poderoso death/doom metal.
A terceira música foi a arrastada “The Jealous Sun”, do primeiro EP da banda. Em seguida, a empolgante “Harvest Scythe”, acompanhada por “Just Breathe” dedicada por Paul a uma pessoa chamada Nick (Holmes ?), música lenta e melodiosa. O frontman anunciou uma faixa do primeiro álbum, a nunca antes tocada ao vivo “Amour Of The Harp”, emendando com “Heartfelt”, do último álbum. Após a bela balada “Dark Fields For Brilliance”, emendou com “I Hurt Those I Adore”, a maravilhosa “Buried” do álbum ‘Aphotic’, e fechando com a poderosa “The Pale Haunt Departure”. Ao final, Paul disse que foi uma honra e um prazer tocar para os brasileiros, e ainda registraram uma foto da banda com o público ao fundo. A banda ainda foi à entrada do Via Marquês conversar com o público, esbanjando simpatia e humildade.
Após longa pausa, durante a qual o público se aglomerou mais na frente para ver a banda, chegou à vez do Paradise Lost. Os britânicos adentraram ao palco um a um aproximadamente às 21h10m, sendo ovacionados pela galera, e já começaram com a empolgante “The Enemy”. Do mais recente álbum ‘Plague Within’, seguiam com a cadenciada “No Hope In Sight”. Ao entoar os arrepiantes acordes da clássica “Gothic” do álbum de mesmo nome, demonstraram porque são um dos mais importantes e influentes no estilo. Na sequência, “Tragic Idol”, do penúltimo álbum, externou a excelência do grupo em fazer composições pesadas e marcantes. Alternaram para “Erased”, de sua fase mais ‘dançante’ digamos assim.
Após Nick fazer a pergunta clássica para o público ‘All I want is??’, foi executada a clássica “True Belief”, sempre um dos grandes momentos de seu set, cantada em coro pela plateia. Voltando ao ‘Plague Within’, nos brindaram com a maravilhosa “Victim Of The Past”, retornando no tempo em seguida com “Hallowed Land”. O baterista Waltteri Väyrynen parecia muito feliz e orgulhoso de estar tocando com um dos monstros do doom metal, contagiando-se com o público, assim como o guitarrista Aaron Aedy também esbanjava simpatia como sempre. Seguindo com o álbum atual, executaram “Faith Divides Us Death Unites Us”, emendando com outro clássico das antigas, “Pity The Sadness”. Nota-se que Nick Holmes aprimorou sua performance vocal ao vivo, demostrando-se concentrado em seus vocais, o que diminui a interação com o público.
De volta à fase mais dançante, a pesada “Isolate” deu o ar da graça, acompanhada por outra do novo álbum, a densa “Terminal”, destacando o trabalho de guitarra do canhoto Gregor Mackintosh. Mesclando fases da banda, seguiram com “One Second” e retornaram ao ‘Plague Within’ com a bela “An Eternity Of Lies”. Logo após, o mais que clássico “As I Die” foi executado brilhantemente, sendo um dos pontos altos na noite, e para fechar, do ‘One Second’, executaram o hit “Say Just Words”. Infelizmente a banda não voltou para um bis, deixando fora do set list um clássico inesquecível como “Eternal”, a qual muitos pediram aos gritos durante a apresentação. Noite agradável, bandas de alto nível, e a certeza de que em meio a grande quantidade de eventos no país, o cast de qualidade em meio a uma organização adequada sempre serão garantia de sucesso. Agradecimentos à Overload pela produção do evento e Costábile Salzano Jr. pelo credenciamento de nossa equipe.