Metal Jam – 05-07-2015 – Rio de Janeiro (Circo Voador)

Metal Jam 2015 - Rio de Janeiro - jul-2015 - por Allan Barata 1O6A9187web_wm

Texto por Arony Martins – Fotos por Allan Barata – Edição por André Luiz

Chegando ao décimo aniversário a grande festa já conhecida da cena rocker carioca voltou esse ano ao mesmo palco das três edições anteriores, o Circo Voador. Já de cara, podemos afirmar que a experiência acumulada com o decorrer dos anos e o local escolhido expressam o profissionalismo com que tem sido tratado este importante evento não somente para o bom público que ocupou os espaços da tradicional casa em um domingo de chuva e temperaturas bem baixas, mas também para todos músicos convidados. Escalado para ser o mestre de cerimônias, Paulinho Coruja, o apresentador do programa “A hora dos perdidos” da Radio Cidade e também vocalista da banda “Diabo Verde”, teve a responsabilidade de iniciar os trabalhos e assim um pouco após as 18h alguns dos mais de 100 músicos previamente anunciados subiam ao palco do Circo para mais de quatro horas de muito heavy, trash, death, black, power, enfim… Metal para todos os gostos.

Um evento como o Metal Jam é seguramente uma grande oportunidade para que artistas da cena underground tenham a possibilidade de ampliar seu conhecimento enquanto musicistas. Assim acredita a guitarrista Julia Pombo da banda Scatha que já participa do evento desde 2006: “A possibilidade de troca entre os musicistas proporcionada pelo evento o torna em algo fantástico”.

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Já os músicos Érico Becker, vocalista da banda Queen Vision, e Pedrinho Fonseca, guitarrista da banda Expanse, que participaram de um dos momentos mais emocionantes da noite (uma homenagem ao baixista Cris Squire, falecido recentemente), demonstraram toda sua alegria e satisfação por participar de um evento como o Metal Jam, ressaltanto a importância e visibilidade que o mesmo trás aos músicos da cena underground carioca. Assim como pontua Fernando Sampaio, da banda de indie rock Mamma Feet, que observa o evento “como social, um momento de reencontros” e se diz muito feliz em ver que o público mesmo sob condições meteorológicas adversas deixou suas casas para prestigiar todos aqueles encontros.

O palco foi ocupado por um número bastante significativo de músicos, muitos dos nomes já com estrada, outros buscando seu lugar ao sol. Para Bruno Sá, tecladista reconhecido por seu trabalho com músicos consagrados como Joe Lynn Turner, Mark Boals e Ted Polley e integrando pela primeira vez o casting, o evento é muito importante inclusive para os trabalhos autorais realizados pelas bandas que ali se apresentam: “O Metal Jam está cada vez melhor organizado. Está mais profissional. Ele permite uma maior visibilidade. Acaba sendo uma importante porta para que os músicos apresentem seus trabalhos autorais, despertando o interesse do público em procura-los”.

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Foram muitas músicas apresentadas, dezenas de bandas representadas tais como Iron Maiden, Metallica, Judas Priest, Death, Pantera, Accept, System Of A Down, Whitesnake, After Forever, Nightwish, dentre muitas outras. Além do status de grande festividade, um evento como o Metal Jam também é bem interessante para que se possa acompanhar como está estruturada a cena underground na atualidade. Um bom termômetro para se ter uma ideia da qualidade do que tem sido apresentado pelas bandas por aqui.

Apesar de perceber a presença de competentes baixistas, bateristas, guitarristas e tecladistas, que buscaram trazer ao público a esperada fidelidade em torno da execução de tantos clássicos, minha observação sobre os vocalistas que subiram ao palco me deixou deveras decepcionado. Não talvez por esperar uma qualidade muito superior a que foi apresentada, mas por perceber que a safra realmente não é das melhores. Foi possível até reconhecer bons timbres, vozes que se enquadrariam bem com o estilo tocado, mas tecnicamente a decepção foi significativa. Pareceu-me que as longas horas de estudo, as incansáveis e necessárias vocalizações passaram longe do palco. Sem qualquer dúvida cantar canções de hard rock e heavy metal não é tarefa nada fácil. Todavia acredito que muitos dos cantores que passaram pelo Metal Jam 2015 podem apresentar muito mais do que apresentaram, principalmente tratando-se de um evento que a cada ano ganha uma projeção ainda maior.

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