Texto por Clovis Roman – Fotos por Kenia Cordeiro e Clovis Roman – Edição por André Luiz
Após 11 anos, o grupo alemão Primal Fear retornou a Curitiba para um show especial, o único da banda no Brasil excetuando-se a presença vespertina no Monsters Of Rock em São Paulo (por lá, eles tocariam logo após as 13h). O local escolhido para recebê-los foi o Espaço Cult, casa grande e confortável, que abrigou cerca de 200 fãs. Os poucos presentes foram agraciados por sua devoção, e conferiram uma aula do mais puro Heavy Metal, estilo que a banda pratica desde sua fundação na década de 90, e do qual nunca se distanciou.
O cronograma teve um atraso devido à demora na passagem de som, no qual o humor do baterista Aquiles Priester destoou de seus colegas; Mat Sinner, Ralf Scheepers e companhia eram apenas sorrisos e simpatia. Apesar de não ser obrigação do artista ser sempre acessível, um mínimo de respeito ao trabalho alheio é sempre bem vindo.
Após a abertura da casa, o público acompanhou a entrada no palco do Fire Shadow, banda com mais de dez anos de estrada que está divulgando o EP ‘Phoenix’, lançado há cerca de um ano. Eles tocaram algumas canções deste trabalho, além de resgatarem “Metal Is The Law”, do seu debut, e “Steel & Metal”, single digital lançado em 2011. O grupo está cada vez mais entrosado e apenas a presença da épica “Phoenix” já valeria a noite. Vale citar que o novo visual do vocalista Marco Lacerda deu a ele uma inegável aparência de ‘rockstar’.
Set list Fire Shadow:
Scars
Steel And Metal
Phoenix
From Darkness
Inner Battle
Metal Is The Law
A apresentação do Primal Fear foi cheia de energia do começo ao fim, mesclando sons do seu último álbum e mote da turnê, ‘Delivering The Black’, com canções de toda sua discografia, que engloba 10 álbuns. Fundado em 1997 pelo vocalista Ralf Scheepers e pelo baixista Mat Sinner, o grupo sempre apostou num Heavy Metal calcado em Judas Priest (não à toa, Ralf fez um teste para substituir Rob Halford na banda de Birmingham), estilo do qual nunca se distanciou um milímetro sequer. Justamente por isto, o show dos caras foi uma aula de peso e melodia, aliadas ao vocal afinadíssimo e ainda poderoso de Scheepers.
Se em São Paulo eles apresentariam um setlist reduzido, a capital paranaense pôde conferir o repertório padrão da banda, que consiste em 13 músicas. Do mais recente álbum, ‘Delivering The Black’, a banda mandou “Alive & On Fire”, “Delivering the Black” e “When Death Comes Knocking” (essa última em especial com potencial para virar clássico). Do álbum de estréia auto-intitulado foram também três músicas, “Battalions of Hate”, “Chainbreaker”, “Running In The Dust”, e do melhor trabalho deles, ‘Nuclear Fire’, tivemos a faixa título e “Angel In Black”, que foi um dos melhores momentos do show. Após “Metal Is Forever”, a banda deu uma rápida saída, mas logo retornou para mandar mais dois sons: as já citadas “Delivering The Black” e “Battalions Of Hate”, mostrando que tanto o material antigo quanto o mais recente são da mais alta qualidade.
O único ponto baixo do show foi o solo de bateria, que, como sempre, é o momento mais chato de qualquer show. É óbvio que Priester toca muito, apesar da falta de feeling na minha modesta opinião, mas não tem jeito: demonstrações individuais desse tipo serão sempre dispensáveis, afinal, ali caberia mais uma música; ou duas.
Set list Primal Fear:
Final Embrace
Alive & On Fire
Nuclear Fire
Unbreakable Pt. 2
Seven Seals
Running In The Dust
Angel In Black
When Death Comes Knocking
Fighting The Darkness
Chainbreaker
Metal Is Forever
Delivering The Black
Battalions Of Hate