Texto por Maria Clara – Fotos por Allan Barata e Costábile Salzano Jr – Edição por André Luiz
Completando 25 anos de estrada, a banda inglesa Anathema aportou na capital paulista divulgando o álbum Distant Satellites, dois anos após sua última apresentação em São Paulo. A Satellites Over South America Tour contou com apenas um show no Brasil, desta forma, um grande público esteve presente na casa de shows, o que ocasionou reclamações com relação a superlotação da casa e dificuldades de locomoção em seu interior por parte do público, algo notado inclusive pela própria banda Anathema como será comentado no transcorrer desta matéria.
Nas horas que antecediam a apresentação, uma fila considerável cercava o quarteirão da Clash. Após um pequeno atraso para a abertura da casa, rapidamente, o público lotou o espaço. A primeira tentativa de início do show, deu-se pontualmente às 21h, se não fosse uma falha, causada pelo desligamento da mesa de som, que levou por volta de 5 min para ser religado, tudo teria ocorrido sem nenhum problema.
Depois de solucionado o problema da mesa, os quatro rapazes iniciaram o show com a faixa que dá nome a banda “Anathema”, presente no recente álbum Distant Satellites. Para a segunda música, a entrada de Lee Douglas emocionou a todos. A primeira frase pronunciada ao microfone, na música “The Lost Song Part I”, fez a galera gritar e bater palmas, deixando clara a ansiedade para ouvi-la. A faixa foi seguida pela segunda “Part II” de Lost Song. O vocalista e guitarrista Vincent Cavanagh arriscou um português ao fim dessa terceira música, agradecendo ao público e lançando um “tudo legal, Brasil?”. Após o português que não deixou a desejar, a banda tocou as duas partes de “Untouchable” e “Thin Air”.
Na sequencia, Vincent novamente fez mais um contato com a plateia, em inglês desta vez, perguntando se as pessoas gostavam da casa ou se preferiam o Carioca, que para eles era muito melhor. Brincaram também que só fazem músicas sérias para pessoas sérias.
O tecladista, informou antes de tocarem “Ariel”, que São Paulo era um lugar muito importante para esta música. Ao final dela, disse que parte da composição foi feita em São Paulo. A parte III de “The Lost Song” foi tocada logo após, avisando a todos que esta música é uma homenagem. Todas as músicas provocaram bastante emoção no público. A vista superior da casa, mostrava uma plateia bem concentrada no show, com movimentos de cabeça e mãos para cima em alguns momentos.
Vincent, com uma bebida em mãos, perguntou a plateia como se dizia “cheers” em português, tendo como resposta um coro de “saúde”. Disse que aquele era um dia onde tudo estava dando errado, “but we don’t just give a fuck anyway”.
O show seguiu com “The Beginning and the End”, “Universal” e “Closer”, quando a banda saiu do palco e retornou algum tempo depois com a faixa título de seu último álbum, “Distant Satellites”. A execução de “Natural Disaster” talvez tenha sido o ponto mais emocionante do show; Antes da música iniciar, foi possível até ouvir alguém gritando ‘cala a boca porque essa música é muito boa’, já durante esta, todos levantaram celulares e isqueiros enquanto as luzes do palco foram apagadas.
Após isso, Vicent perguntou o que todos achavam sobre tocarem no Rio de Janeiro em sua próxima visita ao Brasil, recebendo fortes manifestações de discordância de todos. “Deep”, “One Last Goodbye” e “Fragile Dreams” encerraram o show.
A banda é de uma qualidade indiscutível e com certeza não deixaram a desejar durante a apresentação. Porém, houveram relatos de jornalistas e alguns fãs sorteados que estavam aguardando o Meet & Greet e alegaram ter sido um tanto quanto mal tratados, possivelmente por conta de ser “um dia onde tudo dá errado” [Nota do editor: da mesma forma que houveram comentário sobre o Meet & Greet, há imagens e relatos emocionados de fãs que interagiram com integrantes da banda de forma tranquila antes da apresentação].
Agradecimentos à Agencia SobControle e Costábile Salzano Jr. pela produção do evento e credenciamento de nosso veículo respectivamente.