Metal Singers – 15-01-2015 – Curitiba (Music Hall)

Metal Singers - Udo e Tim Owens - jan-2015 - por Clovis Roman

Texto e fotos por Clovis Roman – Edição por André Luiz

O primeiro show internacional do ano aconteceu em Curitiba. Foi o Metal Singers, projeto que trouxe quatro grandes vozes do estilo, fazendo sets compactos e depois se reunindo para cantar alguns clássicos de suas antigas bandas. Um formato fora do convencional, mas que agradou, por permitir ao público ver na mesma noite nada menos que Blaze Bayley, Tim ‘Ripper’ Owens, Mike Vescera e Udo Dirkschneider. A banda de apoio foi a brasileira The Best Maiden Tribute, que segurou as pontas muito bem, com destaque para o guitarrista Lely Murray, que debulhou com ótimos solos.

O primeiro a se apresentar foi Blaze Bayley, que mandou de cara dois sons solo, “Voices From The Past” e “The Brave” (que entrou no lugar da previamente anunciada “Fear Of The Dark”, ainda bem), antes de entrar no universo Iron Maiden. Curiosamente, duas das três da Donzela que ele cantou foram do mais controverso disco da banda, Virtual XI: “The Clansman” e a belíssima “Como Estas Amigo”; a outra foi “Man On The Edge” (The X Factor). O cara tem um carisma incrível, e logo deve receber do prefeito a simbólica chave da cidade de Curitiba, de tanto que se apresenta por aqui. Ele volta dia 15 de fevereiro (no Blood Rock Bar), completando seu quarto show por aqui em pouco mais de um ano. Para nós, é um prazer recebê-lo de maneira tão constante.

Mantendo o nível, Tim ‘Ripper’ Owens veio na sequência, abrindo com a fabulosa, gloriosa e espetacularmente violenta “Jugulator”, faixa título de sua estreia com o Judas Priest, no longínquo ano de 1997. Essa nunca foi tocada pela banda, e Ripper a resgatou apenas há alguns meses. A performance dele foi soberba, afinal, sua voz permanece aguda e agressiva. Do mesmo álbum tivemos ainda “Death Row”, outro petardo meio esquecido de seu repertório. Uma pena que ele tenha tocado sons da fase Halford (são clássicos indiscutíveis, claro), pois caberiam mais algumas pérolas de sua própria época na banda (“Blood Stained” ou “Machine Man” seriam choráveis também). Mas é óbvio que não podemos reclamar de ouvir as atemporais “Painkiller”, “Grinder” e “You’ve Got Another Thing Comin’”.

Ele pode até ser o menos famoso dos quatro, mas sua presença foi a que mais mobilizou os fãs curitibanos. O carismático Mike Vescera, que marcou época ao cantar com Yngwie Malmsteen e Loudness, baseou seu repertório nesses dois grupos, abrindo com “The Seventh Sign” e “Never Die”, do guitarrista sueco. Com a banda de apoio moendo, Vescera complementou com sua voz peculiar e agradabilíssima. Na verdade, ele parecia um pouco enferrujado, mas mesmo assim o cara roubou a cena. O ponto alto foi, apesar das supracitadas, “Vengeance”, do mesmo artista, vinda do masterpiece Magnum Opus. As outras foram do Loudness, e ali, boa parte da galera ficou apenas observando, pois poucos conhecem realmente o som da banda japonesa. Poderia ter rolado alguma coisa que ele gravou com o Dr. Sin, mas fica pra próxima. Em recente entrevista para o Metal Revolution, ele disse que pode vir a gravar outro álbum com a banda brasileira, vamos torcer.

Encerrando a primeira parte do concerto, o baixinho Udo Dirkschneider, a voz do Accept, subiu ao palco com o jogo ganho, e de goleada. Ele esteve em Curitiba há 10 anos, e na oportunidade, fez um show massacrante, dividindo o set entre Accept e U.D.O. Agora, ele fez algo similar, e abriu com duas solo: “Animal House” e a acessível “They Want War”. Depois, “Princess Of The Dawn”, “Metal Heart” e “Fast As A Shark”, que dispensam comentários. O público agitou demais e Udo reconheceu. Suas caretas engraçadas também chamaram a atenção, e no quesito carisma, ele ganhou até mesmo do sorridente Vescera. Aí você se pergunta “Ele não cantou “Balls To The Wall” não?”. Sim, e ao lado de Ripper, já na parte final, quando todos cantaram juntos na jam que veio como encore. Com o baixinho, ainda tivemos “Living After Midnight”, do Judas Priest, com os quatro no palco.

O encore, que pareceu mais uma festa entre amigos, teve ainda Blaze e Ripper cantando “Wrathchild”, do Maiden; e Blaze, ao lado de Vescera, mandando a dobradinha do Rainbow “Man On The Silver Mountain” e “Long Live Rock And Roll” (nessa, o entrosamento entre os dois foi genial. Na passagem de som eles destruiram tudo e no show foi ainda melhor). O final da jam veio com as já citadas “Balls To The Wall”, do Accept e “Living After Midnight”, do Judas.

O projeto Metal Singers foi um sucesso, em todos os sentidos. Há planos para novas versões em breve, que se forem metade do que foi essa estréia, valerá ainda muito a pena!

Depois dos shows, alguns fãs mais afoitos – nos quais eu me incluo, admito – foram para o hotel onde estavam os gringos. Com exceção de Udo, que após atender a galera, subiu para seu quarto, todos ficaram bastante tempo no saguão, conversando com todos, muito acessíveis, principalmente Ripper Owens, que se deixasse nem dormiria. Uma noite épica, que abriu da melhor maneira possível o calendário metálico de shows de 2015.

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