Melhores de 2014 – álbuns e shows

Exodus - SP - por The Ultimate MusicTexto por Rodrigo Gonçalves – o conteúdo expresso reflete a opinião do autor, é de inteira responsabilidade deste
Fotos por divulgação e The Ultimate Music

Essa é uma matéria tradicional do site, costumamos publicá-la todos os anos. Nesse ano, por motivos de força maior, a matéria só está indo ao ar em 2015.

Assim como no ano anterior, 2014 foi excelente em termos de lançamentos de música pesada. Muitas bandas antigas retornando com trabalhos excelentes, bandas mais novas se estabelecendo e outras surgindo. Além disso, tivemos o retorno de dois grandes nomes brasileiros e uma belíssima homenagem dos membros remanescentes do Pink Floyd a Richard Wright, falecido em 2008.

Toda essa mistura se refletiu na lista desse ano, bastante variada, com álbuns que abrangem vários estilos do Black Metal até o Hard Rock tradicional.

Exodus – Blood In, Blood Out

Exodus - Blood In Blood Out

O Exodus deixou muitos fãs assustados ao anunciar de forma surpreendente a saída do vocalista Rob Dukes e o retorno de Steve “Zetro” Souza quando os trabalhos para o novo disco já haviam sido iniciados. Desconfiança essa que desapareceu por completo assim que a banda disponibilizou as músicas “Salt The Wound”, que contou com participação de Kirk Hammett e Blood In Blood Out, faixa-título do trabalho.

E a pancadaria continua rolando solta em mais 9 faixas, totalizando 62 minutos, com destaque para as excelentes Collateral Damage (música pra roda), Body Harvest, BTK (com participação de Chuck Billy) e Honnor Killings. Mais um excelente trabalho de Gary Holt, Tom Hunting e companhia.

Judas Priest – Reedemer of Souls

Judas Priest - Redeemer of Souls

A entrada do guitarrista Richard Faulkner deu um novo sopro de criatividade ao Judas Priest. De planos para aposentadoria iminente, a banda excursionou o mundo durante dois anos, lançou um novo CD/DVD/Blu Ray e resolveu gravar um novo disco de estúdio.

E a espera de seis anos valeu a pena. Os fãs foram presenteados com um disco excelente, variado, com canções que remetem a vários momentos da história do grupo. Destaques para a faixa título, as épicas “Halls of Valhala” e “Battle Cry” e a emocionante “Begining Of The End”.

Behemoth – The Satanist

Behemoth - The Satanist

Quem me conhece, sabe que eu não sou exatamente um apreciador de black metal. São poucas as bandas do estilo que me agradam, sendo o Immortal a minha favorita. Mas é impossível não reconhecer a qualidade e se empolgar com um disco que abre com a espetacular “Blow Your Trompets Gabriel” e encerra com a apoteótica “O Father O Satan O Sun”. Em novembro, os fãs brasileiros tiveram a chance de conferir de perto a poderosa apresentação do quarteto polonês.

AC/DC – Rock Or Bust

ACDC - Rock or Bust

Assim como aconteceu com o Judas Priest, o AC/DC também sofreu com questionamentos sobre a sua própria logenvidade. Antes de começar a se preparar para as gravações do novo disco, a banda precisou lidar com a questão de Malcolm Young, que precisou se afastar do grupo. Posteriormente foi revelado que o guitarrista estava sofrendo de demência e não iria retornar, sendo substituído pelo seu sobrinho, Stevie Young.

Mesmo diante de todos os problemas a banda seguiu em frente e lançou um dos melhores álbuns de 2014. Músicas como “Play Ball”, “Rock Or Bust” e “Rock The Blues Away”, você leva segundos para decorar o refrão e anos para esquecê-lo. Isso é AC/DC em seu estado mais puro.

Ratos de Porão – Século Sinistro

Ratos de Porão - Século Sinistro

Oito anos se passaram desde que o Ratos de Porão lançou Homem Inimigo do Homem. Nesse meio tempo a banda se manteve na ativa, lançou DVD, fez shows, mas os fãs já estavam havidos por material novo. E foram atendidos. Lançado em setembro de 2014, Século Sinistro é mais um grande trabalho de uma das maiores bandas brasileiras de todos os tempos. As letras contam com a habitual acidez e abordam temas que apelam ao público, como a recente onda de protestos, os gastos públicos por conta dos eventos esportivos acontecendo no país, eleições e afins.

California Breed – California Breed

California Breed - California Breed

Após o fim abrupto do supergrupo Black Country Communion, no fim de 2012, por muito tempo os fãs do baixista/vocalista Glenn Hughes tiveram de esperar bastante para saber qual seria a nova empreitada artística do músico. Hughes então anunciou que havia formado uma nova banda, chamada California Breed, e que em breve lançariam seu disco de estreia. Para a empreitada o músico recrutou seu amigo Jason Bonham (já substituído por Joey Castillo) para a bateria e o novato Andrew Watt.

O disco de estreia da banda mostra um tipo de som que os fãs de Glenn Hughes já estão familiarizados, com o baixista/vocalista mostrando que ainda tem muita lenha para queimar mesmo aos 63 anos e após uma recente cirurgia no coração.

Machine Head – Bloodstone & Diamonds

Machine Head - Bloodstone & Diamonds

A saída do baixista Adam Deuce e o processo de recrutamento de seu substituto, Jared MacEachern, acabou atrasando as gravações e o lançamento do sucessor do aclamado Unto The Locust de 2011. Confesso que Bloodstone & Diamonds não me agradou a primeira ouvida. Pelo contrário, achei um disco demasiadamente longo, uma versão exagerada do trabalho anterior. Mas após escutá-lo mais algumas vezes minha opinião mudou. O novo disco é mais um grande trabalho do Machine Head. Produzido pelo vocalista/guitarrista Rob Flynn e mixado pelo experiente Colin Richardson, destacam-se faixas como “Now We Die”, “Killer & Kings” e “Night of Long Knives”. Bloodstone & Diamonds é um álbum denso, pesado, difícil de assimilar rapidamente, mas quando se consegue, percebe-se que a banda mais uma vez acertou em cheio.

Uriah Heep – Outsider

Uriah Heep - Outsider

Quando bandas que estão na ativa há tanto tempo e têm um catálogo tão expressivo quanto o Uriah Heep resolvem gravar um álbum novo, a expectativa por parte dos fãs é sempre muito alta. E é aí que mora o grande problema. Eles não vão gravar mais algo como Demons & Wizards, até porque a essa altura a banda só tem um membro original, o guitarrista Mick Box. Mas ainda assim essas bandas são capazes de produzir trabalhos excelentes, e foi exatamente o que o Uriah Heep conseguiu com Outsider. Minha recomendação é a seguinte: deixe suas expectativas de lado e escute com atenção esse trabalho. Você poderá se surpreender com pérolas como “One Minute” e “Speed of Sound”.

Obituary – Inked In Blood

Obituary - Inked In Blood

O Obituary é uma banda conhecida por fazer as coisas com calma no que diz respeito a gravar álbuns. Devido a um histórico de problemas com gravadoras, o grupo da Flórida decidiu ter mais controle sobre seu próprio trabalho para isso fez uma campanha entre os fãs para angariar fundos e financiar o novo álbum. A campanha foi um sucesso e o grupo conseguiu gravar seu nono álbum de estúdio. Em meio as gravações, fez uma bem sucedida turnê no Brasil onde os fãs puderam conferir em primeira mão algumas das músicas novas, àquela época ainda sem nome. Inked In Blood é mais um excelente trabalho de um dos grandes nomes do death metal em todos os tempos.

Korzus – Legion

Korzus - Legion

O ano de 2014 foi particularmente excelente para os fãs do heavy metal nacional. Além do Ratos de Porão, o Korzus também já estava há muito tempo lançar material de estúdio e retornou em grande estilo com o excelente “Legion”, lançado no fim do ano passado. Destaque para as excelentes “Lifeline” e “Six Seconds”.

Menção honrosa – Pink Floyd – The Endless River

Pink Floyd - The Endless River

Os fãs do Pink Floyd foram pegos de surpresa no segundo semestre do ano passado quando a banda (leia-se David Gilmour e Nick Mason) comunicaram através do site oficial que estariam lançando um disco de estúdio após 20 anos do lançamento de “The Division Bell”, até então presumido como o último capítulo na história da banda.

O novo disco, chamado “The Endless River”, trata-se de uma compilação de ideias e músicas inacabadas das sessões de gravação do disco The Division Bell. Gilmour e Mason constataram que grande parte do material consistia em músicas compostas pelo tecladista Richard Wright, falecido em 2008 e tiveram a ideia de prestar uma última homenagem ao amigo. Impossível não se emocionar com a bela “Louder Than Words” e com o clipe que conta com imagens de Wright.

Shows
O ano também foi excelente no quesito shows. Embora em um nível pessoal tenha sido mais seletivo na hora de escolher em quais shows ir, os que fui definitivamente valeram a pena. Eis a lista com os meus cinco shows favoritos de 2014.

DEATH TO ALL

O Death, ao lado do Judas Priest, é a minha banda favorita. Mas infelizmente nunca tive a oportunidade de ver um show da banda por conta da morte de Chuck Schuldiner em 2001. Recentemente, Eric Greif, advogado, ex-empresário e gestor da propriedade intelectual do grupo achou uma maneira de satisfazer a vontade de fãs como eu e celebrar o legado de Chuck Schuldiner.

Ele reuniu alguns amigos e ex-membros de várias formações da banda para fazer shows na América do Norte. A ideia foi muito bem aceita e logo se expandiu para outros países. O Brasil foi incluído no roteiro do ano passado e consegui realizar o meu sonho. A formação que veio ao país contava com Steve DiGiorgio (baixo), Bobby Koble (guitarra), Gene Hoglan (bateria) e Max Phelps (Cynic) que se dividiu entre guitarra e vocais. Foi uma noite espetacular, que contou com um setlist estupendo, onde os músicos demonstraram um entrosamento absurdo e fizeram a alegria dos fãs.

Clique aqui para ler a resenha do show.

EXODUS

Foi um retorno em grande estilo da lenda do thrash metal ao Rio de Janeiro. Poucos dias antes do lançamento do aclamado Blood In Blood Out, o grupo californiano detonou o Circo Voador com um show absurdamente agressivo. Clássicos como “Bonded By Blood”, “Piranha” e “The Toxic Waltz” foram despejados um atrás do outro em frente a uma plateia ensandecida que lotou as dependências do Circo Voador e não parou de agitar em um só momento.

Clique aqui para ler a resenha do show.

BEHEMOTH

Em novembro, os poloneses do Behemoth trouxeram o caos ao Rio de Janeiro e fizeram uma das melhores apresentações do ano. O show foi tão caótico que teve direito a entrada apoteótica no palco e bíblia rasgada pelo vocalista Nergal durante o show. O público carioca, que teve a oportunidade de ver o Behemoth pela primeira vez, correspondeu e ajudou o grupo a fazer um dos melhores shows realizados na cidade maravilhosa em 2014.

Clique aqui para ler a resenha do show.

NAPALM DEATH E HATEBREED

Em setembro os cariocas tiveram a chance de assistir uma dobradinha um tanto quanto inusitada. Duas bandas que não costumam passar por aqui quando vem ao Brasil (o último show do Napalm Death no RJ havia sido em 2007 e do Hatebreed em 2005) vieram ao Rio de Janeiro e deram aos cariocas uma noite memorável. Abrindo a noite tivemos o Napalm Death com seu habitual show caótico, sem tempo para conversas ou distrações. Pena que teve pouco tempo disponível para o show. Em seguida o Hatebreed subiu ao palco e também fez bonito, mesclando clássicos com as músicas mais novas que os cariocas ainda não tinham tido oportunidade de ouvir.

URIAH HEEP

Sabe aquelas oportunidades que você perde e depois passa anos puto com você mesmo por ter sido tão burro? Em 2006 tive a oportunidade de ir no show do Uriah Heep no Canecão e deixei de lado por conta de uma prova na faculdade que no fim das contas acabou não influenciando em nada.

Por isso, quando soube que o grupo iria voltar ao país após oito anos, tratei de garantir logo o meu ingresso. Promovendo o excelente “Outsider”, a lendária banda britânica se apresentou no Rio de Janeiro exatamente um ano após o falecimento do baixista Trevor Bolder, que perdeu luta contra o câncer.

E foi um show excelente. Realizei o sonho de poder escutar ao vivo temas como “Sunrise”, “Easy Livin’” e “July Morning” e de quebra ainda retifiquei a péssima decisão tomada oito anos antes.

Observação: Como essa matéria já estava ficando grande demais, fui obrigado a diminuir a quantidade de shows escolhidos e por isso deixei de fora grandes shows que fui em 2014, como Bad Religion, Brujeria, Obituary, Jon Anderson, Kansas e Destruction.

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