Texto por Juliana Novo – Fotos por Ronaldo Chavenco – Edição por André Luiz
Em uma tarde quente de domingo ensolarado, uma fila imensa de headbangers ansiosos aguardava a abertura dos portões do Tropical Club, que estavam marcados para abrir às 14h. Com duas horas e meia de atraso finalmente se abriram os portões, enquanto a banda de abertura ainda terminava de passar o som.
Então, por volta das 17h, começou a quarta edição do mais aguardado festival de Metal Extremo do ano em São Paulo, com Chaos Synopsis, banda de São José dos Campos/SP, abrindo o evento com seu thrash/death metal vigoroso no molde de bandas como Korzus e Sepultura, divulgando sons de seu novo trabalho “Art Of Killing”. Fizeram um set bem curto, devido a quantidade de bandas a se apresentar.
A seguir, os canadenses do Cryptosy com seu death metal extremamente técnico e poderoso com pitadas de splatter. Começaram a animar a galera com músicas extremamente brutais como Two-Pound Torch, divulgando seu novo álbum intitulado com o nome da banda. O vocalista Matt McGachy fez questão de declarar o quanto é bom estar no Brasil, e não parava de chamar o pessoal para o circle pit, girando a cabeça sem parar.
Após uma pequena pausa, os americanos do Suffocation, com seu death metal extremamente bem feito, adentram o palco, detonando porradarias como Abomination Reborn, As Grace Descends, entre outras, divulgando o álbum “Pinnacle Of Bedlam”. Sem dúvidas um dos grandes shows da noite. Neste momento o Tropical Club está praticamente lotado, pessoal espontaneamente gritando o nome da banda a qual com certeza agrada a todos presentes, com destaques para os solos maravilhosos de Terrance Hobbs, além do grande vocal de Frank Mullen e a batera bem trampada de Kevin Talley.
Nova pausa, e surgem os austríacos do Belphegor, monstros do death metal, sendo uma das preferidas da noite. Decoraram o palco com esqueletos de bodes, contribuindo para o clima sombrio de sua apresentação. Enfatizam o álbum “Conjuring The Dead”, com músicas como a faixa título do álbum, Lucifer Take Her! e Rex Tremendae Majestatis, além de executar clássicos como Lucifer Incestus. Público parecia em transe assistindo o show, observando mais do que agitando.
E então, após grande espera de quase uma hora, finalmente o Watain surge no palco todo decorado com velas pretas em um altar e em castiçais com imensas cruzes invertidas. Infelizmente o público se reduziu um pouco pelo horário, mas não diminuiu a magnitude do show, um verdadeiro espetáculo de black metal, cheio de alma, melodia e feeling, lembrando em alguns momentos bandas precursoras do estilo, como Celtic Frost, Dark Throne e Immortal. Neste show divulgam o álbum “The Wild Hunt”. Em seu setlist incluíram músicas como Black Flames March, Malfeitor, Storm Of The Antichrist, Total Funeral e Kiss Of Death. A presença de palco do vocalista Erik Danielsson é impressionante. Ainda voltaram para um bis, com Sworn To the Dark.
E ao fim desta última música, segue um Outro, em que a banda deixa o palco, o vocalista se ajoelha e apaga uma por uma as velas do altar. Logo após deixa também o palco, enquanto o instrumental segue até o fim. Agradecimentos à Durr Campos pelo credenciamento de nosso veículo e a Dark Dimensions pela produção do evento.