Entrevista e tradução por Clovis Roman – Edição por André Luiz
O grupo polonês Besatt está com mais uma série de shows marcados pelo Brasil. Eles se apresentarão em cidades como Sorocaba/SP (dia 07, ao lado do Enthroned); Rio Negrinho/SC (dia 12, ao lado de Carcass e Brujeria) e São Paulo/SP (dia 14, com Terrorizer, Enthroned e Blood Red Throne). Na bagagem, trarão seu mais recente trabalho de estúdio, Nine Sins, justamente o nono álbum deles.
Em papo exclusivo com o vocalista e baixista Beldaroh (o único remanescente da formação original), o mesmo começou falando sobre o quanto ama tocar em nosso país. Ele cita ser a quarta visita deles ao Brasil, e frisa o quão loucos são os fãs do grupo por aqui: “O público é louco e muito dedicado, mas os mais espontâneos que encontramos são os das cidades de Belo Horizonte, Salvador e Teresina”, declarou. Ele também lembrou da última vinda do Bessat, ano passado, quando o produtor foi embora, deixando-os sem nenhum suporte. A situação foi resolvida com a ajuda de amigos brasileiros, que fizeram com que o resto das datas fosse cumprida. “Alugamos um ônibus e finalizamos a tour por conta, exceto no Rio de Janeiro, onde o produtor local cancelou a data, não foi nossa culpa”.
Ainda sobre a relação com o Brasil, realmente a capital mineira, Belo Horizonte, marcou a banda, já que eles gravaram o DVD Black Cult OF Evil por lá. Nos bônus, ainda há imagens registradas em Salvador, Brasília, Campinas e Curitiba. “Nos sugeriram gravar o show para lançá-lo posteriormente em DVD. Achamos a ideia muito boa e concordamos de imediato”, diz Beldaroh. O material ainda conta com uma homenagem a Ichthys Niger, ex-baterista do Evil War, que morreu no começo de 2008: “Nós nos comunicávamos via carta há muito tempo, e assim foi por anos. Em 2007, ele veio me visitar na Polônia, e conversamos sobre uma turnê com Evil War e Besatt, o que não aconteceu, pois ele cometeu suicídio”, e concluiu, “nos pareceu óbvio dedicar o nosso DVD a ele”.
Quanto as bandas brasileiras, ele diz apreciar várias delas, todas de Black Metal, e cita algumas: “Unearthly, Mystifier, Spell Forest, Occultan, Sardonic Impious, Impiedoso, Infernal War 666, entre muitas, muitas outras”, afirmou.
Sobre o mais recente petardo, Nine Sins, ele confirma que toda a questão envolvendo o número nove não foi uma coincidência, afinal, o álbum tem nove músicas e é o nono lançado do Besatt: “Obviamente não foi uma coincidência, foi tudo calculado. Todas as letras falam sobre pecados, que para mim, são instintos humanos. Este álbum, junto a Demonicon e Tempus Apocalypsis, é outro que posso chamar de conceitual”. O trabalho foi gravado no Hertz Studio, que segundo Beldaroh, é o melhor da Polônia para o Black Metal, e cita grandes nomes do estilo que gravaram por lá, como Vader, Behemoth, Hate e nossos compatriotas do Unheartly. “Já gravamos lá anteriormente, então tudo correu bem com a equipe do estúdio. [o som] foi apenas uma continuação do que estávamos fazendo. Claro que quisemos fazê-lo ainda mais brutal, mas no geral, o som é uma sequência dos últimos discos”.
Antes de terminarmos o papo, ainda falamos sobre o Det Gamle Besatt, banda que tem ex-membros do Besatt junto ao próprio Beldaroh, e que esse ano lançou seu debut, Caerimonis Diabolus. “Eu queria gravar a primeira música do Besatt, de 1991, com o lineup original. Então chamei o baterista Dertalis e o guitarrista Weronis para discutir o assunto. Tudo saiu tão bom que após gravarmos a tal música para o CD de aniversário, registramos outra música antiga e uma nova composição, na linha crua do Besatt. Logo depois, gravamos o MCD Primary Evil, e em 2014, lançamos nosso primeiro full lenght”, explica, antes de completar que “o som do Det Gamle Besatt é um black metal cru, igual ao feito na década de 80. Talvez não seja tão rápido, mas as mensagens demoníacas estão lá. E já estamos trabalhando no próximo disco”.
Para encerrar, o frontman ainda mandou uma mensagem sucinta para convocar os fãs para seus shows por aqui: “Hail Lucifer Forever”, e adicionou: “Vejo-os no Brasil em dezembro”.