Texto por Clovis Roman – Fotos por Clovis Roman e Alexandre Buga – Edição por André Luiz
Em sete passagens pela cidade, mais da metade delas aconteceram nos palcos do Curitiba Master Hall (que na década de 90 se chamava Forvm). O Deep Purple é uma das bandas que mais toca no Brasil, algo que se intensificou n última década. O que é muito bom para nós, afinal, o grupo é uma referência no rock, e continua produzindo bons materiais de estúdio, sendo o último petardo dos caras, Now What?!, de 2013.
Das 17 músicas tocadas pelo quinteto, três vieram deste álbum. Alguma coisa surgiu do material da década passada, e o resto, praticamente apenas os grandes sucessos da década de 70. Foi dada ênfase justamente no que a maioria esmagadora do público presente – e em grande quantidade – queria conferir. A abertura veio exatamente às 21h (pontualidade britânica) com “Highway Star”, logo seguida pela violenta “Into The Fire”. Outra que há poucos anos nunca havia sido tocada ao vivo, e agora achou seu lugar no set dos caras é “Hard Lovin Man”, uma verdadeira pérola que, assim como a anterior, veio do In Rock (1970). O álbum, o quarto da carreira do grupo, marcou a estreia do vocalista Ian Gillan e do baixista Roger Glover, peças fundamentais na história do Deep Purple, e que até hoje o integram. Antes um grupo com forte acento pop, eles apostaram no peso (e na voz caótica e ao mesmo tempo melodiosa de Gillan) a partir do disco, e o resto é história.
Como a banda já tocou diversas vezes aqui, boa parte do que foi apresentado já era esperado, como clássicos absolutos do quilate de “Hush” (esta, já no encore), “Perfect Strangers”, “Space Truckin´”, “Lazy” e claro, “Smoke On The Water”. A grande – e agradável – surpresa ficou com “The Mule”, resgatada por eles na atual turnê após muito tempo. Nela, assim como eternizado em Made In Japan – um dos melhores discos ao vivo do Rock de todos os tempos – foi incluído um solo de bateria do soberbo Ian Paice. Foi ovacionado por todos, merecidamente. Das novas, “Vincent Price” se destacou por ser bastante pesada para os padrões do Deep Purple. Esta canção tem tudo para ficar no repertório dos caras por alguns bons anos. As demais cumpriram bem seus papéis, mas “Aprés Vous”, usada na abertura do show antes desse (Brasília, 07 de novembro), caberia tranquilamente no lugar de “Uncommon Man”.
Para o encerramento, completando cerca de duas horas de show, o baixista Roger Glover, após um rápido solo com seu instrumento, puxou “Black Night”, a qual todos cantaram em uníssono sua melodia inicial. A noite foi perfeita, tanto na questão sonora, quanto em relação a iluminação, decoração do palco e pontualidade.
Setlist
Highway Star
Into the Fire
Hard Lovin’ Man
Strange Kind of Woman
Vincent Price
Contact Lost
Uncommon Man
The Well-Dressed Guitar
The Mule
Lazy
Hell to Pay
Perfect Strangers
Space Truckin’
Smoke on the Water
Going Down (Moloch cover)
Hush (Billy Joe Royal cover)
Black Night
Vídeo – Hard Lovin’ Man