Texto por Clovis Roman – Fotos por André Smirnoff – Edição por André Luiz
Boa parte do público metal de Curitiba esperava ansiosamente pela oportunidade de ver o Cavalera Conspiracy ao vivo, afinal, o grupo conta com os irmãos que fizeram história no Metal mundial ao lado do Sepultura. Eles saíram em momentos distintos, e após um tempo se reuniram para estourar nossos tímpanos mais uma vez. E a frustação pelo show cancelado em cima da hora em 2012 foi compensada com sobra este ano, em show organizado pela Damar Productions, que fez o Music Hall transbordar de gente.
Sem banda de abertura e começando precisamente no horário, Max e Igor são ovacionados ao subirem no palco, e o show tem início com a avassaladora “Inflikted”. O grupo, completado atualmente pelo guitarrista Marc Rizzo (também do Soulfy) e pelo baixista Tony Campos (do Asesino) seguiu o massacre com “Warlord” e “Torture”, as primeiras de Blunt Force Trauma (2011). Aí veio o medley com “Beneath The Remais” e “Desperate Cry”, e o público, que já estava louco, pirou de vez, abrindo rodas violentíssimas na pista. O frontman Max Cavalera estava visivelmente emocionado, elogiando a cidade sempre que possível. Ele, inclusive, é um animador de plateias que deixa Silvio Santos no chinelo, atiçando o público a todo o momento, dança, canta, entoa coros com palavrões e volta e meia para de tocar para bater palmas ou pegar o microfone, sendo sempre respondido ruidosamente pelo pessoal. Quem segura os riffs e os solos na banda é mesmo Rizzo; Max apenas faz as bases (as vezes).
A apresentação teve duas dezenas de músicas, com várias da banda intercaladas com clássicos do Sepultura, e até mesmo “Wasting Away”, do Nailbomb. Duas faixas do vindouro álbum Pandemonium foram tocadas. A primeira, “Babylonian Pandemonium” teve seu coro entoado em alto e bom som pela galera, graças a intervenção de Max. A outra, “Bonzai Kamikaze” veio mais perto do final do espetáculo, e serviu para a galera dar uma relaxada, afinal, o calor dentro do Music Hall era palpável. Depois de Max tocar deitando no chão durante “Territory”, ele chamou ao palco seu enteado Richie Cavalera, que assim como no álbum Inflikted, cantou “Black Ark”, em um dos momentos mais bacanas do show. Outros dignos de nota foram “Sanctuary”, no qual Rizzo fez alguns vocais no refrão, e a violenta “Killing Inside”.
Para o final, a banda foi ‘covarde’, pois mandou uma sequência de sons que fizeram parte da vida de muitos dos presentes, principalmente aqueles mais velhos. Pois vejam bem: “Inner Self” iniciou, seguida por “Attitude”, do Roots. A banda, parecendo não acabar o show, tocou uma parte de “Orgasmatron” (o público agitou como se fosse ainda a primeira música, deixando o cansaço de lado) e por fim, “Roots Bloody Roots”, na qual a energia violenta da plateia e músicos atingiu seu ápice. Ver Max e Igor (como nos velhos tempos) destruindo as peles de sua bateria foi, no mínimo, emocionante. Sem espaço para viagens musicais e parcerias duvidosas, eles estão tocando Metal em sua forma mais bruta.
SETLIST:
Inflikted
Warlord
Torture
Beneath the Remains / Desperate Cry
Troops of Doom
Sanctuary
Terrorize
The Doom Of All Fires
Wasting Away
Babylonian Pandemonium
Arise / Dead Embryonic Cells
Killing Inside
Refuse/Resist
Territory
Black Ark
Bonzai Kamakaze
Inner Self
Attitude
Orgasmatron
Roots Bloody Roots
Vídeos
Inflikted, Warlord, Torture, Beneath The Remais / Desperate Cry, Troops Of Doom, Sanctuary:
Killing Inside