Redeemer Of Souls novo clássico do Judas?

20140613-judaspriest-x600-1402671659 - by Peter Wafzig via getty images

Texto por Rodrigo Gonçalves, comentários por André Luiz e Eduardo Jr. – o conteúdo expresso reflete a opinião dos autores, é de inteira responsabilidade destes
Fotos por divulgação e Peter Wafzig (Getty Images)

Quando o Judas Priest anunciou em dezembro de 2010 sua intenção de se retirar dos palcos, porém de continuar gravando músicas, muitos acharam que era o fim da linha para a banda. Sentimento esse que se exacerbou cerca de quatro meses depois quando o guitarrista K.K Downing anunciou sua saída do Judas e consequente aposentadoria citando problemas pessoais e com a parte empresarial do grupo. Mas a banda agiu rápido e logo em seguida anunciou à adição do guitarrista Richard Faulkner, mais conhecido por ter tocado na banda de Lauren Harris, filha de Steve Harris, baixista e fundador do Iron Maiden.

O grupo embarcou em uma bem sucedida turnê mundial que durou quase dois anos e culminou com o lançamento do ao vivo “Epitaph”, registrado no último show da turnê homônima que aconteceu no lendário Hammersmith Apollo, em Londres. Mais do que isso, o Judas anunciou durante a turnê que estava trabalhando em idéias para o novo álbum de estúdio. Embora não tenha anunciado uma data prevista para o lançamento, a notícia deu esperança aos fãs.

O quinteto passou 2012 e 2013 quieto enquanto registrava tempo no estúdio e trabalhava com calma nas músicas. Em março desse ano, durante uma entrevista, o vocalista Rob Halford anunciou que os músicos haviam completado o trabalho no novo disco. No mês seguinte foram anunciados nome, tracklist, capa e data de lançamento de Reedemer of Souls. A banda então começou um forte e bem feito trabalho de divulgação do novo disco, liberando teasers e músicas completas, o que servia para aumentar ainda mais a ansiedade dos fãs.

No inicio de julho a própria banda liberou na internet o disco para que os fãs pudessem ouvir. E a espera valeu a pena. Reedemer of Souls é um excelente trabalho, repleto de elementos clássicos e comuns à discografia da banda, além de mostrar um Judas Priest renovado, moderno, apoiado pelo bom desempenho do novato Richard Faulkner.

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De cara algo que se nota é que o disco novo é repleto de menções ao passado glorioso da banda (ainda que de maneira indireta), repetindo um expediente que já havia sido usado no álbum “Angel of Retribution”, lançado em 2005 e que marcou o retorno do vocalista Rob Halford.  E isso é legal, pois dá a chance a fãs de diferentes fases da carreira do grupo para encontrarem elementos que os farão apreciar o álbum novo.

Apresentando uma boa variação de temas mais rápidos com outros de andamento mais arrastado, Redeemer of Souls é uma excelente adição ao catálogo da banda. Músicas como “Dragonaut” e “Halls of Valhalla” mostram o Judas Priest clássico, baseado em riffs e solos bem construídos, além do vocal impressionante de Rob Halford. A faixa título, “Sword of Damocles” e “March Of The Damned” também estão entre as melhores do novo trabalho.  “Hell & Back”, “Cold Blooded” e “Metalizer” mantém o ritmo e o interesse do ouvinte enquanto o disco se encaminha para o seu final.  “Crossfire”, com sua introdução a la Black Sabbath é outro grande momento. “Battle Cry” e “Begining Of The End” encerram o trabalho em grande estilo.

A versão deluxe de “Redeemer of Souls” acompanha nada menos do que cinco faixas bônus. Antes do lançamento, a banda explicou que resolveram fazer isso não para tirar dinheiro dos fãs, mas porque sentiram que tinham músicas legais o suficiente mas que não se encaixavam exatamente no contexto do primeiro disco, por isso resolveram lançá-las dessa maneira. E foi uma decisão acertada, ao meu ver. Nenhuma das músicas tem grande destaque e valem mais pela curiosidade, com “Snakebite”, encarregada de abrir o segundo CD a mais interessante delas. Uma música de rock mais direta, com bom riff e performance vocal “descontraída” por parte de Rob Halford.

Ninguém sabe ao certo o que será do futuro do Judas Priest após esse disco, e os próprios músicos admitem isso abertamente. Shows já começaram a ser marcados nos Estados Unidos e por enquanto planos não foram anunciados para Europa, Ásia ou América do Sul. Fato é que se a banda decidir se aposentar amanhã, “Redeemer of Souls” terá sido uma excelente maneira de se despedir dos fãs.

Comentários da Equipe Metal Revolution:

Andre Luiz

“Deixaram de lado qualquer invenção da roda, voltaram com o cru, o básico, adicionando pitadas até mesmo de blues, e há momentos em que parece ouvir-se a voz do Rob cantando com aqueles ecos ouvidos no vinil… As três faixas (‘Dragonaut’, ‘March Of The Damned’ e a faixa título) apresentadas inicialmente ao público davam uma ótima impressão, a trinca ‘Halls Of Valhalla’ ‘Metalizer’ e ‘Battle Cry’ são petardos rápidos, ‘Sword Of Damocles’ ‘Secrets Of The Dead’ e ‘Down In Flames’ soam como clássicos épicos, ‘Hell & Back’ ‘Cold Blooded’ e ‘Crossfire’ primam pela cadencia, até ‘Beginning Of The End’ lembra as faixas executadas nos PA’s ao término do show enquanto o público deixa o local… Havia visto comentário do Eduardo Jr falando que se tratava do melhor desde o Painkiller, confesso que achei exagero porque o Angel Of Retribution havia sido um bom trabalho, mas esse Redeemer O Souls vai do começo ao fim em alto nível, é a diferença…” – Por André Luiz

Eduardo Jr - 2014

“O Judas Priest é puro Heavy Metal, nunca mudou suas caracteristicas e este CD, reforça isto. Não existe reinvenção da Roda, apenas mais do mesmo, METAL sem firulas, como somente eles sabem fazer e é isto, exatamente isto, que todo fã do Judas Priest busca, deleitem-se!! O melhor álbum desde Painkiller, sem sombra de dúvidas!” – Por Eduardo Jr

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