Texto e Fotos por Clovis Roman
O dia 18 de abril foi uma sexta agradável, e não apenas pelo clima ameno na cidade, o John Bull Pub também propiciou momentos agradáveis aos ouvidos. O Crucified Barbara estava pela segunda vez no Brasil, e faria seu segundo show no país (um dia antes, elas se apresentaram em Porto Alegre). E ainda teríamos o grande Hibria, nome respeitadíssimo do Metal nacional lá fora, além da incógnita Kiara Rocks.
O Kiara Rocks ficou famoso no Rock In Rio, por terem tocado no palco principal (enquanto nomes realmente relevantes como Helloween tocaram no palco menor) ao lado de Slayer e Iron Maiden. Na ocasião, mandaram 4 covers num total de 11 músicas tocadas, e ainda tiveram a participação do ex-Iron Maiden Paul Di’Anno. Não adiantou. Público e crítica, no geral, massacraram o show dos caras. O problema não é apenas o fato deles entupirem o set de covers, mas também as fracas composições próprias. O show foi chato, e a reação da galera demonstrou isto. Poucos agitavam, enquanto a maioria saiu pra fumar ou comprar uma cerveja. Teve sim gente que agitou no som dos caras. Afinal, entre algumas poucas músicas próprias, eles mandaram grandes sucessos do Rock. Uma música como “Highway To Hell”, por si só, já é o suficiente para se agitar. Ou seja, não sobrou absolutamente nada para o “Piada Rocks” (galhofa ouvida diversas vezes durante a noite). Uma frase dita por um espectador resumiu muito bem a banda: “É muita arrogância para pouco talento”.
O lenitivo veio com o show enérgico do Hibria (outra banda que se apresentou no Rock In Rio ano passado), que tocou por cerca de 50 minutos, e mandou 10 músicas próprias. Eles abriram com a faixa título do último disco, “Silent Revenge”, que reúne algumas das melhores qualidades da banda: melodias vocais grudentas (principalmente nos refrões) e muito peso nas guitarras. Do referido trabalho, ainda tivemos as igualmente ótimas “Silence Will Make You Suffer” e “Lonely Fight”. O show foi bastante homogêneo, mas é impossível não citar a sequência final, com a já citada “Silence Will Make You Suffer” e a antigona “Tiger Punch” como destaque, além, claro, do excelente trabalho vocal de Iuri Sanson (aquele mesmo que cantou com o Loudness no Live N´Louder em 2013).
O Crucified Barbara foi formado em 1998, e desde então, teve apenas uma mudança em sua formação: a vocalista Joey Nine saiu do grupo em 2003, tendo gravado apenas a demo “Fuck You Motherfucker” (belo título, não?). Desde então, a guitarrista Mia Coldheart assumiu também as vozes do grupo. Dois anos mais tarde chegava as lojas o álbum de estreia, In Distortion We Trust. Completam a discografia ‘Til Death Do Us Party (2009) e The Midnight Chase (2012). Está programado para o dia 20 de agosto o lançamento do quarto disco das garotas, In The Red, do qual algumas composições foram apresentadas nos shows pelo Brasil. Integram o Crucified Barbara, além de Mia Coldheart (Mia Karlsson), a guitarrista Klara Force (Klara Rönnqvist Fors), a baixista Ida Evileye (Ida Stenbacka) e a baterista Nicki Wicked (Jannicke Lindström).
Elas subiram ao palco e não quiseram saber de papo, emendaram logo de cara uma bela sequência, com “The Crucifier”, “Play Me Hard” e “Shut Your Mouth”. Do disco ‘Til Death Do Us Party, foram apenas duas canções: a empolgante “Sex Action” e a bela balada “Jennyfer”, na qual Mia Coldheart cantou os primeiros versos sem sua guitarra. Já o próximo álbum, ainda não lançado, foi representado com “To Kill A Man” (excelentes riffs de guitarra) e com a empolgante “Sell My Kids For Rock n’ Roll”.
Para o encerramento da primeira parte, veio a faixa título do primeiro disco, a pesadíssima “In Distortion We Trust”. A espera pelo encore foi curta, e logo Mia Coldheart estava de volta, para tocar e cantar, sozinha, a balada “My Heart Is Black”. Suas colegas retornaram logo depois para encerrar com mais duas músicas: o hit “Rock Me Like The Devil” e “Into The Fire”, ambas do mais recente álbum, The Midnight Chase.
Foi uma apresentação sólida e realmente surpreendente. O feeling das moças no palco é contagiante, e até mesmo os mais desavisados estavam agitando após algum tempo. E para completar, tivemos a abertura mais que competente do Hibria, que mostrou não ser a toa o sucesso que conquistaram na “gringa”. Assim que eles emplacarem definitivamente por aqui, serão tão grandes quanto o Angra, pelo menos.
Crucified Barbara – Rock Me Like The Devil