Black Sabbath, Megadeth, Hibria – 09-10-2013 – Curitiba (Fiergs)

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Texto por Clovis Roman. Foto por MRossi / Divulgação T4F.

O Brasil recebe todo ano grandes nomes dos mais variados estilos musicais, que também normalmente variam suas formações com o tempo. E uma das mais cultuadas, com mais de 40 anos de estrada, nunca havia vindo ao país, o Black Sabbath. Na verdade, a banda já tinha tocado por aqui, mas com outros vocalistas. Em 1992, fizeram shows com Dio, e 2 anos depois, tocaram no Monsters Of Rock, com Tony Martin. Mas com Ozzy Osbourne, vocalista original, foi a estreia. Este motivo, por si só, já seria suficiente para casa cheia, e a adição do Megadeth como abertura foi a cereja no bolo. O estacionamento da FIERGS recebeu cerca de 30 mil pessoas, que se emocionaram em ver alguns dos maiores heróis do Rock e do Metal juntos no palco. Faltou apenas o baterista Bill Ward, substituído pelo mais que competente Tommy Clufetos (da banda solo de Ozzy).

O Hibria não teve sua participação muito divulgada, e o público estava disperso na pista. A banda fez uma apresentação competente, mostrando o motivo de serem tão adorados no Japão, afinal, fazem metal com boas melodias e possuem um excelente vocalista, Iuri Sanson.

O Megadeth preparou um excelente palco, com telões ao lado da bateria, mostrando imagens sincronizadas com as músicas executadas. Apesar de não ser a atração principal, o quarteto liderado por Dave Mustaine teve qualidade de som perfeita. O setlist foi curto, apenas 10 músicas, mas souberam balancear bem os grandes sucessos. Do mais recente trabalho, apenas “Kingmaker” apareceu. A abertura com “Hangar 18” foi covardia, já fazendo todos ficarem atentos durante o set de uma hora. Outra boa surpresa foi a excelente “She Wolf”, sem contar “Tornado Of Souls”, que assim como a faixa de abertura, pertencem ao Rust In Piece, um dos discos mais cultuados do grupo. O Megadeth está em excelente forma, entrosado e letal. O guitarrista Chris Broderick foi a melhor contratação que Mustaine fez até hoje.

 

Pouco antes das 22 horas, o Black Sabbath abre o show com “War Pigs” e seus acordes arrastados mesclados hipnoticamente ao som de sirenes. Assim como os shows anteriores, a banda executou 16 músicas, sendo apenas três do mais recente 13: o single “God Is Dead?”, “End Of The Beginning” e “Age Of Reason”, que foi adicionada durante a turnê. O disco é novo (e o primeiro com Ozzy desde 1978), mas as canções já caíram no gosto da galera, que cantou, agitou e curtiu elas quase como nos grandes clássicos. E falando em clássicos, tudo o que a banda resgatou da década de 70 entra neste rótulo. Músicas do quilate de “Into The Void”, “Fairies Wear Boots” e a fabulosa “Iron Man” falam por si só. A performance da banda foi impressionante, considerando a idade e as aventuras vividas por eles neste tempo todo. Ozzy agitou, andou e atiçou o público por quase duas horas sem parar além de ter cantado muito bem, diferente do ouvido em registros disponíveis na internet da atual turnê; Geezer Butler, com o som do baixo bem evidente saindo das caixas, mostrou o motivo de ser uma grande influência para quase todos os músicos que apareceram depois; e Tony Iommi, mais quieto no palco, destilou toneladas de riffs incrivelmente pesados, que ajudaram a moldar o Heavy Metal de hoje em dia. O novato Tommy Clufetos (apenas 34 anos, quase a metade de seus colegas) simplesmente destruiu a bateria, tocando com uma força descomunal, algo que Bill Ward (sem desmerecer sua importância) não conseguiria fazer ao vivo atualmente. Vale citar que todos tiveram solos individuais durante o show.

E para o final, após encerrarem a primeira parte com “Children Of The Grave”, o quarteto retorna para tocar uma das mais famosas músicas do mundo: “Paranoid” – que veio depois de uma rápida passagem pelo riff de “Sabbath Bloody Sabbath”. Nenhum dos presentes pode, em hipótese alguma, reclamar de qualquer coisa desta apresentação transcendental, mas se for imprescindível citar algum ponto negativo, aí vai: um quadro do telão falhou durante parte do show.

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