Texto por Clovis Roman – Fotos por Kenia Cordeiro
O Suicidal Tendencies veio várias vezes ao Brasil nos últimos 20 anos (a última, inclusive, faz menos de um ano), porém, há muito tempo não visitavam Curitiba. Então, a lógica seria termos casa cheia – o que, de fato, ocorreu. Para a abertura, foram convocadas as bandas Descarrego e SOTS (vencedora de um concurso realizado pela produtora em parceria com o próprio Suicidal Tendencies), e após a atração principal, foi escalada a local Glock.
Sem muita demora, a noite começou com os catarinenses do Descarrego, que mandaram mais de uma dúzia de músicas em pouco mais de meia hora, com bastante competência. Logo depois, sobe ao palco o SOTS (cujo acrônimo significa “Survival Of The Streets”), que manteve a qualidade, mesmo com todos já ansiosos pela principal atração da noite.
Passados cerca de 30 minutos após a meia-noite, uma rápida passagem de som com o os “novatos” Eric Moore (bateria) e Tim Willians (baixo – que aliás, tem uma presença de palco tão digna quanto Robert Trujillo, ex-integrante, atualmente no Metallica), finalmente surge o Suicidal Tendencies, liderado pelo vocalista Mike Muir, membro original e fundador do grupo. E para começar, nada melhor que um clássico como “You Cant Bring Me Down”, que causou instantaneamente rodinhas violentas, com a galera se destruindo não apenas na pista, como nas áreas mais reservadas da espaçosa casa. Completam a formação a dupla de guitarristas Dean Pleasants (que também toca com Muir no Infectious Grooves, e entrou na banda em 97), e o recém-integrado Nico Santora, que veio do From The Throne.
Enquanto a banda mandava praticamente sem trégua materiais como “Cyco Vision”, “How Will I Laugh Tomorrow” e “Possessed To Skate”, o público fazia sua parte. A energia que emanava da pista era o complemento perfeito para a fúria que o “S.T.” (letras que foram entoadas várias vezes durante o show) despejava do palco. Mesmo com alguns integrantes mais novos, a banda parece tocar junta há décadas, tamanha a afinidade entre os cinco. Um verdadeiro massacre.
No encerramento, o Glock mandou alguns sons próprios, como “Seguindo em Frente”, além de “Im The Liar” do D.R.I. (do disco Full Speed Ahead). Uma noite gloriosa para cada um dos presentes (que, como mencionado, lotaram o Espaço Cult).