Em
pleno trabalho de divulgação do álbum Mind
Over Body, conversamos com o vocalista da banda pauslita a respeito
de todo processo que envolveu a criação e gravação
do petardo aclamado como um dos melhores lançamentos de
2006, além é claro, da participação
no Live 'n' Louder com comentários das bandas do cast
Thiago
Rahal - “Mind Over Body” foi lançado há
poucos meses no Brasil. Na sua opinião, qual a avaliação
do público sobre o mesmo?
Danilo Herbert - Realmente
muito boa, bem acima do esperado. Quando lançamos o “Mind
Over Body”, não imaginávamos que ele seria
tão bem aceito pelo público e pela crítica
especializada. Não que esperássemos o contrário,
pois nos esforçamos ao máximo para realizar este
trabalho da melhor maneira possível, é que não
esperávamos que isso acontecesse tão rapidamente
sendo que seu lançamento oficial foi há menos de
dois meses atrás.
Thiago - E você acredita
que a banda conseguiu alcançar o resultado esperado? Depois
de pronto, algo faltou ou tudo aconteceu como queriam?
Danilo - Quando uma banda opta por um caminho independente
ela se depara com um enorme obstáculo que é ter
que correr atrás de tudo por si só, mas dependendo
de seu ponto de vista, esta pode ser a grande vantagem em relação
aos outros. A banda passa a participar de todos os processos relacionados
à sua arte, dando a ela liberdade total para guiar sua
trajetória, da maneira que bem entender. Foi isso o que
aconteceu conosco na produção do “Mind Over
Body”, interferimos diretamente em todas as fases desse
processo e por isso, digo que apesar de todos os imprevistos,
fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para que o álbum
saísse exatamente da maneira que queríamos.
Thiago - O que você
destacaria de evolução na banda, desde a gravação
do primeiro disco, até a finalização deste
novo álbum?
Danilo - É difícil dizer... nesses quase
quatro anos de vida, há vários aspectos do Mind
Flow nos quais nota-se uma evolução e isso vai além
da técnica, que em alguns casos, é secundária.
Desses, eu destacaria a nossa maneira de compor, cada vez mais
espontânea e natural, também destacaria nossa união
como banda. Reconheço que quatro anos não é
muito tempo mas já conseguimos muitas coisas para uma banda
que acredito ainda estar engatinhando, já passamos por
muitas situações diferentes e por enquanto, felizmente,
acho que estamos nos saindo bem.
"...desvantagens
de ser uma banda independente. Quando você entra em estúdio,
o relógio é sempre uma preocupação.
Como nosso tempo não deveria se estender muito para que
nossa estadia fosse mais viável, planejamos a fase de gravação
da maneira mais eficiente possível, portanto, gravávamos
em esquema de revezamento, enquanto um dormia o outro entrava
no estúdio." - Danilo Herbert
Thiago - A gravação
do álbum ocorreu em sua totalidade nos Estúdios
Mega em São Paulo. O Brasil já tem lugares para
se gravar discos de qualidade, assim como na Europa, Ásia
e Estados Unidos?
Danilo - Sem dúvida. Temos aqui em nosso país,
qualidade, tanto em termos de equipamento quanto material humano.
Possuímos vários estúdios de peso, não
só aqui em São Paulo, mas em vários outros
centros do país, que oferecem aos artistas de todos os
estilos, condições para que seus trabalhos atinjam
níveis de qualidade que não devem nada aos padrões
internacionais.
Thiago - O Mind Flow colocou
no mercado nacional um cd no formato digipack, com dois encartes
e com preços baixíssimos de em média R$ 15.
Acreditam que esse é o caminho para a nova ordem da música
atual?
Danilo - Com o surgimento de tantos meios de comunicação,
acredito que este seja apenas um dos muitos caminhos. A idéia
de lançar o “Mind Over Body” em um formato
diferenciado veio de nossa filosofia que é procurar sempre
oferecer o melhor para o ouvinte, fazendo do CD, algo que vai
muito além do som e permitindo que as pessoas tenham acesso
a um produto de qualidade por um preço justo. Isso ainda
lembra o que foi dito acima sobre a vantagem de ser uma banda
independente: você tem o controle de todos os processos
da produção de seu álbum, inclusive o seu
formato.
Thiago - E sobre a polêmica
questão da MP3. A banda é contra ou a favor de quem
baixa o disco inteiro? Vocês mesmos disponibilizaram algumas
músicas para os fãs baixarem em seu site oficial.
Os fãs de Heavy Metal ainda compram álbuns como
antigamente?
Danilo - A chegada do MP3 pôs em xeque a maioria
dos selos, grandes e pequenos, que ao invés de se adaptarem
a essa nova realidade apenas tentaram sufocá-la, inutilmente.
Hoje, você já pode ouvir um disco na íntegra
antes mesmo de ser lançado no mercado. Ninguém mais
tem controle sobre isso. O que resta agora é encontrar
meios de conviver com esse tipo de coisa. O MP3 para o artista
é um aliado, pois é um meio de divulgação
sem fronteiras, mas que em contra partida, faz a indústria
que o sustenta perder dinheiro. Mesmo assim, acho que os fãs,
principalmente os de Heavy Metal, que são, sem dúvida,
os mais fiéis, sempre procuram comprar os discos de suas
bandas favoritas. Um meio de garantir isso seria tentar transformar
o disco em algo mais atraente para o consumidor em termos de visual
e preço, agregando mais valor ao produto, e não
o tendo apenas como uma mídia que transporta o som. Se
isso fosse mais explorado acredito que o mercado não estaria
assim.
Thiago - Vocês inauguram
um belo site com bastante informação e visual atraente.
A Internet hoje em dia, é o ponto chave da música
atual? Quem não tem um site ou algo parecido acaba ficando
para trás?
Danilo - A Internet é uma forma importantíssima
de divulgação para tudo, inclusive para música.
Vários artistas atuais alcançaram notoriedade internacional
usando a web como trampolim para outros meios de comunicação
que são de acesso mais restrito, deixando assim o underground.
Portanto, considero sim, a Internet um elemento chave para a promoção
artística. E uma banda que não mostra o seu trabalho
na net com certeza está perdendo uma grande fatia de seu
público.
|
Thiago
- Danilo, como disse em minha resenha sobre o Mind Over
Body, os seus vocais no novo álbum foram um dos
destaques do disco. Fiquei sabendo que nas gravações
do mesmo, você ficou cantando durante 14 horas seguidas,
isso é verdade? Se sim, conte-nos como foi.
Danilo - Fico muito feliz ao ouvir suas palavras
e agradeço, depois lhe passo o cheque (risos).
Isso realmente aconteceu. Você me fez lembrar de
umas das desvantagens de ser uma banda independente. Quando
você entra em estúdio, o relógio é
sempre uma preocupação. Como nosso tempo
não deveria se estender muito para que nossa estadia
fosse mais viável, planejamos a fase de gravação
da maneira mais eficiente possível, portanto, gravávamos
em esquema de revezamento, enquanto um dormia o outro
entrava no estúdio. Na ocasião estávamos
com um prazo apertado, pois a data da masterização
já estava marcada e o material deveria ser entregue
nas mãos de George Marino no Sterling Sound Studios
em Nova Iorque dentro de alguns dias, e ao mesmo tempo
não queríamos deixar que nada apressasse
as sessões de mixagem, por isso houve a necessidade
de que um bom naco das vozes do “Mind Over Body”
fosse gravado em apenas um dia. Felizmente tudo correu
bem. Preferi perder algumas horas preciosas de sono para
que a pressa não prejudicasse de maneira alguma
a qualidade final do disco, uma troca mais do que justa.
|
Thiago
- Qual música demorou mais para ser gravada? E
quais as suas preferidas do álbum.
Danilo - Os vocais do “Mind Over Body”
de uma forma geral levaram bastante tempo para serem gravados,
pois, desta vez, experimentamos explorar um pouco mais
essa parte em relação ao “Just the
two of us... Me and Them”, mas sem dúvida
alguma, a música que mais levou tempo para ser
finalizada foi "Follow your Instinct" que, além
de possuir dezesseis minutos de uma dinâmica totalmente
inconstante, exigiu um cuidado especial com a interpretação
devido a sua temática peculiar e a todo o mistério
que a cerca. Quanto as minhas músicas preferidas
do “Mind Over Body”? Adoro todas elas, é
difícil escolher uma ou outra em especial. Prefiro
citar as que eu ando escutando mais vezes ultimamente,
que são "Chair Designer" e a própria
"Follow your Instinct". |
Thiago - Quais vocalistas
você se espelha ou tem algum tipo de admiração
no heavy metal e na música em geral.
Danilo - Me considero um verdadeiro liquidificador de
influências. Sou aquele tipo de cara que tem as raízes
cravadas no passado, mas não torce o nariz para o que há
de novo por aí. Um amante da música pesada... mas
que sempre procura ouvir outros tipos de som. Sempre tento ouvir
coisas diferentes do meu gosto pessoal, acho que isso é
importante em um músico, pois, ao ouvir outros estilos
musicais que não o seu, você sempre acaba absorvendo
algo de útil, por pior que isso possa parecer! Mas é
claro, com muito bom senso, diga-se de passagem! (Risos) Possuo
as mais diversas influências, mas posso dizer que as mais
presentes no momento são: Peter Gabriel, Mike Patton, Steve
Walsh, Michael Kiske e Bruce Dickinson.
Thiago - O Mind Flow, que
já abriu para bandas como Therion e realizou turnês
pela Europa em 2004, irá fazer sua primeira apresentação
de porte no Brasil para mais de 40 mil pessoas no Live ‘n’
Louder. Vocês encaram isso como uma pressão? Ou esses
shows anteriores serviram de aquecimento para esse momento especial?
Danilo - Com certeza esse será nosso maior público
até agora, estamos ansiosos para esse momento chegar. Fazer
parte de um cast desse peso, com grandes nomes da atualidade como
Nevermore, Saxon, Primal Fear, e ainda sendo, ao lado do Sepultura,
umas das bandas a representar o Brasil neste festival é
simplesmente fora de série, uma responsabilidade muito
grande, e também uma enorme satisfação. Estamos
nos preparando muito para isso e esperamos fazer um ótimo
show por lá. Poder expor o seu trabalho para um grande
público é sempre inesquecível.
Thiago - Se possível
comente as bandas do Live ‘n’ Louder Rock Fest:
Danilo:
Massacration - São ótimos humoristas,
e pessoas muito legais também. Os conheci pessoalmente
quando tocamos no BMU de 2004. Será legal vê-los
novamente.
Gotthard - Confesso que não os conhecia
até eles serem escalados para o cast do Live 'n' Louder,
também confesso que fiquei boquiaberto ao ouvir vocalista
Steve Lee cantar. Um timbre impressionante! Hard de qualidade.
After Forever - Ótima banda, e ótima
vocalista. Uma belíssima voz.
Doro - A voz peculiar do primeiro nome clássico
do dia, relembrando as pauladas do Warlock.
Sepultura - Dispensa qualquer comentário.
Nevermore - Essa eu vou fazer questão
de assistir bem de perto! Na minha opinião, uma das melhores
bandas da atualidade.
Saxon - Mais um nome de peso. É uma honra
tocar no mesmo palco que esses caras.
Stratovarius - I AM HUUNTING HIGH AND LOOOOOWW!!!!
David Lee Roth (ex-Van
Halen) - Isso sim é que é um Show-man!
Uma aula de carisma e presença de palco! Espero que ele
não tenha desaprendido nada.
Thiago - Na sua opinião
qual a importância dos festivais para o cenário brasileiro?
Você assistiu ao extinto Philips Monster of Rock e/ou ao
Rock In Rio nos anos anteriores? Qual seu sentimento em relação
a esse tipo de evento.
Danilo - Eu realmente não entendo como conseguimos
ficar tanto tempo sem eventos como esse por aqui. Festivais do
porte do Live ’n’ Louder elevam o nível da
música em sua região, marcam épocas, vidas,
são divisores de águas para pessoas e para bandas
e criam momentos que ficam na memória e se eternizam. Acho
que a maioria das pessoas compartilha dessa opinião. Após
eventos como esse, várias outras bandas são criadas,
mantendo assim, uma espécie de ciclo. Eu me lembro do último
Monsters of Rock, de 98. Na época eu não morava
em São Paulo, e para mim era demais poder estar em uma
caravana cheia de gente vinda do interior para a capital ouvindo
no ônibus Manowar, Slayer, Savatage, Megadeth, Dream Theater,
Glenn Hughes entre outros e sabendo que algumas horas depois,
estaríamos vendo estas bandas ao vivo em uma mega estrutura
tocando todas aquelas músicas que adoramos e ainda por
um preço muito menor do que eu pagaria para ver estas mesmas
bandas individualmente, enfim, era uma aventura maravilhosa. Me
alegra muito que este tipo de coisa volte a acontecer em nosso
país. Melhor ainda é ter o privilégio de
fazer parte de tudo isso.
Thiago - O Mind Flow será
a segunda banda a se apresentar no Live ‘n’ Louder.
O set list será baseado apenas em músicas novas?
Terá alguma surpresa, como covers ou participações
especiais?
Danilo - O nosso set para o Live ’n’ Louder
2006 ainda não está bem definido, mas com certeza
pretendemos fazer uma apresentação explosiva com
uma boa seleção de músicas do novo “Mind
Over Body” e do “Just the two of us... Me and Them”,
agora se haverá alguma surpresa, isso eu não posso
revelar pois não seria mais... uma surpresa. (risos)
Thiago - Você escuta
música popular brasileira? Já pensou em utilizar
algum destes elementos nacionais nas músicas de sua banda?
Danilo - Como eu disse acima, sou um cara que procura
sempre ouvir de tudo e além disso, sou um grande admirador
da riqueza da música brasileira. Nós possuímos
vários gênios aqui e devemos nos orgulhar disso.
E sim, também temos a influência da música
brasileira dentro MindFlow, só não deixamos essa
faceta muito explícita, para não descaracterizar
nosso estilo, a não ser que a música esteja pedindo
por isso. Mas ainda assim se você procurar vai encontrar
o Brasil em nossa música também.
Thiago - A banda se mostrou
adepta aos desenhos HQ, diferente da cultura brasileira que tem
no mangá japonês uma maior admiração.
De onde surgiu essa idéia de realizar um encarte dessa
maneira? Qual integrante da banda teve o conceito de fazer um
encarte com esse tipo de desenho.
Danilo - O MindFlow nasceu com a proposta de englobar
em sua arte todos os tipos de expressão artística
possíveis. Nós sempre gostamos de história
em quadrinhos, eu principalmente, sempre fui um leitor assíduo
e na época das gravações do “Mind over
Body”, pensávamos em como a música “Follow
your Instinct” cujo enredo, criado pelo (Rodrigo) Hidalgo
e que relata a trajetória de um psicopata com múltiplas
personalidades, poderia ser apresentada ao ouvinte. Devido ao
seu conceito, achávamos que essa música deveria
ser apresentada de forma diferenciada de toda a parte gráfica
do álbum. Finalmente chegamos à conclusão
de que nada melhor para ilustrar uma estória dessas do
que um encarte em HQ. Decidido isto, começamos a bolar
os primeiros rascunhos das cenas que logo foram entregues ao artista
e amigo Ricardo Troula, que fez um excelente trabalho, interpretando
a música com uma visão espetacular. O resultado
foi além do esperado.
Thiago - O que falta para
o prog metal ganhar as rádios do Brasil e ou o gosto popular.
Ou isso é quase impossível devido à complexidade
do estilo.
Danilo - O progressivo é uma vertente do rock
que requer uma atenção maior do ouvinte, se comparado
a outros estilos. É como um bom livro, você não
consegue compreender seu propósito ou sua essência
apenas folheando-o superficialmente. É preciso que o leitor
(ou ouvinte) absorva cada página, leia cada sentença
profundamente, só assim será possível compreendê-lo
em sua plenitude. Sua melhor característica, torna-se uma
barreira para a maioria das pessoas que são acostumadas
a abrir estes livros apenas para ver as figurinhas e pronto(Risos).
Não digo que seja impossível o progressivo tornar-se
totalmente popular, mas por enquanto, apesar do estilo viver um
momento de ascensão, e ganhar um número cada vez
maior de novos adeptos todos os dias, ainda acho que levará
um bom tempo para vermos bandas de prog metal invadindo grandes
meios de comunicação como o Rádio e a TV
de forma significativa. Isto porque, o que garante ou não
a execução de uma música em uma rádio
é sua popularidade, portanto, se não há número
enorme de pessoas pedindo que uma banda seja tocada, então
sua música não ganhará espaço. Mas
acredito que esse dia ainda chegará.
Thiago - A banda atualmente
tem uma empresa de publicidade, não é verdade? Como
é viver de música no Brasil sem ter quem coloque
o nome da banda na mídia ou para o público mais
distante?
Danilo - Na verdade não, temos sim, uma produtora
musical, a Unlock Your Mind Productions. Mas isso surgiu por acaso.
No início, a intenção era apenas tentar centralizar
o maior número possível de atividades relacionadas
ao Mind Flow em um único lugar. O motivo disso tudo, era
ter o máximo controle sobre tudo o que acontecia com a
banda. Notamos tempos depois que este é um problema para
qualquer artista, o que a princípio, não é
um problema, mas sim, o certo: a banda/artista deve preocupar-se
apenas com sua música. Correto? Não, se você
é um artista independente no Brasil. O artista/banda deve
preocupar-se não só com sua arte, mas tudo o que
é relacionado a ela. A idéia funcionou de forma
tão satisfatória que agora, oferecemos esse tipo
de serviço para outros artistas também. O que acabou
se tornando uma atividade interessante para nós, pois,
ser uma banda independente no Brasil não é nada
fácil.
Thiago - Como é realizado
o processo de criação das músicas do Mind
Flow? A banda pesquisa temas em livros, jornais e ou histórias
contadas por parentes e amigos ou as letras saem naturalmente?
E sobre os novos timbres, sons de guitarra, etc... Como chegam
no som ideal para suas canções?
Danilo - Na verdade, não há uma fórmula
pré-definida para isso, tudo pode acontecer de várias
formas diferentes. De uma maneira mais tradicional, o (Rodrigo)
Hidalgo ou o Miguel (Spada) aparecem com as primeiras idéias
harmônicas ou melódicas de uma parte ou de uma música
inteira, a partir disso trabalhamos juntos lapidando essas idéias
até que cheguem a algum lugar interessante, depois disso,
o (Rafael) Pensado começa a trabalhar nas palavras, mas
essa ordem também pode acontecer de maneira inversa. Pelo
menos para nós, essa primeira faísca do processo
de criação pode acontecer de infinitas formas, algumas
até inusitadas, às vezes primeira idéia pode
vir com um filme, ou com um acontecimento do cotidiano, seja ele
trivial ou não, uma cor, um sonho ou até uma premonição,
que foi o caso do nosso primeiro álbum "Just the two
of us... Me and Them"; Enfim, tudo que nos cerca torna-se
material criativo para o Mindflow. Já a escolha do timbre
dos instrumentos, é um processo mais longo. Tudo muda muito
até o momento de ser eternizado na gravação,
durante esse amadurecimento do som, tentamos deixar a música
da forma mais completa e simples possível, de maneira que
o som de um instrumento sempre consiga complementar o som do outro
e assim tornarem-se um todo harmônico.
"Me
considero um verdadeiro liquidificador de influências. Sou
aquele tipo de cara que tem as raízes cravadas no passado,
mas não torce o nariz para o que há de novo por
aí. Um amante da música pesada... mas que sempre
procura ouvir outros tipos de som. Sempre tento ouvir coisas diferentes
do meu gosto pessoal, acho que isso é importante em um
músico, pois, ao ouvir outros estilos musicais que não
o seu, você sempre acaba absorvendo algo de útil,
por pior que isso possa parecer! Mas é claro, com muito
bom senso, diga-se de passagem! (Risos)" - Danilo Herbert
Thiago - A grande maioria
dos integrantes do Mind Flow cursou alguma faculdade, como Publicidade.
Gostaria de saber em quais cursos vocês se formaram e se
o músico brasileiro tem que pensar em outra carreira para
se dar bem no país?
Danilo - Infelizmente, no Brasil, um músico dificilmente
consegue se manter tendo apenas a atividade musical como fonte
de seu sustento. É preciso sempre ser muito versátil
para poder seguir em frente com a música. Para alguns de
nós, a formação veio a calhar, pois aplicamos
estes conhecimentos na produtora. Nessa parte tivemos muita sorte
pois atuamos em áreas diferentes e nossas funções
se completam, nos permitindo trabalhar da maneira mais completa
e organizada possível. Para alguns de nós, o Mind
Flow veio após os estudos que é o caso do (Rafael)
Pensado, formado em Publicidade, do Ricardo (Winandy), formado
em Administração e do Miguel (Spada), Música.
Há também, os que tiveram que interromper os estudos
e o trabalho para a total dedicação ao Mind Flow,
que é o meu caso, Publicidade e do (Rodrigo) Hidalgo, Biologia.
Thiago - Além do Live
‘n’ Louder, quais shows vocês irão fazer
no Brasil? E se ano que vem a banda viajará para uma turnê
na Europa ou Ásia, para divulgar o novo disco.
Danilo - Desta vez, gostaríamos de trabalhar o
"Mind Over Body" aqui em nosso país de uma maneira
mais forte e equilibrada em relação ao exterior,
coisa que não pôde ser feita na época do "Just
the two of us... Me and Them". A nova turnê começará
por aqui, logo após o Live ’n’ Louder, primeiramente
em cidades do sul, sudeste e seguirá rumo ao norte, e enquanto
tudo isso acontece, estaremos preparando o terreno lá fora
para que as primeiras datas internacionais aconteçam ainda
na primeira metade de 2007.
Thiago - Quais os planos
do Mind Flow para o futuro próximo? Podemos esperar algum
material em vídeo da banda? Um DVD por exemplo...
Danilo - Sim, sim... há algumas surpresas por
vir, mas isso levará algum tempo, o que posso adiantar
é que estamos preparando um material em vídeo para
ser lançado em breve, talvez em uma futura edição
especial do “Mind Over Body”.
Thiago - Danilo, obrigado
pela entrevista e este espaço é seu para deixar
um recado aos fãs do Mind Flow e leitores do Metal Revolution.
Danilo - Gostaria de agradecer aos nossos amigos do Metal
Revolution por toda a atenção e pelo espaço.
UM GRANDE ABRAÇO A VOCÊS E A TODOS OS LEITORES!!
Let your MindFlow...