05/10/2006 - por Thiago Rahal

Em pleno trabalho de divulgação do álbum Mind Over Body, conversamos com o vocalista da banda pauslita a respeito de todo processo que envolveu a criação e gravação do petardo aclamado como um dos melhores lançamentos de 2006, além é claro, da participação no Live 'n' Louder com comentários das bandas do cast

Thiago Rahal - “Mind Over Body” foi lançado há poucos meses no Brasil. Na sua opinião, qual a avaliação do público sobre o mesmo?
Danilo Herbert -
Realmente muito boa, bem acima do esperado. Quando lançamos o “Mind Over Body”, não imaginávamos que ele seria tão bem aceito pelo público e pela crítica especializada. Não que esperássemos o contrário, pois nos esforçamos ao máximo para realizar este trabalho da melhor maneira possível, é que não esperávamos que isso acontecesse tão rapidamente sendo que seu lançamento oficial foi há menos de dois meses atrás.

Thiago - E você acredita que a banda conseguiu alcançar o resultado esperado? Depois de pronto, algo faltou ou tudo aconteceu como queriam?
Danilo -
Quando uma banda opta por um caminho independente ela se depara com um enorme obstáculo que é ter que correr atrás de tudo por si só, mas dependendo de seu ponto de vista, esta pode ser a grande vantagem em relação aos outros. A banda passa a participar de todos os processos relacionados à sua arte, dando a ela liberdade total para guiar sua trajetória, da maneira que bem entender. Foi isso o que aconteceu conosco na produção do “Mind Over Body”, interferimos diretamente em todas as fases desse processo e por isso, digo que apesar de todos os imprevistos, fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para que o álbum saísse exatamente da maneira que queríamos.

Thiago - O que você destacaria de evolução na banda, desde a gravação do primeiro disco, até a finalização deste novo álbum?
Danilo -
É difícil dizer... nesses quase quatro anos de vida, há vários aspectos do Mind Flow nos quais nota-se uma evolução e isso vai além da técnica, que em alguns casos, é secundária. Desses, eu destacaria a nossa maneira de compor, cada vez mais espontânea e natural, também destacaria nossa união como banda. Reconheço que quatro anos não é muito tempo mas já conseguimos muitas coisas para uma banda que acredito ainda estar engatinhando, já passamos por muitas situações diferentes e por enquanto, felizmente, acho que estamos nos saindo bem.

"...desvantagens de ser uma banda independente. Quando você entra em estúdio, o relógio é sempre uma preocupação. Como nosso tempo não deveria se estender muito para que nossa estadia fosse mais viável, planejamos a fase de gravação da maneira mais eficiente possível, portanto, gravávamos em esquema de revezamento, enquanto um dormia o outro entrava no estúdio." - Danilo Herbert

Thiago - A gravação do álbum ocorreu em sua totalidade nos Estúdios Mega em São Paulo. O Brasil já tem lugares para se gravar discos de qualidade, assim como na Europa, Ásia e Estados Unidos?
Danilo -
Sem dúvida. Temos aqui em nosso país, qualidade, tanto em termos de equipamento quanto material humano. Possuímos vários estúdios de peso, não só aqui em São Paulo, mas em vários outros centros do país, que oferecem aos artistas de todos os estilos, condições para que seus trabalhos atinjam níveis de qualidade que não devem nada aos padrões internacionais.

Thiago - O Mind Flow colocou no mercado nacional um cd no formato digipack, com dois encartes e com preços baixíssimos de em média R$ 15. Acreditam que esse é o caminho para a nova ordem da música atual?
Danilo -
Com o surgimento de tantos meios de comunicação, acredito que este seja apenas um dos muitos caminhos. A idéia de lançar o “Mind Over Body” em um formato diferenciado veio de nossa filosofia que é procurar sempre oferecer o melhor para o ouvinte, fazendo do CD, algo que vai muito além do som e permitindo que as pessoas tenham acesso a um produto de qualidade por um preço justo. Isso ainda lembra o que foi dito acima sobre a vantagem de ser uma banda independente: você tem o controle de todos os processos da produção de seu álbum, inclusive o seu formato.

Thiago - E sobre a polêmica questão da MP3. A banda é contra ou a favor de quem baixa o disco inteiro? Vocês mesmos disponibilizaram algumas músicas para os fãs baixarem em seu site oficial. Os fãs de Heavy Metal ainda compram álbuns como antigamente?
Danilo -
A chegada do MP3 pôs em xeque a maioria dos selos, grandes e pequenos, que ao invés de se adaptarem a essa nova realidade apenas tentaram sufocá-la, inutilmente. Hoje, você já pode ouvir um disco na íntegra antes mesmo de ser lançado no mercado. Ninguém mais tem controle sobre isso. O que resta agora é encontrar meios de conviver com esse tipo de coisa. O MP3 para o artista é um aliado, pois é um meio de divulgação sem fronteiras, mas que em contra partida, faz a indústria que o sustenta perder dinheiro. Mesmo assim, acho que os fãs, principalmente os de Heavy Metal, que são, sem dúvida, os mais fiéis, sempre procuram comprar os discos de suas bandas favoritas. Um meio de garantir isso seria tentar transformar o disco em algo mais atraente para o consumidor em termos de visual e preço, agregando mais valor ao produto, e não o tendo apenas como uma mídia que transporta o som. Se isso fosse mais explorado acredito que o mercado não estaria assim.

Thiago - Vocês inauguram um belo site com bastante informação e visual atraente. A Internet hoje em dia, é o ponto chave da música atual? Quem não tem um site ou algo parecido acaba ficando para trás?
Danilo -
A Internet é uma forma importantíssima de divulgação para tudo, inclusive para música. Vários artistas atuais alcançaram notoriedade internacional usando a web como trampolim para outros meios de comunicação que são de acesso mais restrito, deixando assim o underground. Portanto, considero sim, a Internet um elemento chave para a promoção artística. E uma banda que não mostra o seu trabalho na net com certeza está perdendo uma grande fatia de seu público.

Thiago - Danilo, como disse em minha resenha sobre o Mind Over Body, os seus vocais no novo álbum foram um dos destaques do disco. Fiquei sabendo que nas gravações do mesmo, você ficou cantando durante 14 horas seguidas, isso é verdade? Se sim, conte-nos como foi.
Danilo -
Fico muito feliz ao ouvir suas palavras e agradeço, depois lhe passo o cheque (risos). Isso realmente aconteceu. Você me fez lembrar de umas das desvantagens de ser uma banda independente. Quando você entra em estúdio, o relógio é sempre uma preocupação. Como nosso tempo não deveria se estender muito para que nossa estadia fosse mais viável, planejamos a fase de gravação da maneira mais eficiente possível, portanto, gravávamos em esquema de revezamento, enquanto um dormia o outro entrava no estúdio. Na ocasião estávamos com um prazo apertado, pois a data da masterização já estava marcada e o material deveria ser entregue nas mãos de George Marino no Sterling Sound Studios em Nova Iorque dentro de alguns dias, e ao mesmo tempo não queríamos deixar que nada apressasse as sessões de mixagem, por isso houve a necessidade de que um bom naco das vozes do “Mind Over Body” fosse gravado em apenas um dia. Felizmente tudo correu bem. Preferi perder algumas horas preciosas de sono para que a pressa não prejudicasse de maneira alguma a qualidade final do disco, uma troca mais do que justa.

Thiago - Qual música demorou mais para ser gravada? E quais as suas preferidas do álbum.
Danilo -
Os vocais do “Mind Over Body” de uma forma geral levaram bastante tempo para serem gravados, pois, desta vez, experimentamos explorar um pouco mais essa parte em relação ao “Just the two of us... Me and Them”, mas sem dúvida alguma, a música que mais levou tempo para ser finalizada foi "Follow your Instinct" que, além de possuir dezesseis minutos de uma dinâmica totalmente inconstante, exigiu um cuidado especial com a interpretação devido a sua temática peculiar e a todo o mistério que a cerca. Quanto as minhas músicas preferidas do “Mind Over Body”? Adoro todas elas, é difícil escolher uma ou outra em especial. Prefiro citar as que eu ando escutando mais vezes ultimamente, que são "Chair Designer" e a própria "Follow your Instinct".

Thiago - Quais vocalistas você se espelha ou tem algum tipo de admiração no heavy metal e na música em geral.
Danilo -
Me considero um verdadeiro liquidificador de influências. Sou aquele tipo de cara que tem as raízes cravadas no passado, mas não torce o nariz para o que há de novo por aí. Um amante da música pesada... mas que sempre procura ouvir outros tipos de som. Sempre tento ouvir coisas diferentes do meu gosto pessoal, acho que isso é importante em um músico, pois, ao ouvir outros estilos musicais que não o seu, você sempre acaba absorvendo algo de útil, por pior que isso possa parecer! Mas é claro, com muito bom senso, diga-se de passagem! (Risos) Possuo as mais diversas influências, mas posso dizer que as mais presentes no momento são: Peter Gabriel, Mike Patton, Steve Walsh, Michael Kiske e Bruce Dickinson.

Thiago - O Mind Flow, que já abriu para bandas como Therion e realizou turnês pela Europa em 2004, irá fazer sua primeira apresentação de porte no Brasil para mais de 40 mil pessoas no Live ‘n’ Louder. Vocês encaram isso como uma pressão? Ou esses shows anteriores serviram de aquecimento para esse momento especial?
Danilo -
Com certeza esse será nosso maior público até agora, estamos ansiosos para esse momento chegar. Fazer parte de um cast desse peso, com grandes nomes da atualidade como Nevermore, Saxon, Primal Fear, e ainda sendo, ao lado do Sepultura, umas das bandas a representar o Brasil neste festival é simplesmente fora de série, uma responsabilidade muito grande, e também uma enorme satisfação. Estamos nos preparando muito para isso e esperamos fazer um ótimo show por lá. Poder expor o seu trabalho para um grande público é sempre inesquecível.

Thiago - Se possível comente as bandas do Live ‘n’ Louder Rock Fest:
Danilo:

Massacration - São ótimos humoristas, e pessoas muito legais também. Os conheci pessoalmente quando tocamos no BMU de 2004. Será legal vê-los novamente.
Gotthard - Confesso que não os conhecia até eles serem escalados para o cast do Live 'n' Louder, também confesso que fiquei boquiaberto ao ouvir vocalista Steve Lee cantar. Um timbre impressionante! Hard de qualidade.
After Forever - Ótima banda, e ótima vocalista. Uma belíssima voz.
Doro - A voz peculiar do primeiro nome clássico do dia, relembrando as pauladas do Warlock.
Sepultura - Dispensa qualquer comentário.
Nevermore - Essa eu vou fazer questão de assistir bem de perto! Na minha opinião, uma das melhores bandas da atualidade.
Saxon - Mais um nome de peso. É uma honra tocar no mesmo palco que esses caras.
Stratovarius - I AM HUUNTING HIGH AND LOOOOOWW!!!!
David Lee Roth (ex-Van Halen) - Isso sim é que é um Show-man! Uma aula de carisma e presença de palco! Espero que ele não tenha desaprendido nada.

Thiago - Na sua opinião qual a importância dos festivais para o cenário brasileiro? Você assistiu ao extinto Philips Monster of Rock e/ou ao Rock In Rio nos anos anteriores? Qual seu sentimento em relação a esse tipo de evento.
Danilo -
Eu realmente não entendo como conseguimos ficar tanto tempo sem eventos como esse por aqui. Festivais do porte do Live ’n’ Louder elevam o nível da música em sua região, marcam épocas, vidas, são divisores de águas para pessoas e para bandas e criam momentos que ficam na memória e se eternizam. Acho que a maioria das pessoas compartilha dessa opinião. Após eventos como esse, várias outras bandas são criadas, mantendo assim, uma espécie de ciclo. Eu me lembro do último Monsters of Rock, de 98. Na época eu não morava em São Paulo, e para mim era demais poder estar em uma caravana cheia de gente vinda do interior para a capital ouvindo no ônibus Manowar, Slayer, Savatage, Megadeth, Dream Theater, Glenn Hughes entre outros e sabendo que algumas horas depois, estaríamos vendo estas bandas ao vivo em uma mega estrutura tocando todas aquelas músicas que adoramos e ainda por um preço muito menor do que eu pagaria para ver estas mesmas bandas individualmente, enfim, era uma aventura maravilhosa. Me alegra muito que este tipo de coisa volte a acontecer em nosso país. Melhor ainda é ter o privilégio de fazer parte de tudo isso.

Thiago - O Mind Flow será a segunda banda a se apresentar no Live ‘n’ Louder. O set list será baseado apenas em músicas novas? Terá alguma surpresa, como covers ou participações especiais?
Danilo -
O nosso set para o Live ’n’ Louder 2006 ainda não está bem definido, mas com certeza pretendemos fazer uma apresentação explosiva com uma boa seleção de músicas do novo “Mind Over Body” e do “Just the two of us... Me and Them”, agora se haverá alguma surpresa, isso eu não posso revelar pois não seria mais... uma surpresa. (risos)

Thiago - Você escuta música popular brasileira? Já pensou em utilizar algum destes elementos nacionais nas músicas de sua banda?
Danilo -
Como eu disse acima, sou um cara que procura sempre ouvir de tudo e além disso, sou um grande admirador da riqueza da música brasileira. Nós possuímos vários gênios aqui e devemos nos orgulhar disso. E sim, também temos a influência da música brasileira dentro MindFlow, só não deixamos essa faceta muito explícita, para não descaracterizar nosso estilo, a não ser que a música esteja pedindo por isso. Mas ainda assim se você procurar vai encontrar o Brasil em nossa música também.

Thiago - A banda se mostrou adepta aos desenhos HQ, diferente da cultura brasileira que tem no mangá japonês uma maior admiração. De onde surgiu essa idéia de realizar um encarte dessa maneira? Qual integrante da banda teve o conceito de fazer um encarte com esse tipo de desenho.
Danilo -
O MindFlow nasceu com a proposta de englobar em sua arte todos os tipos de expressão artística possíveis. Nós sempre gostamos de história em quadrinhos, eu principalmente, sempre fui um leitor assíduo e na época das gravações do “Mind over Body”, pensávamos em como a música “Follow your Instinct” cujo enredo, criado pelo (Rodrigo) Hidalgo e que relata a trajetória de um psicopata com múltiplas personalidades, poderia ser apresentada ao ouvinte. Devido ao seu conceito, achávamos que essa música deveria ser apresentada de forma diferenciada de toda a parte gráfica do álbum. Finalmente chegamos à conclusão de que nada melhor para ilustrar uma estória dessas do que um encarte em HQ. Decidido isto, começamos a bolar os primeiros rascunhos das cenas que logo foram entregues ao artista e amigo Ricardo Troula, que fez um excelente trabalho, interpretando a música com uma visão espetacular. O resultado foi além do esperado.

Thiago - O que falta para o prog metal ganhar as rádios do Brasil e ou o gosto popular. Ou isso é quase impossível devido à complexidade do estilo.
Danilo -
O progressivo é uma vertente do rock que requer uma atenção maior do ouvinte, se comparado a outros estilos. É como um bom livro, você não consegue compreender seu propósito ou sua essência apenas folheando-o superficialmente. É preciso que o leitor (ou ouvinte) absorva cada página, leia cada sentença profundamente, só assim será possível compreendê-lo em sua plenitude. Sua melhor característica, torna-se uma barreira para a maioria das pessoas que são acostumadas a abrir estes livros apenas para ver as figurinhas e pronto(Risos). Não digo que seja impossível o progressivo tornar-se totalmente popular, mas por enquanto, apesar do estilo viver um momento de ascensão, e ganhar um número cada vez maior de novos adeptos todos os dias, ainda acho que levará um bom tempo para vermos bandas de prog metal invadindo grandes meios de comunicação como o Rádio e a TV de forma significativa. Isto porque, o que garante ou não a execução de uma música em uma rádio é sua popularidade, portanto, se não há número enorme de pessoas pedindo que uma banda seja tocada, então sua música não ganhará espaço. Mas acredito que esse dia ainda chegará.

Thiago - A banda atualmente tem uma empresa de publicidade, não é verdade? Como é viver de música no Brasil sem ter quem coloque o nome da banda na mídia ou para o público mais distante?
Danilo -
Na verdade não, temos sim, uma produtora musical, a Unlock Your Mind Productions. Mas isso surgiu por acaso. No início, a intenção era apenas tentar centralizar o maior número possível de atividades relacionadas ao Mind Flow em um único lugar. O motivo disso tudo, era ter o máximo controle sobre tudo o que acontecia com a banda. Notamos tempos depois que este é um problema para qualquer artista, o que a princípio, não é um problema, mas sim, o certo: a banda/artista deve preocupar-se apenas com sua música. Correto? Não, se você é um artista independente no Brasil. O artista/banda deve preocupar-se não só com sua arte, mas tudo o que é relacionado a ela. A idéia funcionou de forma tão satisfatória que agora, oferecemos esse tipo de serviço para outros artistas também. O que acabou se tornando uma atividade interessante para nós, pois, ser uma banda independente no Brasil não é nada fácil.

Thiago - Como é realizado o processo de criação das músicas do Mind Flow? A banda pesquisa temas em livros, jornais e ou histórias contadas por parentes e amigos ou as letras saem naturalmente? E sobre os novos timbres, sons de guitarra, etc... Como chegam no som ideal para suas canções?
Danilo -
Na verdade, não há uma fórmula pré-definida para isso, tudo pode acontecer de várias formas diferentes. De uma maneira mais tradicional, o (Rodrigo) Hidalgo ou o Miguel (Spada) aparecem com as primeiras idéias harmônicas ou melódicas de uma parte ou de uma música inteira, a partir disso trabalhamos juntos lapidando essas idéias até que cheguem a algum lugar interessante, depois disso, o (Rafael) Pensado começa a trabalhar nas palavras, mas essa ordem também pode acontecer de maneira inversa. Pelo menos para nós, essa primeira faísca do processo de criação pode acontecer de infinitas formas, algumas até inusitadas, às vezes primeira idéia pode vir com um filme, ou com um acontecimento do cotidiano, seja ele trivial ou não, uma cor, um sonho ou até uma premonição, que foi o caso do nosso primeiro álbum "Just the two of us... Me and Them"; Enfim, tudo que nos cerca torna-se material criativo para o Mindflow. Já a escolha do timbre dos instrumentos, é um processo mais longo. Tudo muda muito até o momento de ser eternizado na gravação, durante esse amadurecimento do som, tentamos deixar a música da forma mais completa e simples possível, de maneira que o som de um instrumento sempre consiga complementar o som do outro e assim tornarem-se um todo harmônico.

"Me considero um verdadeiro liquidificador de influências. Sou aquele tipo de cara que tem as raízes cravadas no passado, mas não torce o nariz para o que há de novo por aí. Um amante da música pesada... mas que sempre procura ouvir outros tipos de som. Sempre tento ouvir coisas diferentes do meu gosto pessoal, acho que isso é importante em um músico, pois, ao ouvir outros estilos musicais que não o seu, você sempre acaba absorvendo algo de útil, por pior que isso possa parecer! Mas é claro, com muito bom senso, diga-se de passagem! (Risos)" - Danilo Herbert

Thiago - A grande maioria dos integrantes do Mind Flow cursou alguma faculdade, como Publicidade. Gostaria de saber em quais cursos vocês se formaram e se o músico brasileiro tem que pensar em outra carreira para se dar bem no país?
Danilo -
Infelizmente, no Brasil, um músico dificilmente consegue se manter tendo apenas a atividade musical como fonte de seu sustento. É preciso sempre ser muito versátil para poder seguir em frente com a música. Para alguns de nós, a formação veio a calhar, pois aplicamos estes conhecimentos na produtora. Nessa parte tivemos muita sorte pois atuamos em áreas diferentes e nossas funções se completam, nos permitindo trabalhar da maneira mais completa e organizada possível. Para alguns de nós, o Mind Flow veio após os estudos que é o caso do (Rafael) Pensado, formado em Publicidade, do Ricardo (Winandy), formado em Administração e do Miguel (Spada), Música. Há também, os que tiveram que interromper os estudos e o trabalho para a total dedicação ao Mind Flow, que é o meu caso, Publicidade e do (Rodrigo) Hidalgo, Biologia.

Thiago - Além do Live ‘n’ Louder, quais shows vocês irão fazer no Brasil? E se ano que vem a banda viajará para uma turnê na Europa ou Ásia, para divulgar o novo disco.
Danilo -
Desta vez, gostaríamos de trabalhar o "Mind Over Body" aqui em nosso país de uma maneira mais forte e equilibrada em relação ao exterior, coisa que não pôde ser feita na época do "Just the two of us... Me and Them". A nova turnê começará por aqui, logo após o Live ’n’ Louder, primeiramente em cidades do sul, sudeste e seguirá rumo ao norte, e enquanto tudo isso acontece, estaremos preparando o terreno lá fora para que as primeiras datas internacionais aconteçam ainda na primeira metade de 2007.

Thiago - Quais os planos do Mind Flow para o futuro próximo? Podemos esperar algum material em vídeo da banda? Um DVD por exemplo...
Danilo -
Sim, sim... há algumas surpresas por vir, mas isso levará algum tempo, o que posso adiantar é que estamos preparando um material em vídeo para ser lançado em breve, talvez em uma futura edição especial do “Mind Over Body”.

Thiago - Danilo, obrigado pela entrevista e este espaço é seu para deixar um recado aos fãs do Mind Flow e leitores do Metal Revolution.
Danilo -
Gostaria de agradecer aos nossos amigos do Metal Revolution por toda a atenção e pelo espaço. UM GRANDE ABRAÇO A VOCÊS E A TODOS OS LEITORES!!
Let your MindFlow...