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Metal
Revolution - A banda lançou Rocket Ride no começo
do ano e, recebeu ótima critica da imprensa especializada
e dos fãs. A evolução de vocês já
chegou ao ápice ou ainda acreditam que podem fazer algo
melhor?
Jens Ludwig - Claro
que ainda existe bastante espaço pra música crescer!
Quero dizer que se sentíssemos que já atingimos
tudo o que tínhamos para atingir com a nossa música,
podíamos encerrar a banda. Eu penso que é um processo
natural: sempre tentamos não nos repetir e além
disso fazer coisas diferentes. Isso mantém as coisas interessantes
para nós músicos e para os fãs também.
Seria um tédio lançar sempre o mesmo álbum
e apenas trocar os títulos das músicas, concorda?
Metal Revolution
- Em Helfire Club a banda buscou o lado mais Hard Rock e pesado.
Rocket Ride continua com essa linha, mas com algumas novas influências
modernas. O metal melódico ainda faz parte dos planos do
Edguy? Ou cada vez mais, podemos esperar por essas mesclas de
ritmos e influências?
Jens - Não
sei. Ainda não começamos a escrever para o próximo
álbum, por isso não tenho certeza aonde essa jornada
nos levará. Nós nunca planejamos como as músicas
soarão, a única coisa que almejamos é a nossa
satisfação com as músicas. Ainda nos consideramos
uma banda de power metal, mas é sempre interessante incluir
novos elementos em nossa música, desde que você não
mude completamente seu estilo e que as pessoas ainda reconheçam
que aquilo que você criou é o Edguy.
Metal Revolution
- O que você poderia destacar como a principal evolução
do Edguy?
Jens - É difícil
falar esse tipo de coisa sobre você mesmo porque todo mundo
tem um ponto de vista diferente. Mas eu acho que é o fato
de ainda soarmos como Edguy mesmo que tenhamos colocado elementos
novos em nossa música. Muitas bandas tentaram fazer isso
antes da gente e quando o álbum é lançado,
soa como uma banda completamente diferente.
"Eu
acho que é bastante importante trabalharmos junto nas músicas
na sala de
ensaio antes de entrarmos no estúdio. Se essas músicas
soam bem na sala de ensaio,
podemos ter certeza de que soarão bem ao vivo. No estúdio
você tem bastante ajuda,
algo muito técnico, pode adicionar efeitos, grandes corais,
múltiplas faixas, mas na sala
de ensaio você tem apenas cinco músicos tocando aquelas
canções." -
Jens Ludwig
Metal Revolution
- O Edguy gravou um DVD por aqui em sua última passagem,
em 2004 e, todos sabemos que o mesmo não foi bem sucedido
devido aos diversos problemas técnicos. O que levou a banda
re-gravar esta turnê?
Jens - Bem, é
como você acabou de mencionar: a nossa última tentativa
não saiu muito legal. Definitivamente não temos
sorte quando se trata de gravar um DVD. A última vez em
São Paulo foi a melhor tentativa que fizemos até
agora, e não digo isso por causa dos fantásticos
fãs da América do Sul e da atmosfera dos shows.
As partes que pudemos usar do último show no Brasil são
muito boas, por isso decidimos tentar de novo.
Metal Revolution
- Podemos esperar alguma surpresa no set list, devido ao fato
de ser gravação de DVD? Quem sabe alguma participação
especial?
Jens - Se eu te contasse
deixaria de ser surpresa! Falando sério, eu não
acho que haverá muitas surpresas, exceto talvez alguns
anúncios que o Tobias fará, mas isso também
não é nenhuma surpresa.
Metal Revolution
- É notável a sua amizade para com André
Matos. Esse seu reconhecimento de amor com o Brasil se deve a
essa amizade? Assim como em 2004, ele deve participar da gravação
no Credicard Hall?
Jens - Não é a única razão
para amar o Brasil. As pessoas são muito gentis, a comida
é ótima e o clima é na maioria das vezes
melhor que na Alemanha. Eu não sei se ele estará
em São Paulo quando estivermos por lá, mas se tiver,
por que não?
Metal
Revolution - Quais bandas brasileiras além de Angra,
Shaaman e Sepultura vocês conhecem?
Jens - Bom, isso é basicamente tudo o que
eu conheço. Eu conheço também o Viper,
mas o Brasil é muito distante pra conseguir ficar
de olho na cena metal daí.
Metal
Revolution - Alguns boatos foram lançados de que
vocês gravaram um cover de “Cum On Feel The
Noise”, isto é verdade? Se for, irá
sair em algum single ou próximo álbum?
Jens - Sim, é verdade, mas não sei
quando será lançada. Nós gravamos essa
música de brincadeira e não sabíamos
o que fazer com essa gravação. Acho que não
sairá como single, mas talvez como faixa bônus
em um de nossos próximos lançamentos, quem
sabe...
Metal
Revolution - Vamos falar um pouco sobre as composições...
Como é o processo de criação do Edguy?
Vocês compõem primeiro as melodias ou as letras?
Jens - Depende, às vezes o Tobi tem alguma
letra ou então a música aparece primeiro.
Mas no geral você pode dividir em duas partes: a primeira
é a fase de coleta de idéias para a música,
algo que acontece o tempo todo. Seja no ônibus da
turnê, nos quartos de hotel, em casa, enquanto estamos
na privada e etc.. E a segunda parte é tentar criar
música a partir dessas idéias. Isso acontece
com toda a banda junta na sala de ensaio. Eu acho que é
bastante importante trabalharmos junto nas músicas
na sala de ensaio antes de entrarmos no estúdio.
Se essas músicas soam bem na sala de ensaio, podemos
ter certeza de que soarão bem ao vivo. No estúdio
você tem bastante ajuda, algo muito técnico,
pode adicionar efeitos, grandes corais, múltiplas
faixas, mas na sala de ensaio você tem apenas cinco
músicos tocando aquelas canções.
Metal
Revolution - O Power Metal é carregado de letras
fantasiosas e histórias medievais, já o Hard
Rock não, é totalmente ao contrário.
Vocês têm esses dois lados em suas letras. Quais
preferem trabalhar e qual sua opinião sobre isso?
Jens - Em minha opinião, se teremos letras
que falam sobre contos medievais, que dêem um significado
maior a elas, quer dizer, elas deveriam ter uma mensagem
que você também pode entender no presente.
Não é apenas sobre matar dragões. Mas
o que eu gosto mais na maioria das músicas de Hard
Rock é a atitude positiva. Eles cantam sobre se divertir,
festas e aproveitarem a vida e isso se encaixa bem nas minhas
atitudes como pessoa. Eu acho que é muito legal que
o Edguy consiga cantar sobre qualquer coisa e não
é limitado porque alguém está sempre
triste, feliz ou matando dragões o tempo todo. A
música tem que lidar com as emoções
e elas não são as mesmas o tempo todo.
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Metal Revolution
- Assim como uma banda de rock carrega uma grande fama e status
importante na sociedade, vocês acabam por dar exemplos
aos seus fãs e admiradores. Algumas pessoas começam
a tocar instrumentos simplesmente por ouvirem suas músicas.
O que acha sobre isto?
Jens - É bom saber que talvez as pessoas se
sintam inspiradas por algo que eu faço, mas é
muito mais importante à pessoa criar uma opinião
própria. Além de entreter as pessoas com a nossa
música, a única mensagem que temos para os fãs
é que eles devem pensar por si próprios.
Metal Revolution
- Vocês ensaiam quanto tempo antes de entrar em turnê
de algum álbum novo? Existe alguma dificuldade com as
músicas novas?
Jens - Sim, é claro! Bem, para ser honesto,
para a turnê desse ano na América do Sul ensaiamos
apenas uma vez, mas já fizemos uns 50 shows esse ano,
por isso não devemos ter maiores problemas para conseguirmos
tirar as músicas.
Metal Revolution
- Algumas perguntas sobre o passado agora... Foi dito que a
primeira fita demo da banda, fora realizada como a única
chance de vocês apostarem em suas carreiras. Como foi
isso? Guardaram o próprio dinheiro e gravaram? Ou tiveram
algum apoio dos parentes?
Jens - Na verdade nós gravamos duas fitas demos
e um CD demo completo(Savage Poetry) antes de sermos notados.
Fizemos vários shows pequenos naquela época e
guardamos o dinheiro para gravarmos um álbum de maneira
adequada. Foi meio frustrante quando mandamos as primeiras fitas
para as gravadoras e eles as mandaram de volta para nós.
Algumas pessoas chegaram até a dizer que nunca conseguiríamos
chegar longe com o tipo de música que fazemos, mas nunca
deixamos de acreditar em nós mesmos e continuamos tentando
até que um selo pequeno chamado AFM Records nos deu uma
chance e nosso primeiro contrato para gravar um disco.
Metal Revolution
- Dos álbuns até o Theatre of Salvation, quais
são os preferidos pela banda? E qual a razão para
isto?
Jens - Acho que depende de qual membro da banda que
for responder essa pergunta. Meu favorito é o Van Glory
Opera porque foi o primeiro álbum onde tudo se encaixou.
Nós tivemos boas músicas e contamos com uma ajudinha
do Timo Tolkki e o som do disco também é legal.
Metal Revolution
- Vocês começaram muito jovens, provavelmente tinham
o sonho de ter uma banda, mas acabou que o destino veio do jeito
que veio e os tornaram grandes músicos. Caso esse destino
não fosse possível, vocês teriam alguma
idéia do que seriam?
Jens - Pergunta difícil porque eu nunca fiz
nada além de música. Eu pratiquei bastantes esportes
antes de começar a tocar, por isso acho que talvez teria
tentado ser um atleta profissional. Ou outra coisa, eu não
sei. Por sorte nunca tive a necessidade de pensar nisso.
Metal Revolution
- Hoje em dia, vemos que as bandas e seus integrantes principalmente,
procuram ter algo fora do normal, como os projetos paralelos.
Todos sabem do Avantasia, projeto solo de Sammet, mas alguém
fora ele têm algo a mais?
Jens - Sim, nosso baixista, Eggi, tem uma outra banda.
O resto do pessoal tem alguns projetos de vez em quando, mas
nada sério.
"o
que eu gosto mais na maioria das músicas de Hard Rock
é a atitude positiva. Eles cantam
sobre se divertir, festas e aproveitarem a vida e isso se encaixa
bem nas minhas atitudes
como pessoa. Eu acho que é muito legal que o Edguy consiga
cantar sobre qualquer coisa
e não é limitado porque alguém está
sempre triste, feliz ou matando dragões o tempo todo.
A música tem que lidar com as emoções e
elas não são as mesmas o tempo todo." -
Jens Ludwig
Metal Revolution
- Na turnê, para vocês, qual é a maior dificuldade?
Existe alguma coisa com que ainda não se acostumaram?
Jens - Esperar! Essa é a parte mais chata de
se sair em turnê. Tantas e tantas vezes você apenas
fica esperando algo acontecer. Por um avião, um show...
Às vezes também é difícil lidar
com os fusos horários e os vôos, mas isso tudo
vale a pena!
Metal Revolution
- Por favor, caso seja possível comente seus álbuns:
Jens:
Savage Poetry (1995) - Nosso primeiro álbum
completo. Algumas ótimas idéias, mas você
pode perceber que éramos bastante jovens naquela época.
Eu ainda gosto desse disco porque soa bastante cru.
Kingdom
of Madness (1997) - Quando começamos a gravar
esse disco, ainda não tínhamos um contrato para
lançá-lo. As músicas são mais complexas
se comparadas com Savage Poetry, mas infelizmente o álbum
tem um som muito ruim.
Vain Glory
Opera (1998) - Tudo deu certo com esse álbum.
Boas e marcantes músicas e um som muito bom. Ficamos
bastante orgulhosos de pessoas como Hansi Kursch e Timo Tolkki
terem aparecido como convidados nesse álbum e isso foi
um grande passo na nossa carreira. Nós ganhamos muitos
fãs com esse álbum e até os críticos
ficaram satisfeitos com ele.
Theater
of Salvation (1999) - Tudo maior é uma boa descrição
para esse álbum. Maiores corais, músicas mais
rápidas, uma produção maior, etc... Theater
of Salvation ainda é uma das músicas que eu mais
gosto.
The Savage
Poetry (2000) - Durante a Theater Tour vários
fãs no pediram a versão original desse álbum,
porque ela era bastante difícil de se achar e existiam
ofertas no Ebay de mais de U$500 por esse disco. Por isso decidimos
relançar o disco, mas não as versões originais.
Foi bastante divertido fazer covers de nossas próprias
canções.
Mandrake
(2001) - Distanciamos um pouco do lance do maior e
mais rápido que tivemos no último álbum
e nos concentramos mais nas músicas em si. Esse é
o primeiro disco onde se podem ouvir influências que não
são muito comuns para uma banda de Power Metal.
Burning
Down The Opera Live! (2003) - Estou bastante orgulhoso
desse álbum, principalmente dos fãs que fizeram
a atmosfera nele ser tão legal. Algumas das músicas,
ao vivo soam bem mais difíceis do que nas versões
de estúdio, mas tudo bem.
Hellfire
Club (2004) - Meu favorito. Eu realmente gosto das
partes de orquestra no álbum e toda a atitude Rock 'n
Roll em músicas como Lavatory Love Machine.
Rocket
Ride (2006) - Para esse disco foi a primeira vez que
contratamos ajuda de um produtor, o conhecido Sascha Paeth.
Ele nos deu bastantes dicas e diferentes opiniões o que
foi uma boa experiência. Nós temos bastantes elementos
diferentes nesse álbum e já estou curioso em saber
o que o futuro nos reserva...
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Metal Revolution
- Quando a banda não está em turnê ou gravando,
o que vocês costumam fazer?
Jens - Bem, se não estamos em turnê ou gravando
discos, eu aproveito pra cuidar de todas as coisas que não
podemos fazer enquanto estamos viajando, especialmente passar
tempo com a família e amigos. É estranho: quando
estamos viajando durante muito tempo queremos voltar pra casa
e quando finalmente voltamos, mal podemos esperar para sairmos
em turnê de novo.
Metal Revolution - Existe
alguma banda em especial que vocês gostariam de dividir
o mesmo palco?
Jens - Sim! AC/DC & KISS.
Metal Revolution - Se possível,
conte-nos qual foi a pior experiência que a banda passou
no palco e fora dele.
Jens - Não
existe situação ruim em cima do palco, é
tudo um grande desafio! Por isso tentamos aproveitar ao máximo,
mesmo que eu não lembre com clareza o que foi ou onde foi...
Metal Revolution - Além
da gravação do DVD em São Paulo, quais os
próximos planos para o Edguy? Existe a possibilidade de
um álbum já no ano que vem?
Jens - Veremos. Após a turnê sul-americana
começaremos a trabalhar no próximo álbum
e além disso teremos mais uns shows.
Metal Revolution - Obrigado
por essa entrevista, este espaço é seu para deixar
algum recado aos seus fãs e leitores do Metal Revolution.
Jens - Obrigado e
vejo todos vocês em breve! Cuidem-se, Jens